Com excelentes visuais inspirados pelas obras de Tim Burton, The Last Case of Benedict Fox é um intrigante game de investigação que traz uma jogabilidade ao estilo dos clássicos do metroidvania. A aventura desenvolvida pelos poloneses da Plot Twist está disponível para os jogadores de PC e Xbox, por meio do catálogo de jogos oferecidos pelo Game Pass.
Desenvolvimento: Plot Twist
Distribuição: Rogue Games, Inc.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox Series X/S, Xbox One
Duração: 10 horas (campanha)/17 horas (100%)
Investigação criminal diferenciada
Situado em um mundo repleto de segredos e simbolismos, The Last Case of Benedict Fox apresenta uma ótima narrativa, com uma representação incrível de Boston dos anos 20 totalmente influenciada pela estética noir. O título põe o jogador na pele de Benedict Fox, um detetive em busca de respostas acerca de dois assassinatos e um desaparecimento que ocorreu com os moradores de uma enorme mansão.
O protagonista conta com a ajuda de um demônio que vive em seu corpo, que conversa e auxilia Benedict com sugestões do que fazer em cada situação da campanha. Juntos, os heróis adentram o limbo dos mortos, uma espécie de submundo cheio de memórias e pistas sobre os casos, com acontecimentos que sempre refletem em algo na mansão da vida real.
Passar um bom tempo com um sentimento de estar perdido e não saber para onde ir faz parte da exploração, e é preciso entender isso para conseguir apreciar o jogo, que segue fielmente os tradicionais conceitos de design dos games metroidvanias. Contudo, os desenvolvedores construíram um ótimo sistema de dificuldades que permite a personalização completa da experiência, tornando o título acessível para um público mais amplo. É permitido optar entre um combate simplificado ou difícil, além de receber dicas adicionais no decorrer da jogatina. A equipe também implementou uma função que resolve os quebra-cabeças de forma automática, mas ela tira toda a diversão de um jogo cujo foco está na investigação e dedução.
A jogabilidade em si poderia ser melhor, pois os sistemas não são tão refinados quanto deveriam ser. As mecânicas de plataforma não são responsivas, e as funções de combate de tiro e hack ‘n’ slash não combinam bem com o comportamento dos adversários e chefes. O título foi lançado sem a opção de alterar o esquema de controles do joystick e do teclado, sendo impossível criar um layout mais intuitivo do que o projetado pelos desenvolvedores.
Visuais sensacionais
The Last Case of Benedict Fox é carregado por sua direção de arte única e atmosférica. Extremamente detalhada e repleta de armadilhas, a ambientação do título brilha graças à composição cuidadosa de cada cenário da aventura. Os efeitos de iluminação são espetaculares, e a câmera na visão horizontal casa perfeitamente com a experiência e proporciona uma sutil sensação de estar vendo um diorama.
Porém, os aspectos técnicos de The Last Case of Benedict Fox deixam a desejar. O jogo foi lançado pelo pessoal da Plot Twist em um estado que não faz jus ao meticuloso trabalho feito pelo time artístico. A versão para computadores sofre com diversas falhas de pop in durante o carregamento dos mapas, além de constantes quedas na taxa de quadros que prejudicam a fluidez da jogabilidade. Faltou cuidado por parte dos produtores até no design de interfaces, que nunca respondem adequadamente os botões direcionais.
Interessantíssimo
The Last Case of Benedict Fox é definitivamente um jogo único, daqueles que não vemos ser lançados com frequência. Embora os desenvolvedores tenham feito um bom trabalho, é notável que faltou muita atenção em relação à jogabilidade e aos aspectos técnicos, além de ser perceptível a ausência de uma tradução para o português. No entanto, os pontos positivos superam os negativos, fazendo da aventura uma experiência excelente, apesar de seus vários contratempos.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno