A franquia Atelier está entre nós desde os anos 1990, tendo começado exatamente com Marie, em 1997. Contudo, sua aventura jamais foi lançada no ocidente, ficando restrita ao Japão. Agora, vinte e seis anos depois, recebemos Atelier Marie Remake: The Alchemist of Salburg, uma nova versão que traz todo o charme do título original em um jogo muito bem feito e divertido.
Desenvolvimento: Gust
Distribuição: Koei Tecmo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch
Duração: Sem registros
A pior aluna da escola
Marie é uma estudante de alquimia na Royal Academy of Magic que é considerada uma das piores alunas que já passaram por essa escola. Ainda assim, a diretora, Ingrid, lhe dá um Atelier no meio da cidade e uma missão: criar um item através de alquimia que a surpreenda em, no máximo, 5 anos. A partir daí, a doce Marie precisa estudar, fazer amigos e ajudar as pessoas para atingir seu objetivo.
Marie consegue aprender novos itens diretamente na Academia, ao comprar livros com novas receitas. Com o decorrer da jornada, podemos ir até a biblioteca, e assim ter acesso a outras fórmulas. Essa forma de evolução é bem legal, e nos dá tempo de acumular os itens necessários para fazer as transmutações.
Rumores e mais rumores
A única forma de chegarmos a novos lugares é ouvindo rumores dos moradores da cidade. Temos os pagos, no bar, e os gratuitos, ao conversar com as pessoas. Atelier Marie Remake: The Alchemist of Salburg tem poucos lugares para serem explorados e mesmo assim eles são pequenos, sem muitas partes interativas. Todos os lugares sofrem com as ações das estações do ano, como ter neve no inverno ou flores na primavera.
É indo nesses lugares que podemos pegar itens e lutar. Cada local demanda uma quantidade diferente de dias para chegar e retornar. Podemos ainda encontrar itens no meio do caminho ou acabar topando com algum monstro, nos obrigando a lutar. E aqui tem a primeira coisa que não gostei, já que um dia se passa a cada ação realizada.. Quando a cesta de itens dela fica cheia, é hora de voltar para a cidade.
Cidade, calendário e a alquimia
O calendário anual de Atelier Marie Remake: The Alchemist of Salburg possui muitas festividades. Temos feiras anuais, festivais e até torneios de arte marciais. Podemos ou não participar desses eventos, já que tudo depende se estamos ou não na cidade.
Tudo o que fizermos em alquimia custará uma quantidade de dias, então precisamos ficar sempre de olho para não perder alguma data especial. Ainda assim, é praticamente impossível viver tudo com uma única jogada, nos obrigando a fazer uma segunda jornada depois de zerar o game pela primeira vez.
A alquimia aqui é muito mais simples se comparada com os jogos atuais. Para nos auxiliar, temos que comprar uma série de itens na academia, que vão nos poupar material, bastando juntar os itens para criar novos. A cada nova criação, ganhamos pontos de conhecimento e de experiência, que vai nos liberando coisas novas na biblioteca. Contudo, ganhamos também pontos de fadiga, o que nos faz precisar dosar bem o que vamos criar, ou então usar algum item para deixá-la descansada.
Amigos e combate
Marie pode sair sozinha ou contratar aliados. Há diversos deles, o que nos traz, novamente, a obrigação de jogar várias vezes para conhecer todas as suas histórias. Para ganhar dinheiro, precisamos fazer missões que consistem em entregar determinados itens em um número de dias. Para poder liberar novos tipos de armas no ferreiro, temos que entregar um tipo de ferro específico a ele.
O combate é por turnos e nele temos as habilidades especiais de cada um dos personagens para usar ou então atacar normalmente. Felizmente, podemos automatizar o combate e coletar os itens. Recuperar pontos de vida pode ser um problema, já que precisamos designar itens de cura na cidade, além de que eles cobram pontos de mana.
Um ótimo remake
Atelier Marie Remake: The Alchemist of Salburg é excelente. Os gráficos foram atualizados e estão magníficos. Os ambientes são muito bem feitos e legais de se explorar, apesar de serem pequenos. O combate é fácil e o fato de ter um modo automático deixa tudo ainda melhor. Não temos legendas em português, o que faz falta, mas nada que possa atrapalhar tanto. O formato do game nos convida a repetir a jornada várias vezes, já que há muitos eventos para serem vividos. Agora, é torcer para que os outros dois títulos que fazem parte da trilogia original sejam relançados nos próximos anos.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro