take_no_prisoners_pc_review_analise_capa

Review Take no Prisoners (PC) – Clássico inovador, porém pouco polido

Take no Prisoners tem aquele gostinho de nostalgia do final dos anos 90, que você sempre via nas matérias de suas revistas de jogos favoritas.

Desenvolvimento: Raven Software
Distribuição: SNEG
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Tiro
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: 10 horas (campanha)

Port pouco atrativo

Com plataformas como a Steam e GOG trazendo diversos jogos antigos com compatibilidade para novos sistemas, não demoraria muito para Take No Prisoners dar as caras nessas lojas. Mas o quão interessante é o relançamento deste jogo produzido em 1997?

A Sneg trouxe esse clássico para as plataformas atuais de forma completamente compatível, com a instalação e a execução rodando sem problemas. Testei tanto em meu computador com placa de vídeo atual quanto em meu notebook, menos potente e com uma placa gráfica genérica, e não passei por nenhum problema para iniciar o jogo como ocorre com muitos games antigos –  tanto no Windows 10 quanto no Windows 11.

Mas é aqui que o port para. Além de não dar mais escolhas para resoluções de vídeo, mantendo somente as opções baixíssimas que já existiam na época, a fonte dos menus e cenários também não foram atualizadas, deixando a leitura dos textos do jogo quase ilegível em TVs e monitores maiores.

Outro problema grave é que, apesar de reconhecer controles, a compatibilidade com os joysticks modernos é praticamente inexistente, não registrando os analógicos de forma correta e não trazendo um mapeamento inteligente dos botões. E acredite, configurar de uma forma fluida de jogar no teclado e no mouse também será outra dor de cabeça.

Top-Down Shooter

take_no_prisoners_menus_fontes_grafico
Uma atualização nas fontes, especialmente dentro do PDA , seria muito bem-vinda, já que o jogo mantém somente as antigas resoluções de vídeo, distorcendo muito a fonte em monitores maiores

O ambiente urbano e a ação frenética e violenta com sua câmera focada acima do personagem trouxe uma curiosidade sincera aos jogadores da época, já que a incomum câmera de cima (top-down) foi divulgada em demasia na época do lançamento do jogo. Essa forma de jogar games de ação demora um pouco para se acostumar, e possui alguns graves problemas no caso de Take no Prisoners, como a distância de visão da câmera, que se reduz ainda mais quando o jogador se encontra em espaços pequenos.

Além disso, o jogo é 3D, possibilitando mirar para cima e para baixo. Mas como o mouse é usado para movimentar o personagem de forma horizontal, o jogador fica preso às teclas para poder definir a altura do tiro, o que deixa impraticável e enfadonho mirar quando o jogador se encontra em uma altura diferente da dos inimigos.

Inovador, mas pouco polido

take_no_prisoners_bestiari_pda_inimigos
À frente de seu tempo, Take No Prisoners é um jogo de ação que conta com bestiário, informações de itens e até mesmo datalogs ao estilo maior estilo Deus Ex

Mesmo com os contratempos mencionados acima, o jogo possui uma magia que puxa o jogador para dentro do game. Sua história pode não ser das mais complexas, mas é repleta de cutscenes e informações que enriquecem a narrativa que lembra o clássico “A Fuga de Nova York”, filme com Kurt Russel interpretando o personagem Snake Plissken (que mais tarde influenciou a criação do personagem Snake, de Metal Gear Solid).

É notável a atenção aos detalhes que os produtores colocaram na história, com a cidade cheia de gangues e sobreviventes, que andam em bandos e se atacam uns aos outros, trazendo um rico e atmosférico ambiente.

O jogo já era a frente do seu tempo para os jogos da ação, criando uma espécie de bestiário, ao maior estilo Castlevania, da qual o jogador pode ver informações dos inimigos, armas, itens e até adquirir datalogs no maior estilo Deus Ex, com informações de personagens e senhas para abrir portas.

Mas o que mais chamava atenção era sua estrutura não linear, podendo ir e voltar nas diversas fases através dos transportes da cidade. Fases secretas, locais para adquirir melhores armas e muito mais ficavam registrados no jogo e, se o jogador perdeu algum segredo, ele pode voltar na fase, que permanece da mesmo forma como foi deixada anteriormente.

Take no Prisoners, mesmo com suas falhas, é interessante e divertido de explorar

Mesmo com um port pouco aprimorado, controles difíceis de acostumar e uma visão limitada da ação, Take No Prisoners continua sendo um game curioso, gostoso de experimentar, divertido de explorar e com muitos detalhes em seu mundo semi-aberto que pode interessar jogadores mais nostálgicos.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Review Take no Prisoners (PC)

6.5

Nota Final

6.5/10

Prós

  • Ação diferente com mundo semi-aberto
  • História atmosférica
  • Cheio de segredos
  • Muitas armas/itens com efeitos diferentes nos inimigos
  • Progressão divertida

Contras

  • Port pouco aprimorado
  • Resoluções e fontes de baixa qualidade mantidas iguais do original de 1997
  • Péssima compatibilidade com controles
  • Câmera atrapalha na ação, especialmente em cenários mais apertados