Assassin’s Creed Mirage prometeu levar a franquia que tem o credo mais forte do mundo de volta às suas origens, e conseguiu. Trazendo Basim como protagonista, vamos explorar a cidade de Bagdá e seus entornos enquanto descobrimos mais sobre o passado do protagonista e seu clã de assassinos.
Desenvolvimento: Ubisoft
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, aventura
Classificação: 16 anos
Português: Interface, legendas e dublagem
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Series X|S
Duração: Indisponível
Um passado já visto
Assassin’s Creed Mirage homenageia o primeiro jogo da franquia, portanto, esqueça essa ideia de sair subindo e se pendurando em tudo igual ao que vemos no AC Odyssey, por exemplo. Agora, o parkour precisa de um caminho definido para ser feito, e isso fica bem visível durante a aventura. Em todos os acontecimentos em que precisamos usá-lo, a câmera meio que nos mostra para onde devemos ir para assim fugir dos inimigos ou seguir uma rota.
O combate também foi reformulado. Aqui temos uma pequena barra de energia que podemos usar para esquivar, aparar golpes e atacar. O ideal é sempre ficar de olho nela antes de pensar em brigar. Os inimigos possuem dois tipos de ataques: os aparáveis e os fortes. Quando quebramos o primeiro tipo de ataque do adversário, abrimos uma brecha para matá-los independente de sua vida, enquanto no segundo caso, é sempre preciso utilizar a esquiva.
Confesso que gostei do combate, mas detestei essa barra de energia. As mecânicas tentam ser uma mistura dos jogos antigos com os novos, mas elas acabam ficando no meio do caminho, o que é bem chato. Por conta disso, abusei dos equipamentos disponíveis, principalmente da bomba de fumaça. Em vários momentos, matei todos os oponentes depois de juntá-los e usar a bomba.
Isso sem falar nos assassinatos clássicos, como por exemplo quando chegamos voando pelos inimigos, ou atiramos uma faca, chegamos pelas costas, os atraímos com assobios, e por aí vai. O fato de não ter nível facilita muito, já que todos os inimigos podem ser mortos facilmente – exceto um que usa armadura, e aí precisamos acertar suas costas, mas fora isso, o jogo é mamão com açúcar.
A vida em Bagdá
Explorar Bagdá é um dos pontos altos de Assassin’s Creed Mirage. A cidade é incrível e é fascinante ver que podemos invadir os prédios de várias maneiras possíveis. Apesar de ter a águia para nos ajudar, ela se tornou quase irrelevante graças ao olho de águia do protagonista.
Bagdá é viva e podemos furtar seus moradores. Na verdade, isso é quase obrigatório, já que precisamos usar umas fichas durante a jornada e roubar dos transeuntes é o jeito mais fácil de consegui-las. O mais divertido é vê-los gritando desesperados quando percebem que suas coisas sumiram.
Contudo, uma das melhores coisas que a Ubisoft fez em Assassin’s Creed Mirage foi deixar de lado os mapas gigantes. Aqui temos um mapa de bom tamanho e sem muita encheção de linguiça, com tudo no tamanho certo, fazendo com que a exploração não seja um problema.
Basim, o assassino
Agora vamos para o principal: a história. Basim é o nosso protagonista, e ele é muito bom. No começo, ele já conhece os assassinos, e suas escolhas o fazem entrar para o Credo, mas tudo é muito corrido e sem muitas explicações. Depois, ele segue em busca daqueles que controlam a cidade de Bagdá, e aí vem uma parte que não curti tanto.
A aventura acontece, basicamente, em 4 áreas de Bagdá, o que nos coloca para fazer investigações. Ou seja, temos que descobrir pistas de quem são os membros da Ordem dos Anciões e assim dar um fim neles. Essas investigações nos fazem ficar indo pra lá e pra cá até descobrir quem são os alvos e só então seguir em frente. A minha sensação foi similar a de estar procurando os mascarados não tão relevantes assim em AC Odyssey.
No geral, a história é bem legal e tem um bom desenvolvimento. O final me deixou com um gostinho de quero mais, e espero que a Ubisoft possa sanar essa vontade o mais rápido possível. O melhor aspecto de Mirage é sua duração reduzida, mesmo tirando um bom tempo para fazer as missões extras ou caçar baús e cumprir as demais ações do jogo.
Bom, muito bom
Assassin’s Creed Mirage com certeza me deixou bastante satisfeito. Explorar Bagdá é ótimo, ainda mais tendo um protagonista tão bom quanto Basim. Fiquei ainda mais curioso para saber o que vai acontecer com o futuro da franquia. O combate é bom, mas os desenvolvedores poderiam ter deixado de lado aquela barra de energia que acaba sendo um tanto quanto tosca. O parkour é a melhor parte do jogo, o que agrega e muito na sua exploração. Seja fã ou não da franquia, dê uma chance para esse excelente game da Ubisoft.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro