Após o primeiro jogo ter sido recebido de forma morna, Nickelodeon All-Star Brawl 2 chega entregando o que o primeiro título deveria ser desde o começo. De forma atrasada, agora temos um jogo de luta de plataforma aceitável, mas que, ainda assim, não se destaca muito.
Desenvolvimento: Ludosity, Fair Play Labs
Distribuição: GameMill Entertainment
Jogadores: 1-4 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 3 horas (campanha)/10 horas (100%)
Personagens de desenhos animados voltam para o ringue
Assim como o antecessor, Nickelodeon All-Star Brawl 2 é um jogo de luta no formato consagrado pela série Super Smash Bros. Quando digo no formato de Smash, realmente quero dizer isso: o jogo é muitíssimo inspirado na franquia da Nintendo e sequer tenta esconder isso.
A primeira coisa a se notar é que NASB2 não é apenas um pequeno incremento do título anterior. No entanto, vale lembrar que o primeiro jogo era extremamente vazio, sendo lançado inclusive sem nenhum tipo de voz nos personagens (incluídas posteriormente por update gratuito). Além disso, vários elementos do jogo pareciam quase amadores, como as interfaces e menus. Corrigindo falhas como essa, NASB2 é um produto ok já em seu lançamento, mas não chega a ser algo realmente muito bom.
Jogabilidade já vista por aí…
É até redundante descrever a jogabilidade, pois ela é essencialmente a mesma de Smash, com uma ou outra variância em algumas mecânicas e sem tanta profundidade. Isso certamente é um ponto negativo: o jogo parece sequer tentar se diferenciar da série que o inspira, porém não entrega o mesmo refinamento, polidez e sofisticação. O que, claro, é compreensível, dada a escala dos dois projetos. Porém, tentar seguir um rumo diferente para o jogo seria uma melhor decisão, uma vez que é feio apenas tentar ser uma cópia, mas não conseguir entregar isso.
Em resumo, temos um botão de ataque normal, ataque especial e ataque carregado, e o ataque é diferente se uma direção é pressionada ao mesmo tempo. Temos também um botão de defesa e um de agarrão, e o objetivo é jogar o adversário para fora do estágio. Foram incluídas novidades na jogabilidade dessa continuação: movimentos de finalização, rolagem de escudo, estágios com forma padronizada e itens de batalha. E sim… todas essas são características padrões de Smash.
Campanha mistura modo arcade com roguelike
A principal adição em relação ao primeiro jogo é o modo campanha, que entrega resultados mistos. Essencialmente, trata-se de um modo roguelike: você passa por uma série de fases (lutas contra um adversário, contra vários adversários, chefes, minigames, lojas) e ganha recursos, que podem ser usados para melhorar seu personagem durante aquela rodada ou comprar upgrades definitivos para utilizar nas próximas rodadas. Vencendo algumas runs, você chega ao final da campanha, podendo continuar para seguir melhorando seu personagem e alcançar melhores desempenhos. É uma ideia interessante, que pode agradar cada um ou não, dependendo do quanto você gostar do sistema de luta de NASB2 e da estrutura de roguelikes. Existem alguns outros modos de jogo, que são bastante padrão e não entregam nada demais: arcade, boss rush, minigames, tutorial e treino. Infelizmente, o tutorial é fraco, não entrando em detalhes sobre as mecânicas ou sobre cada personagem em específico.
Visualmente, o jogo foi renovado em relação ao primeiro, com um novo estilo de arte que é bastante bonito. Claro, muitas coisas são aproveitadas do primeiro, como animações e jogabilidade dos personagens que retornam, mas a roupagem em geral é nova. Os lutadores são bem animados e apresentam bastante personalidade e carisma. Um dos destaques, assim como no primeiro jogo, é a grande quantidade de referências em cada lutador, impressas em cada um de seus movimentos. É uma pena que nem todos os personagens tenham retornado do antecessor, mas o elenco ainda vai crescer com a inclusão de novos personagens por DLC.
Até temos vozes dessa vez, mas nada em português
Por fim, vale destacar que é uma imensa perda que o jogo não seja localizado em português. Em um título que envolve tantas franquias queridas por aqui há décadas e com nomes próprios para os brasileiros – ninguém em nosso território chama o Bob Esponja de SpongeBob -, é um grande desperdício de potencial não haver sequer a interface em português, o que é uma prática tão comum hoje em dia. Dublagem brasileira, então, infelizmente é só um sonho.
Pode valer a jogada
Quem acompanha os desenvolvedores de Nickelodeon All-Star Brawl 2 sabe que a equipe é realmente apaixonada por jogos de luta e sabe o que está fazendo, mas o seu orçamento e prazos eram limitados. Dessa vez, claramente tiveram mais liberdade e tempo para desenvolverem o game, e o resultado, ainda que não excelente, é um bom jogo de luta para quem quer dar uma variada de Smash (ou não tem um console Nintendo) ou também para quem goste dos personagens da Nickelodeon.
Cópia de PS5 fornecida pelo desenvolvedor
Revisão: Julio Pinheiro