Ufouria: The Saga 2 é um jogo de ação e exploração em estilo side-scrolling e uma sequência do clássico de 1991 Ufouria The Saga. O jogo mantém o tom humorístico e o estilo artístico do original, mas com gráficos em HD e novos conteúdos.
Desenvolvimento: Sunsoft
Distribuição: Sunsoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Ação
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
Duração: 3 horas (campanha)/5 horas (100%)
Um mundo de feltro
O jogo se passa em um mundo de feltro que parece feito à mão. Você controla Hebe, uma criatura misteriosa com cara de pinguim que parece um boneco de neve; e seus amigos O-Chan, Sukezaemon e Jennifer, que têm habilidades especiais. Eles devem salvar o planeta de uma invasão alienígena liderada pelo malvado Utsujin, que espalhou uma substância roxa que corrompe tudo que toca. Para isso, eles devem explorar vários cenários, coletar moedas, usar popoons para limpar as manchas roxas e enfrentar chefes.
Aqui, os diálogos são muito engraçados e cheios de trocadilhos. Os personagens têm personalidades distintas e divertidas, e interagem de forma cômica entre si e com os inimigos. Adoro esse tipo de atenção aos detalhes. O design dos personagens é fofo e lembra os jogos do Yoshi, especificamente os mais novos. Todos são feitos de feltro, lã, papel e outros materiais, e têm expressões faciais adoráveis. Os inimigos também são simpáticos e engraçadinhos, como pinguins, patos, fantasmas e peixes, o que só aumenta o charme do jogo.
Comprando coisas e amigos
O sistema de economia é ótimo e recompensa você com muitos itens que fazem diferença. Você pode comprar habilidades, roupas, acessórios e até mesmo os “novos amigos” com as moedas que coleta – comprando os itens para eles, então eles entram em sua equipe. Os itens têm efeitos variados, como adicionar novas mecânicas nas fases, te conceder novas habilidades como abaixar para entrar em locais pequenos, além de aumentar seus corações de vida. As máquinas de venda de itens são bem variadas, nesse sentido, e estão espalhadas por aí.
Os cenários (fases) se alteram e mudam toda vez que você volta a eles (a maioria deles). As plataformas, os inimigos, as moedas e os obstáculos são alterados a cada visita, o que torna o jogo mais dinâmico e surpreendente, com um fator quase que procedural. Você nunca sabe o que vai encontrar na próxima vez que entrar em um cenário que já visitou. Porém, isso pode acabar sendo confuso, sendo que não é possível entender o porquê isso acontece.
Por fim, cada personagem tem uma habilidade especial. Hebe pode atirar popoons, O-Chan pode nadar, Sukezaemon pode flutuar e Jennifer pode mergulhar, tornando tudo uma espécie de Metroidvania no qual você precisa revisitar locais assim que conseguir novas habilidades. Você pode trocar de personagem rapidamente com um botão, e usar seus poderes para acessar essas novas áreas e resolver quebra-cabeças.
A parte mediana
O jogo é repetitivo em termos de adicionar personagens ao seu grupo. Você sempre tem que derrotar um amigo que foi corrompido pela substância roxa, e depois ele se junta a você. Isso acontece quatro vezes, e não há muita variação nessas interações, além de que basta pular 3 vezes na cabeça dos chefes.
As mecânicas de plataforma são simplistas. O jogo não oferece muitos desafios ou inovações nesse aspecto. Os controles são básicos, e os saltos são um pouco imprecisos. Tudo é mais focado na exploração do que na ação. Existem raros momentos em que a jogabilidade se reinventa no quesito plataforma, como o do carrinho na mina de carvão. E o game perdeu a chance de oferecer um modo cooperativo, porque os jogos do Yoshi têm. Seria muito divertido poder jogar com um amigo, cada um controlando um personagem diferente.
Por fim, tudo isso é acompanhado de uma trilha sonora razoável, que vai ficando bastante repetitiva conforme o jogo passa. Ela parece uma versão genérica de uma trilha sonora infantil, e pode enjoar depois de um tempo. As cutscenes também têm o mesmo tom no geral, sendo que algumas conversas acabam apenas sendo maçante. Felizmente, podemos pular tudo com o apertar de um botão.
Uma pérola única
Ufouria The Saga 2 é um jogo divertido e fofo, que homenageia o clássico de 1991 e traz novidades. A sequência tem um visual encantador, um humor inteligente, um sistema de economia generoso e um mundo que muda a cada visita. O game também tem alguns defeitos, como uma música irritante, uma repetição no processo de adição de personagens, uma plataforma simplista e a falta de um modo cooperativo que elevaria a experiência como um todo. No entanto, esses pontos negativos não tiram o charme e a diversão existente aqui. Ufouria The Saga 2 é um produto que vale a pena conferir, especialmente se você gosta de jogos do Yoshi ou de aventuras em estilo Metroidvania – mas com plataforma simplista.
Cópia de Switch cedida pelos produtores