A franquia SaGa é sem sombra de dúvida uma das mais distintas que já vi dentre todos os JRPGs que já joguei na vida. SaGa Emerald Beyond pega sua fórmula única e leva para um patamar ainda mais diferente. Porém, será que isso é bom?
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Switch, PC
Duração: 7 horas (campanha)/29 horas (100%)
Um time de protagonistas
SaGa Emerald Beyond traz como protagonistas seis personagens e, com isso, cinco possíveis histórias diferentes. Mas, indo mais além, nenhuma partida será igual a outra, já que podemos escolher diferentes portas. No meu caso, comecei com Tsunanori Mido, que foi recrutado para participar de um projeto e receberá quatro bonecos que podem ser controlados com o seu poder.
A premissa é bastante interessante, mas a forma como a história é apresentada, muitas das vezes usando elementos de visual novel com gráficos duvidosos, vira quase como ler uma história em quadrinhos sem o mesmo dinamismo que a leitura nos proporciona. Para afastar ainda mais possíveis jogadores, não há legendas em português. Confesso que minha aventura com Mido não me instigou a apreciar a aventura com os outros protagonistas, mas pode ser que você tenha uma experiência mais agradável que a minha.
Passando por portas
A ideia de SaGa Emerald Beyond é nos levar para um outro mundo e, assim, escolher entre portas e montar nosso caminho. Sempre teremos algumas opções para escolher. Algumas podem levar a locais que precisamos explorar com um pouco mais de afinco e outros em que só vemos diálogos e pegamos personagens.
Por exemplo, Mido entrou em um mundo de robôs que parecia ser bastante interessante de se explorar, mas em pouco tempo meu personagem pegou o que precisava e acabou ganhando um novo companheiro. Já um outro tinha personagens presos em esquifes de gelo, e estava buscando uma informação específica, o que me fez ter que, literalmente, escolher entre salvar um e deixar o outro lá para sempre.
Cada escolha nos trazia uma prévia de que haveria um combate, então é possível escolher de acordo com a nossa vontade. Uma coisa bacana é que podemos encarar o monstro novamente ao cairmos, mas explico isso na parte do combate. Resumindo, podemos montar nosso caminho, seja ele fácil ou complicado.
Espadas e magias
O combate é legal, mas podia ser um pouco mais simples. Aqui todos os comandos são dados ao mesmo tempo antes da ação, ou seja, é preciso programar bem. Na parte de baixo da tela há uma linha, e quem estiver mais próximo da esquerda é o primeiro a agir. Cada uma das nossas escolhas afetam diretamente a colocação do personagem no seu determinado ponto.
Mas vamos por partes. Nosso time é sempre composto de cinco elementos. Cada ataque pede uma determinada quantidade de estrelas, ou seja, os mais fortes precisam de mais. Podemos montar diferentes formações e assim começar com uma quantidade determinada de estrelas, que são obtidas a cada novo turno. Porém, no meu caso, um dos meus personagens sempre ficava sem atacar no começo, até obter estrelas o suficiente.
Além disso, sempre que os personagens ficavam próximos uns dos outros, eles atacavam juntos, como em uma espécie de golpe combinado. A cada novo acerto uma barra se enchia e, depois de determinado ponto, eles podiam atacar novamente. Isso era o ideal contra alguns dos chefes mais chatos do jogo, mas era preciso escolher sabiamente entre as habilidades disponíveis.
As habilidades e atributos, igual aos outros jogos da franquia SaGa, só podem ser obtidas de forma “aleatória”. Por exemplo, ao usar muitos ataques físicos e tomar danos, a tendência é ganhar pontos de força e mais pontos de vida. Dos meus quatro bonecos ninjas que andavam com meu protagonistas, um deles tinha a capacidade de copiar as habilidades dos inimigos, então com esse em específico eu tinha muitos golpes poderosos, já outros demoravam mais para aprender algo.
Todos os personagens possuem uma quantidade específica de vezes em que podem cair em batalha, mas eles sempre voltam na próxima. Caso todos fossem derrotados, na próxima vez tínhamos uma espécie de bônus que nos deixava atacar o inimigo mais vezes no mesmo turno. No geral, o combate de SaGa Emerald Beyond é divertido, sendo a melhor parte do jogo.
Além das esmeraldas
SaGa Emerald Beyond definitivamente não é para todos os jogadores. Suas mecânicas restritivas serão melhor apreciadas por aqueles já experientes no meio. O combate é estratégico e bastante divertido, mas a forma como a história foi apresentada, principalmente com o uso de elementos de visual novel, quebram totalmente o ritmo. A ideia de escolher portas e caminhos é boa, mas poderia ser melhor usada. Enfim, SaGa Emerald Beyond tem seus méritos, mas a falta de legendas de português afastará possíveis fãs brasileiros.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong