Gestalt: Steam & Cinder é um metroidvania relativamente simples, mas bastante divertido, ambientado em um mundo steampunk. Entregando ótimo combate, visuais e exploração, é mais um game obrigatório para fãs do estilo.
Desenvolvimento: Metamorphosis Games
Distribuição: Fireshine Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 14 anos
Português: Sim (legendas)
Plataformas: PC
Duração: 5.5 horas (campanha)/9 horas (100%)
Ótimo mundo, mas história confusa e arrastada
Gestalt é ambientado em um mundo steampunk onde você controla Aletheia, uma aventureira que parte em busca de desvendar mistérios ancestrais que ameaçam a Cidade do Vapor. Ainda que o mundo e a ambientação de Gestalt sejam bonitos e prazerosos de se explorar, a história é arrastada e não parece encaixar bem em um jogo desse gênero, com o ritmo sendo constantemente quebrado por longas e tediosas cenas de diálogos.
Gestalt tem uma jogabilidade típica de um metroidvania. Você controla Aletheia em um mundo 2D pixelado com várias salas interconectadas e deve enfrentar inimigos, chefes, explorar e conquistar habilidades para aprimorar a personagem. A gameplay é bastante fluida e divertida, ainda que não existam tantas ações como em outros games do estilo. A personagem possui duas formas de ataque: uma espada e uma pistola.
Elementos de RPG
Utilizando a espada, você pode realizar seu ataque básico e também alguns golpes especiais, que utilizam uma barra de magia. Já a pistola só pode ser usada com magia e possui um tiro que atinge a vida do inimigo e outro que ataca a sua barra de atordoamento, que deixa os inimigos parados por um tempo quando zerada. O atordoamento poderia ser mais explorado no jogo, sendo útil apenas em inimigos específicos e nos chefes. Além disso, é possível pular, esquivar e utilizar itens. Como comentei, é um sistema relativamente simples, mas bem implementado e agradável de se jogar.
Há uma maior profundidade no sistema de equipamentos e desenvolvimento de Aletheia. O game conta com elementos de RPG, como experiência, níveis, atributos e acessórios. Você pode comprar equipamentos ou encontrar pelos cenários, e eles melhoram os seus atributos ou causam outros efeitos. Assim, você pode personalizar a personagem escolhendo quais atributos priorizar. Há também uma árvore de habilidades, na qual você usa pontos de habilidades conquistados de várias formas para melhorar seus atributos e destravar novos ataques.
Lute, explore, aprimore
Porém, várias dos ataques obtidos na árvore parecem de pouco uso devido ao baixo nível de recompensa dado o risco, não existindo muitos contextos específicos onde um ou outro ataque seja mais útil. Assim, você tende a usar apenas o combo comum, alternando com as habilidades que usam poder mágico. O sistema de combate é divertido no geral, mas falta profundidade. Os inimigos exigem estratégias para serem combatidos e os poucos chefes oferecerem um bom desafio – ao menos no começo da história, como veremos a seguir.
Além da missão principal de Aletheia, existem também várias missões e side quests. As missões geralmente consistem em derrotar uma determinada quantidade de inimigos em uma nova área, enquanto as side quests tendem a ser do tipo de coletar um determinado item para entregá-lo a algum personagem em troca de recompensas como dinheiro e pontos de habilidade. Não são nada demais, mas servem como incentivo para explorar o ambiente e encontrar melhores formas de vencer inimigos, além de aprimorar a personagem no processo.
Ótimo, mas curto
A dificuldade é mal balanceada, mas não no sentido difícil: mesmo sem se dedicar muito a ganhar níveis e buscar equipamentos, o game acaba ficando muito fácil da metade para frente, com os últimos chefes não representando grande ameaça. É possível chegar ao nível máximo e destravar toda a árvore de habilidades sem grande esforço. Eu diria que isso também é consequência do mapa do game ser pequeno, não existindo muito espaço para exploração além do caminho principal da história.
Tudo no game é bem arranjado e o caminho é simples de ser explorado, com poucas sessões de backtracking. O que em parte faz sentido devido ao mapa ser pequeno, comparado com outros jogos do gênero. Infelizmente, é um jogo curto e que deixa vontade de mais, ficando a torcida para eventualmente ser lançada uma continuação maior. Quando você está empolgado, a aventura já está no final.
Não que isso seja necessariamente ruim – Gestalt é um ótimo game e o recomendo para todos fãs de jogos de plataforma e metroidvanias. Mas justamente por isso, fica a sensação de quero mais, pois é um jogo muito bonito e bem feito.
Curta e ótima aventura
Gestalt: Steam & Cinder é mais um bom metroidvania no mercado. Ainda que não traga nenhuma inovação ou uma gameplay extraordinária, o mundo steampunk é envolvente e prazeroso de explorar, com um combate simples, mas divertido.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Gestalt: Steam & Cinder
Prós
- Ótima ambientação steampunk com gráficos pixelados muito bonitos
- Combate divertido
- Personalização por meio de equipamentos e árvore de habilidades
Contras
- História arrastada e que quebra o ritmo
- Pouco backtracking
