Mika and the Witch's Mountain capa

Review Mika and the Witch’s Mountain (Switch) – Bonito e raso

Mika and the Witch’s Mountain é um jogo que claramente se inspira em clássicos queridos, especialmente em O Serviço de Entregas da Kiki, do Studio Ghibli. O jogo gira em torno de uma jovem aprendiz de bruxa, Mika, que embarca em uma jornada para escalar uma montanha mística após ser expulsa sem cerimônia por sua mentora. Armada apenas com uma vassoura danificada e uma carta de recomendação de sua mãe, Mika precisa conquistar seu lugar entre as bruxas, consertando sua vassoura e subindo até o topo da montanha. Embora a premissa seja promissora e tente capturar o charme e a magia do Studio Ghibli, ela acaba falhando em várias áreas importantes, tornando a experiência mais frustrante do que mágica.

Desenvolvimento: Chibig, Nukefist
Distribuição: Chibig
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5
Duração: 3 horas (campanha)

Um mundo mágico com pouca profundidade

No jogo, você entrega o tempo todo, e isso é monótono
No jogo, você entrega o tempo todo, e isso é monótono

Desde o momento em que você começa a jogar, fica claro que o produto é visualmente encantador. O estilo artístico é inegavelmente inspirado pela estética suave e calorosa dos filmes do Studio Ghibli, com cores vibrantes e designs de personagens cativantes que imediatamente te envolvem. O mundo é cheio de potencial, exalando aquela atmosfera mágica que te faz querer explorar cada canto.

No entanto, a magia dos visuais não se estende à sua narrativa ou desenvolvimento de personagens. Apesar do estilo artístico atraente, a história carece da profundidade e da ressonância emocional que tornaram O Serviço de Entregas da Kiki um clássico atemporal. A trama em Mika é, na melhor das hipóteses, funcional, com uma premissa que poderia ter levado a uma aventura rica e envolvente.

Infelizmente, os personagens que você encontra ao longo do caminho são unidimensionais, com diálogos que muitas vezes parecem insossos e sem inspiração. As conversas entre Mika e os outros habitantes da ilha são decepcionantemente superficiais, raramente oferecendo qualquer insight ou conexão significativa. Essa falta de desenvolvimento de personagens torna difícil se envolver de verdade na jornada, já que os relacionamentos que ela forma nunca parecem progredir além do superficial.

Jogabilidade que não empolga

Entregar no meio do oceano? Claro!
Entregar no meio do oceano? Claro!

A mecânica central de Mika gira em torno do trabalho como entregadora para uma agência local. É aqui que o jogo apresenta sua principal mecânica: voar. Usando sua vassoura, Mika deve navegar pela ilha para entregar pacotes a vários clientes, uma tarefa que exige que os jogadores consultem frequentemente o mapa para determinar sua localização e o destino. No entanto, há uma falha significativa no design do jogo que se torna rapidamente evidente: a ausência de um minimapa. Essa omissão força os jogadores a pausarem constantemente o jogo para checar sua posição.

Os controles de voo, que são o alicerce das mecânicas, são fáceis de entender, mas no final das contas, decepcionam. É possível subir e descer enquanto se pega correntes de ar para acelerar a travessia, mas os controles nunca evoluem além desse nível básico. À medida que você progride e melhora sua vassoura conversando com uma amiga na oficina, novas maneiras de atravessar o ambiente são desbloqueadas;

Gráficos são belos e cenários lindos
Gráficos são belos e cenários lindos

Contudo, essas melhorias fazem pouco para aliviar a repetitividade. Mesmo com uma vassoura mais avançada, que pode carregar múltiplos objetos de uma vez, a experiência central permanece praticamente inalterada. As melhorias falham em introduzir qualquer variação ou desafio significativo, fazendo a jogabilidade parecer monótona após apenas algumas horas.

Aqui também existem colecionáveis, como pérolas espalhadas pela ilha, que devem desbloquear novas áreas e correntes de ar. No entanto, essas adições são superficiais, na melhor das hipóteses, e fazem pouco para melhorar a experiência geral. O maior problema de Mika é sua dependência de uma única mecânica subdesenvolvida. Voar pela ilha poderia ter sido uma experiência deliciosa e envolvente, mas a falta de profundidade e variedade na jogabilidade faz com que pareça mais uma tarefa do que uma aventura.

Uma experiência decepcionante

No fim das contas, Mika and the Witch’s Mountain é uma experiência decepcionante que não consegue alcançar seu potencial. Embora o estilo artístico seja encantador e sua premissa intrigante, a falta de desenvolvimento significativo de personagens, jogabilidade repetitiva e mecânicas sem inspiração deixam muito a desejar. A dependência do jogo em uma única mecânica mal executada — o voo — prejudica o que poderia ter sido uma jornada mágica e memorável.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Mika and the Witch's Mountain

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Melhorias na vassoura mudam jogabilidade
  • Gráficos belíssimos
  • História minimamente cativante
  • Boa performance no Switch

Contras

  • Jogabilidade é extremamente repetitiva
  • Missões são sempre parecidas
  • Mecânicas rasas