Alguns títulos de baixo orçamento da Square foram responsáveis por centenas de horas de diversão para mim. Eles possuem uma estrutura narrativa semelhante, mas com variações imensas de jogabilidade. A novidade de hoje é Visions of Mana, mas será que ele segue esse padrão?
Desenvolvimento: Square Enix
Distribuição: Square Enix
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Ação, Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataforma: Xbox Series X|S, PC, PS4, PS5
Duração: 29 horas (campanha)/44 horas (100%)
Prosperidade ao custo de uma alma
![O grupo em direção a Árvore da Mana](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-1-1024x576.jpg)
No mundo de Qi’Diel, cada uma das oito grandes nações deve entregar uma pessoa a Deusa da Mana, para garantir prosperidade à sua região e ao elemento correspondente por quatro anos. A pessoa é nomeada como Alma e escolhida pela Faerie, a pequena fada que é um arauto para os Elementais. As Almas possuem grande mérito, muitos querem ser escolhidos e entregar suas vidas em favor de sua nação.
Val é um guardião das Almas, e Hinna, sua amiga e interesse romântico, foi escolhida como a Alma do Fogo. Eles partem para encontrar outras Almas em Illystana e assim irem para a Árvore da Mana e se entregarem a Deusa, com Val sendo seu guardião e protetor.
![Val no píer em Radiant Playhouse](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-2-1024x576.jpg)
Com as outras Almas, os protagonistas conhecem e ajudam várias pessoas. Em um determinado momento, sua peregrinação cruza com personagens do passado, fazendo-os questionar o risco e o peso do sacrifício em sua entrega.
Considerando os títulos de segunda mão da Square, a franquia Mana tem um certo destaque. Sua narrativa sempre se manteve em um padrão confortável estabelecido pela própria desenvolvedora, pois vários jogos possuem muitas semelhanças em seu enredo. Visions of Mana, entretanto, foge bravamente desse padrão, mesmo mantendo uma estrutura parecida.
![Tela de recompensas após os combates](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-3-1024x576.jpg)
A obra toma decisões totalmente inesperadas para a franquia, que sempre foi leve e tranquila, deixando o foco na jogabilidade. Existem momentos bem característicos dos jogos Mana que aqui ocorrem de uma forma diferente o suficiente para o jogador ajustar sua postura no sofá e perceber que a obra é mais séria do que o esperado. Essa foi minha reação, sendo este um marco entre a história e os personagens, dividindo-o em dois arcos com humor e energia diferentes. Fugir do padrão tornou a história fantástica.
A obra foca bem nos personagens. Eles são simpáticos, e muitas das interações e cenas possuem um peso narrativo e emocional o suficiente para arrancar lágrimas de jogadores mais emotivos.
Uma pequena semente é mais eficiente que o esforço
![Combate](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-4-1024x576.jpg)
Visions of Mana é um RPG de ação com uma jogabilidade agradavelmente semelhante ao seu antecessor, Trials of Mana. Existem menos combos e evoluções, e mais magias e opções de customização de classes. Isso o deixa um pouco mais complexo, mas ainda assim um jogador desatento pode escolher os melhores números e avançar tranquilamente a história, deixando a complexidade para o modo New Game Plus ou dificuldades mais elevadas.
Existem cinco personagens jogáveis, e cada um deles pode escolher entre oito opções de classes vinculadas exclusivamente a um elemento, ou seja, existem quarenta classes disponíveis. Conforme os personagens sobem de nível, eles acumulam pontos elementais, necessários para comprar habilidades ativas e passivas de suas classes, mas somente as habilidades ativas podem ser compartilhadas entre as classes. Assim, é possível criar diversas construções diferentes e adequá-las conforme o jogador preferir.
![Tela de compra de habilidades](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-5-1024x576.jpg)
Apesar da variedade de customização, os combates não são tão satisfatórios quando comparados ao seu antecessor, pois não existe uma sensação de crescimento e de evolução. O que realmente deixa os personagens fortes não são seus níveis ou suas habilidades, mas sim a combinação de Sementes de Habilidades equipadas, que são itens obtidos ou comprados. Isso, de certa forma, terceiriza a sensação de esforço e recompensa a um item que pode ser facilmente adquirido.
Um mundo belíssimo
![Árvore da Mana](https://jogandocasualmente.com.br/wp-content/uploads/2025/01/review-visions-of-mana-xbox-series-6-1024x576.jpg)
Os títulos de baixo orçamento da Square geralmente possuem visuais e efeitos sonoros simples que refletem o baixo investimento da produtora. Mas Visions of Mana, apesar de não ser uma das franquias mais famosas da empresa, possui um escopo maior em relação ao seu audiovisual.
O jogo é belíssimo, e ouso dizer que é até mais impressionante do que outros de maior orçamento da empresa, como Final Fantasy, pois se distancia do realismo ao adotar um estilo gráfico mais cartunesco. Existem cenários fascinantes com efeitos de luzes e reflexos com ângulos de câmeras de lacrimejar os olhos. É um dos jogos mais bonitos que tive contato ultimamente.
Da mesma forma, todo o trabalho sonoro é excelente, desde a dublagem até os sons de criaturas, principalmente a seleção de músicas, que são uma obra-prima à parte.
O custo de uma Alma
Visions of Mana se distancia de seus antecessores devido a sua grandiosidade. Embora possa deixar a desejar em relação a jogabilidade, sua história, os personagens, as imagens e o trabalho de áudio fazem valer a pena o tempo investido. Recomendo para amantes de RPGs com boas histórias e para apreciadores de cenários que enchem os olhos.
Cópia de Xbox Series S adquirida pelo autor
Revisão: Julio Pinheiro