Victory Heat Rally, desenvolvido pela Skydevilpalm e publicado pela Playtonic Friends, chega ao Nintendo Switch com uma proposta visualmente explosiva e inspirada no passado. Claramente influenciado por clássicos dos anos 90, o título tenta resgatar a magia dos arcades dos anos 90 com corridas frenéticas, trilhas coloridas e personagens carismáticos em uma experiência retrô-modernizada.
Desenvolvimento: Skydevilpalm
Distribuição: Playtonic Friends
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Corrida
Classificação: 12 anos (Violência, Conteúdo sexual)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch
Duração: 5 horas (campanha)
Visualmente belo e chamativo
Neste quesito, Victory Heat Rally é um verdadeiro espetáculo. A paleta de cores vibrantes e o estilo pixel art encantam desde a primeira volta. Os carros são robustos, carismáticos e caricatos, com efeitos de fumaça 2D aplicados em um ambiente 3D que remetem à era do Game Boy Advance.
As pistas abusam do design com curvas acentuadas, subidas e descidas abruptas que reforçam a sensação de movimento. Os personagens, mesmo que apareçam pouco, seguem um traço cartunesco inspirado em mangás, o que casa muito bem com a proposta geral.
Há também um filtro gráfico opcional que pixeliza o cenário, oferecendo uma experiência mais nostálgica. Jogar com esse filtro ativo em uma tela pequena, como a do Switch em modo portátil, traz à tona a sensação de estar com um console retrô nas mãos.
Jogabilidade básica demais
Infelizmente, é aqui que Victory Heat Rally bate na curva. A estrutura básica de corrida funciona, mas o sistema de direção é raso e oferece pouquíssimo desafio para quem já tem alguma familiaridade com o gênero. Basta acelerar com um botão e manter o gatilho direito pressionado para o drift acontecer, o que quase sempre é suficiente para vencer as corridas. Não há necessidade de frear, e os boosts são ativados com facilidade após um drift realizado.
A falta de elementos adicionais, como armas, power-ups ou caminhos alternativos, torna as partidas repetitivas muito rapidamente. Mesmo quando você erra um salto e “explode”, o sistema o reposiciona tão perto de onde caiu que o impacto do erro é mínimo. Isso pode agradar os menos experientes, mas frustra aqueles que procuram profundidade ou desafio real.
É apenas nas corridas finais, quando a inteligência artificial se torna mais agressiva e as pistas mais técnicas, que o jogo finalmente mostra algum potencial. Mas, nesse ponto, muitos já terão perdido o interesse.
A trilha sonora é condizente com o visual: alegre, eletrônica e cheia de energia. No entanto, algumas faixas acabam sendo repetitivas ou até mesmo irritantes com o tempo. Os efeitos sonoros arcade cumprem o papel, mas não oferecem nada memorável ou único.
Roda bem no Switch
Rodando no Switch, Victory Heat Rally mantém uma performance sólida na maior parte do tempo. A experiência é fluida, especialmente no modo portátil, em que o estilo artístico brilha ainda mais. Porém, é possível ver alguns engasgos ao jogar com várias pessoas na mesma tela no co-op pra até 4 players.
O trabalho técnico geral é cuidadoso. Nota-se o carinho da equipe de desenvolvimento em cada detalhe gráfico, mesmo que algumas animações, como as dos pilotos, sejam limitadas. A ausência de nomes e identidades mais fortes para os competidores também tira parte da personalidade que o visual tenta construir.
Ademais, não entendi a motivação para o apelo sexual mais do que claro em algumas personagens femininas, o que restringe o game para o público mais novo. A recomendação é para 12 anos, mas a vestimenta e as curvas “acentuadas” de alguns NPCs mostram a intenção dos desenvolvedores de chamar a atenção de um público mais velho.
Uma experiência ok
Victory Heat Rally é uma carta de amor aos fãs de corrida retrô, mas que falha em entregar profundidade ou variedade. Seu visual é impecável, a trilha sonora é animada, e a apresentação geral agrada. No entanto, a jogabilidade rasa e a ausência de elementos que tornem as corridas envolventes impedem que a experiência se sustente por muito tempo. Quem busca de desafio, complexidade e longevidade provavelmente sairá desapontado.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
