Alguns jogos são mais para serem sentidos do que jogados. É o caso de To a T, que mostra como é a vida de um adolescente cujos braços ficam esticados todo o tempo.
Desenvolvimento: uvula LLC
Distribuição: Annapurna Interactive
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 5.5 horas (campanha)/11 horas (100%)
E se seus braços não baixassem?

Imagine que seus braços são esticados para os lados, como se você estivesse fazendo um T com o corpo, o tempo todo. Eles nunca saem dessa posição. E você, atualmente um simples adolescente, precisa levar sua vida normal de ir à escola, passear e tudo mais. Essa é a premissa de To a T, novo jogo de Keita Takahashi, conhecido por criar a franquia Katamari e, portanto, acostumado a ideias não convencionais.
Uma vida normal, dadas as circunstâncias

O adolescente é chamado apenas de Jovem (ou o nome que quiser). O jogo consiste em viver alguns dias na pele de Jovem e de sua condição inusitada que gera diversas situações, desde engraçadas até tristes e reflexivas, ao mostrar eventos que certamente acontecem com crianças em todo o mundo, dada as devidas proporções. Devido aos seus braços sempre esticados, Jovem precisa de diversas situações adaptadas no seu dia a dia, como para comer, lavar o rosto ou escovar os dentes, sendo apresentadas na forma de gameplay.
Há também algumas girafas pela cidade, cuja condição de enorme pescoço gera certa empatia por analogia à condição de Jovem. Na escola, como é de se esperar, o bullying não perdoa. O que descrevi é apenas o começo da curta aventura, em que a história vai para pontos que certamente ninguém cogita imaginar, e por isso até acho melhor não comentar. É apenas jogando para ver e acreditar onde pode chegar a inventividade de alguns desenvolvedores. Algumas piadas e situações, porém, podem causar certa vergonha alheia.
Gameplay não é o foco

A jogabilidade em si é bem simples e até um pouco aleatória, ficando claro que o destaque mesmo é a história e as diversas situações inusitadas apresentadas. Você controla Jovem por sua casa e por alguns quarteirões da cidade, visitando principalmente a escola, mas também alguns outros lugares, como lojas e restaurantes, sempre acompanhado do seu cão (chamado Cão), que o auxilia em atividades do dia a dia.
Há moedas espalhadas pelos cenários, que podem ser usadas para comprar novas roupas, em algumas lojas espalhadas pela cidade. Você sempre pode escolher suas roupas antes de sair de casa, fazendo com que o jogo sempre seja diferente para cada um. Há também alguns minigames em certas partes do jogo, que oferecem alguns minutos um pouco mais diferentes de jogabilidade, mas nada que seja viciante ou algo do tipo.
Jogo carismático

Esteticamente, o game é ótimo, com um visual cartunesco bonito e que combina bastante com a narrativa. Da mesma forma, as músicas combinam bem com a temática e existem até algumas músicas cantadas que você certamente irá gostar, mas pode enjoar pois tocam em cada um dos 8 capítulos em que o game é dividido. De qualquer forma, tudo é muito carismático e certamente, se começar, você vai querer ver até onde chega essa história.
Não é o esperado de um game, mas é bem feito
To a T é um jogo curto e que causa estranheza, risadas, reflexões e outros sentimentos, mas a indiferença não é um deles. Talvez fosse melhor como uma série ou filme animado, mas, no cenários dos games, é bem-vindo como algo bastante diferente.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro