Conscript é um jogo de terror e sobrevivência em pixel art com visão top-down que se passa durante a Primeira Guerra Mundial. Desenvolvido pela Catchweight Studios, ele se destaca por não usar monstros ou elementos sobrenaturais: aqui, o verdadeiro horror é a guerra. O indie presta uma homenagem clara à série Resident Evil, mas com identidade própria — e algumas escolhas de design que podem tanto cativar quanto frustrar o jogador.
Desenvolvimento: Catchweight Studio
Distribuição: Team 17
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Terror, Ação
Classificação: 16 anos (Violência, Conteúdo Sexual, Drogas Lícitas)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 10 horas (campanha)
Jogabilidade clássica com atmosfera pesada

Em Conscript, você controla um soldado francês que precisa explorar trincheiras, bunkers e outros ambientes de guerra enquanto evita ou enfrenta soldados inimigos. O combate é simples e até rudimentar: você pode se aproximar dos inimigos para atacá-los, mas sem muitas opções de furtividade ou precisão.
Pra ajudar, os movimentos são lentos e truncadíssimos, tentando replicar a realidade e o survival horror dos anos 90. Ainda assim, há uma boa variedade de puzzles e mecânicas, como a necessidade de queimar corpos para não atrair ratos infectados — um detalhe que remete a Evil Within.
O game tem entre 10 e 12 horas de duração, e seu ritmo é bastante cadenciado. No começo, pode ser confuso saber para onde ir e como progredir, mas com o tempo você começa a entender sua estrutura. Porém, prepare-se para morrer diversas vezes. A experiência completa se apoia fortemente na administração de inventário, upgrades de armas e progressão por salas seguras — tudo bastante familiar para fãs de Resident Evil clássico.
Decisão de salvamento pode custar caro

Logo no início, Conscript permite escolher configurações de salvamento: salvar livremente, usar checkpoints ou nenhuma dessas opções. O game avisa que, após a escolha, não será possível alterar isso depois. Portanto, fui de imediato pro modo fácil já que não queria perder tempo e recomendo o mesmo.
Essa mecânica funciona como um desafio para os jogadores mais hardcore, mas pode ser frustrante para quem não sabe o que esperar. Ao contrário de outros soulslike, onde você ao menos retém itens ou experiência ao morrer, aqui tudo volta ao último save.

A pixel art de conscript pode dividir opiniões. Em modo portátil no Switch, o estilo retrô funciona muito bem, transmitindo uma atmosfera pesada e melancólica. No entanto, ao jogar em uma TV grande, os gráficos ficam mais grosseiros e menos agradáveis visualmente.
Ainda assim, a direção de arte tem seus méritos, e a trilha sonora faz um excelente trabalho em criar tensão, principalmente a música da sala de salvamento, que evoca a mesma sensação reconfortante de RE.
Um horror psicológico sem sustos

Conscript não é um game assustador no sentido tradicional. Ele não apela para sustos, criaturas grotescas ou tensão constante. Seu horror é mais psicológico, oriundo do cenário de guerra e da solidão. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do que você busca em um título de terror.
Sobre recomendação, não é um título indicado para jogadores casuais. Mas se você gosta de survival horror clássico ou se interessa por ambientações de guerra, há muito o que apreciar aqui. A ambientação é única, e o respeito ao gênero é evidente em cada decisão de design.
Volta ao passado de maneira criativa
Conscript é uma experiência de terror retro-inspirada, com atmosfera densa e estrutura clássica. Sua maior força está na ambientação e no respeito às raízes do survival horror, mas também carrega limitações que podem desmotivar, como sistemas punitivos de salvamento e combate simplista. A recomendação é clara: se for jogar, ative pelo menos os checkpoints. Isso pode salvar sua experiência da frustração.
Cópia de Switch cedida pelos produtores