Ya, ya , ya, ya, ya… Em uma época em que a desenvolvedora e publicadora japonesa Sega dava sua última cartada no mundo dos consoles com o icônico (e subestimado) Dreamcast, fomos agraciados com inúmeros games que marcaram a curta, porém intensa, vida útil do último console da empresa. Entre esses títulos inesquecíveis, está Crazy Taxi, que faz jus ao seu nome – literalmente.
Desenvolvimento: Sega
Distribuição: Sega
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Corrida, Arcade
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Arcade, Dreamcast, iOS, Android, GameCube, PC, PS2, PS3, Xbox 360
Duração: 2 horas (campanha)/4 horas (100%)
Uma proposta simples e divertida

Em Crazy Taxi, assumimos o papel de um taxista maluco que precisa ganhar o máximo de dinheiro possível fazendo corridas em uma versão reduzida da cidade de São Francisco. Há quatro motoristas disponíveis: Axel, B.D., Gena e Gus. Apesar de dirigirem carros diferentes, todos possuem a mesma jogabilidade — embora cada um tenha sua própria personalidade marcante.
A proposta do jogo é ser arcade no sentido mais puro da palavra: uma experiência rápida, descompromissada e viciante. O que define se você vai jogá-lo por pouco tempo ou por horas a fio é a sua vontade de bater recordes e subir nos rankings. Poderia ir além? Sim, havia potencial para algo mais ambicioso, mas o que foi entregue cumpre muito bem seu papel.
Modos de jogo

Existem duas formas principais de jogar Crazy Taxi: o modo Arcade e o modo Normal. As diferenças entre eles se resumem ao layout das ruas, já que cada um usa uma parte diferente da cidade. Em ambos, é possível escolher entre jogar com tempo livre — em que o tempo só aumenta conforme você entrega os passageiros — ou com tempo fixo (3, 5 ou 10 minutos).
Além desses, há o modo Crazy Box, menos popular, que apresenta mini-desafios, como entregar um certo número de passageiros dentro de um limite de tempo, fazer drifts, estourar balões espalhados pelo cenário, alcançar uma determinada velocidade no ar, entre outros. Ao completar todos os desafios, o Taxi Bike é desbloqueado no modo principal.
Pense rápido e seja estratégico

Crazy Taxi não se resume a pegar passageiros e deixá-los no destino. É necessário ter estratégia e reflexos rápidos. Os passageiros aparecem dentro de círculos coloridos (verde, amarelo, laranja e vermelho) que indicam a distância e o valor da corrida. Vale mais a pena fazer corridas curtas com recompensa menor ou longas e arriscadas que pagam mais? Cabe a você decidir.
O valor da corrida pode aumentar ainda mais se você passar por outros carros em alta velocidade sem bater, e se entregar os passageiros com rapidez. Uma seta verde indica a direção inicial, mas se você demorar demais, ela muda para amarelo e, depois, vermelho — o sinal de que o tempo está se esgotando. Os passageiros reagem às suas ações: batidas e atrasos geram reclamações e afetam seu desempenho.
A sua (quase) pior versão

O primeiro contato com a versão para PC pode ser frustrante por um motivo: a ausência da trilha sonora clássica de rock, com Offspring e Bad Religion. No lugar, há músicas genéricas que tiram o brilho da experiência. Se esse jogo fosse lançado hoje, a Sega provavelmente seria acusada de usar músicas feitas por inteligência artificial de tão genéricas e sem alma que são. Curiosamente, a versão mobile ainda mantém a trilha original.
Por outro lado, nem tudo está perdido. É possível entrar nas pastas do jogo e substituir as músicas por faixas de sua escolha. Na minha jogatina, optei por manter a trilha clássica, mas nada impede que você personalize com músicas de outros jogos ou bandas favoritas.
Um clássico da Sega
Crazy Taxi é uma joia rara que merecia ser preservada. Nenhum dos clones lançados ao longo dos anos conseguiu capturar a mesma essência. E, sejamos honestos: não existe Crazy Taxi sem sua trilha sonora original. Grande parte do brilho do jogo vem da combinação entre a trilha enérgica, a adrenalina das corridas, os pedestres correndo em pânico e o caos das ruas.
Infelizmente, a Sega retirou o jogo das lojas digitais. No momento em que escrevo esta review, até a versão mobile, para Android e iOS, também está prestes a ser removida — embora, nesse caso, o jogo seja gratuito. Quem não comprou, dificilmente conseguirá agora, a não ser que encontre uma chave em sites de terceiros (muitas vezes por preços abusivos). Resta torcer para que o remake anunciado esteja à altura da obra original.
Cópia de PC adquirida pelo autor
Revisão: Julio Pinheiro