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Review Sengoku Dynasty (Xbox Series X) – Forjando um clã na névoa do Japão feudal

Desde o primeiro passo no santuário antigo, você sente o peso de eras moldadas em pedra. Sengoku Dynasty chega como uma lufada de vento no meio do tradicionalismo em jogos de sobrevivência e construção, misturando cultivo de arroz com duelos de espadas.

Desenvolvimento: Superkami
Distribuição: Toplitz Productions
Jogadores: 1 (local) e 2-4 (online)
Gênero: Ação, Aventura, RPG, Simulação
Classificação: 12 anos (Violência, drogas lícitas, linguagem imprópria)
Português: interface e legendas
Plataformas: PC, PS5 e Xbox Series X|S
Duração: 75h (campanha)/75h (100%)

O despertar do clã samurai

Viva durante o período Sengoku, a era feudal do Japão.

Ambientado no Japão do século XVI, Sengoku Dynasty é um convite para assumir o papel de um senhor de clã à beira da aniquilação, segurando o destino de seus vassalos em mãos trêmulas, porém cheias de esperança. Da mesma forma que Medieval Dynasty nos levou à rusticidade medieval da Europa, Sengoku Dynasty propõe um feudalismo japonês repleto de camadas culturais, políticas e econômicas. Em certos momentos, a névoa da mecânica se adensa demais e você se sente como um ronin sem rumo. Mas a promessa de construir um castelo, ver vilarejos florescerem e liderar samurais para a glória compensa os tropeços iniciais.

A narrativa inicial é simples: sobreviva ao inverno, reconstrua seu clã e estabeleça alianças com senhores feudais locais. À medida que avança, você participa de batalhas, negociações diplomáticas e expedições de caça, sempre equilibrando necessidades de sobrevivência e ambições políticas.

A proposta de mesclar aspectos de RPG, construção de cidades e survival crafting busca oferecer uma experiência distinta dentro de um nicho de jogos já ocupado por títulos como Kingdom Come: Deliverance e o próprio Medieval Dynasty.

Entre foice e katana

Colete materiais, recrute refugiados, construa uma vila e se torne um senhor feudal.

As mecânicas de gestão de clã lembram um bonsai: é necessário paciência, poda e visão de longo prazo, pois o jogo se desdobra em ciclos diários e sazonais, exigindo planejamento estratégico e tático. Você treina carpinteiros, ferreiros, agricultores e guerreiros, cada um cuidando de um galho vital na árvore do seu domínio. 

A espinha dorsal é criada pela combinação de farming, crafting e diplomacia dá identidade ao jogo – construa vilarejos, erija habitações, celeiros, oficinas e defesas, cada uma com pré-requisitos e custos específicos, gerencie recursos como madeira, pedra, alimentos e outras matérias primas, monitore níveis de fome, fadiga e calor, especialmente durante invernos rigorosos. Além disso, negocie com mercadores itinerantes, trocando excedentes por itens raros ou ouro, também empunhe espadas, arcos e armaduras em duelos contra bandidos e clãs rivais. 

A transição suave entre explorar o mapa, realizar tarefas de crafting e promover a expansão da aldeia é satisfatória. Contudo, a curva de aprendizado é um pouco íngreme, pois faltam tutoriais mais detalhados sobre sistemas avançados de agricultura e política interna. A sensação de progresso é bem calibrada para jogadores que apreciam simulação profunda, mas pode frustrar quem busca ação imediata.

A progressão, no entanto, tem seus truques. Às vezes, avançar na árvore de habilidades parece um tanto complicado. Você desbloqueia artifícios úteis, como armadilhas ou forjas aprimoradas, mas falta clareza sobre o impacto real no dia a dia do clã.

Quando o som ganha vida

Os gráficos têm um certo capricho em alguns pontos, mas estão defasados em outros.

Sengoku Dynasty pinta o Japão feudal com pinceladas delicadas: o sol poente tinge o céu de laranja queimado, enquanto as montanhas ganham contornos suaves entre a névoa. Há um capricho claro na modelagem das construções de madeira e nos detalhes das armaduras de samurai. No entanto, algumas texturas lembram impressões antigas que perderam o brilho. Rochas e troncos de árvore, por vezes, surgem com geometria simplificada, e a água, ora imersa em reflexos espelhados, ora plana como papel encerado, quebra a imersão de vez em quando. 

O destino do clã

Sengoku Dynasty cumpre o que promete ao oferecer uma experiência de simulação de vida situada no turbulento período Sengoku do Japão feudal. Seus pontos fortes residem na ambientação, na profundidade do sistema de linhagem e no combate samurai tático. As falhas, como a diplomacia rasa, com poucas opções de diálogo e impacto limitado, problemas de mixagem sonora e texturas inconsistentes, não chegam a comprometer a experiência, mas indicam potencial para otimizações. 

Em comparação com títulos como Medieval Dynasty, Sengoku Dynasty se destaca pela identidade cultural única e mecânicas de combate mais elaboradas. Para entusiastas de simulação histórica, gerenciamento de clãs e desafios de sobrevivência, este título representa uma proposta sólida, recomendada para jogadores que valorizam imersão e complexidade estratégica.

Cópia de Xbox Series X cedida pelos produtores
Revisado por Júlio Pinheiro

Sengoku Dynasty

7

Nota Final

7.0/10

Prós

  • Variação sazonal impacta gameplay
  • Atmosfera histórica autêntica, reforçada por trilha sonora tradicional
  • Construção detalhada e progressão bem balanceada

Contras

  • Diplomacia rasa
  • Pop-in de texturas e NPCs distantes compromete a imersão em áreas abertas
  • Falta de tutoriais aprofundados para mecânicas avançadas