Sugardew Island tenta trazer uma mistura de Harvest Moon com um toque de gerenciamento de loja, prometendo um jogo de fazenda acolhedor onde você planta, colhe e ainda administra seu próprio negócio. A ideia parece perfeita para fãs de cozy games, mas a execução fica muito aquém do esperado, resultando em uma experiência frustrante e desinteressante.
Desenvolvimento: Rokaplay
Distribuição: Rokaplay
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação
Classificação: Liver
Português: Não
Plataformas: PC, Switch, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 12 horas (campanha)
Premissa simpática, mas rasa

A aventura começa com seu personagem naufragando em uma ilha misteriosa, sendo recebido por um velho que conta a história da Árvore da Harmonia e te entrega, sem muito motivo, uma fazenda e uma loja para restaurar o equilíbrio do lugar. Embora o início pareça convidativo, rapidamente fica claro que Sugardew Island não tem profundidade para sustentar sua proposta. O loop de gameplay é extremamente básico: plantar, colher e vender. Há marcos para desbloquear novas áreas da ilha, mas essas novidades raramente mudam a essência simples — e repetitiva — do jogo.
Controles desajeitados e mecânicas sem graça

Um dos maiores problemas é a jogabilidade. Os controles são truncados e imprecisos, tornando ações simples, como plantar sementes ou colher, um verdadeiro teste de paciência. A barra de stamina também se esgota rápido demais, forçando pausas constantes e quebrando o ritmo. Mesmo quando você domina o básico, a falta de atividades extras pesa. Não há pesca, culinária ou minigames relevantes, apenas o ciclo limitado de agricultura e vendas — e nenhum deles é bem executado.
A seção da loja, que poderia ser o grande diferencial, decepciona ainda mais. Em vez de permitir estratégias criativas, você fica preso atrás do balcão, vendo NPCs pegarem itens de forma aleatória. Eventualmente, alguns pedem para você convencê-los a comprar, mas isso se resume a um minigame de três opções de diálogo, que rapidamente se torna tedioso e repetitivo.
Mundo vazio e interações superficiais

As conversas com os poucos NPCs da ilha são rasas e não acrescentam nada ao enredo. Mesmo sistemas que poderiam dar charme, como o quadro de pedidos ou o relacionamento com personagens, parecem adicionados de última hora, sem impacto real. Tudo contribui para a sensação de um produto cuspido e inacabado, sem vida ou personalidade.
Apesar de abrir com uma cutscene em estilo anime que promete estilo, a realidade é bem diferente. Os gráficos são mal otimizados para o Switch, com personagens feios e animações travadas que lembram jogos de celular no mau sentido. Não há sequer animações para atividades básicas, como o crafting, o que impede qualquer imersão no mundo. Para piorar, não existem opções de acessibilidade, algo que outros games do gênero já tratam como padrão.
Fraquíssimo
Em um cenário onde títulos como Stardew Valley oferecem dezenas de atividades, relacionamentos complexos e infinitas horas de jogo, Sugardew Island parece um protótipo mal-acabado vendido a preço de produto completo. Com mecânicas simplistas, controles ruins, pouca variedade de atividades e problemas técnicos evidentes, o produto falha em praticamente todos os aspectos que fazem o gênero ser tão querido. Pode até servir como uma introdução para crianças pequenas que nunca jogaram nada parecido, mas para jogadores experientes ou fãs de jogos de fazenda, é apenas uma perda de tempo e dinheiro.
Cópia de Switch cedida pelos produtores