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Review The House of The Dead 2: Remake (Xbox Series X) – O clássico dos fliperamas voltou e a nostalgia também

Ao longo das últimas décadas, poucos jogos de fliperama capturaram a imaginação dos jogadores como The House of the Dead, com sua ação frenética e horror peculiar. Com The House of the Dead 2: Remake, a MegaPixel Studios tenta reviver a nostalgia de atirar em hordas de zumbis, trazendo o clássico de 1998 para uma nova geração. No entanto, a pergunta que fica é: esta nova versão consegue capturar a essência divertida e caótica do original, ou é apenas uma pálida imitação que serve como um lembrete agridoce de como as coisas eram antes?

Desenvolvimento: MegaPixel Studios S.A.
Distribuição: Forever Entertainment S. A.
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Tiro, Ação e Aventura
Classificação: 16 anos (Violência extrema)
Português: Legendas e interface
Plataforma: Xbox Series X|S, Xbox One, PC, PS5, PS4 e Switch
Duração: 1 hora (campanha)

De volta ao pandemônio

Temos dois zumbis em cima de uma ponte, segurando barris.
Atire em todos os inimigos

Um ano após os eventos do primeiro jogo, um surto de zumbis irrompe na Itália. Agentes da AMS são enviados para investigar e descobrir o que aconteceu com seu colega desaparecido. Para quem não jogou o The House of the Dead original, a narrativa da sequência pode parecer apressada. Nomes e eventos são apresentados rapidamente, como se todos já estivessem familiarizados com as reviravoltas e personagens mais bizarros. No entanto, uma vez que o jogo começa, o ritmo é tão frenético que a história se torna quase secundária.

O drama novelesco e os desvios narrativos são facilmente ignorados quando a tela é inundada por monstros grotescos, que imploram para ser alvejados com um arsenal de armas em um glorioso frenesi de violência. Embora a história sempre termine no mesmo ponto, o caminho percorrido varia de acordo com as escolhas do jogador e os alvos atingidos, o que confere à campanha, de aproximadamente uma hora, um valor de repetição considerável.

Dois inimigos atacando o jogador utilizando uma garra como arma.
Alguns inimigos são bem rápidos

O conceito central é notavelmente simples. O jogador é conduzido automaticamente por diversas áreas, parando nos momentos em que os monstros atacam. Na visão em primeira pessoa, o jogador controla uma mira para alvejar e atirar. Para progredir, é necessário eliminar todos os inimigos em cada confronto, e é nesse ponto que as coisas se tornam mais interessantes, com o surgimento de civis indefesos.

Salvar essas almas em perigo pode desbloquear rotas alternativas ou conceder bônus úteis, como armas melhores ou vidas extras. O resgate, no entanto, geralmente depende de reações em frações de segundo, antes que os monstros os devorem, a menos que seu dedo no gatilho sele o destino delas prematuramente. Um deslize que, para mim, aconteceu com mais frequência do que gostaria de admitir.

Uma receita simples e de nicho

Um chefe poderoso persegue o jogador com uma motosserra gigante.
Todos os chefes possuem um ponto fraco

A despeito de sua premissa simplista, The House of the Dead 2: Remake apresenta um nível de dificuldade considerável. Mesmo no ajuste mais acessível, o jogador será confrontado por ondas implacáveis de monstros velozes e ataques inesperados que demandam grande esforço. A munição, embora ilimitada, requer uma recarga constante entre as rajadas, fazendo com que o icônico comando “Reload!” se estabeleça como um mantra contínuo, ecoando a cada poucos segundos durante a intensidade do combate.

A dificuldade pode ser mitigada com a ativação do modo cooperativo. A campanha principal pode ser desfrutada com um amigo localmente, o que contribui significativamente para a diversão. É possível tanto enfrentar a narrativa juntos quanto competir por pontuações. A campanha é acessível nas versões arcade original e atualizada, apesar de as diferenças serem mínimas. Além disso, há um modo de treinamento para aprimorar a mira, seja resgatando reféns ou enfrentando chefes. Tais modos proporcionam algumas horas de entretenimento consistente.

Dois zumbis saem de dentro de um carro e atacam o jogador, enquanto outros dois estão presos dentro de outro carro.
Inimigos comuns podem ser facilmente eliminados atirando em qualquer parte do corpo

No que tange à sua apresentação audiovisual, The House of the Dead 2: Remake se consolida como uma cápsula do tempo da era de ouro dos fliperamas. A estética sombria e marcante do original é preservada com fidelidade, incluindo os modelos poligonais dos personagens. As texturas são notavelmente nítidas, a ação é cristalina e o ambiente está abundantemente detalhado, com elementos como caixotes e barris repletos de bônus, além de respingos de sangue generosos. O fato dos buracos de bala permanecerem visíveis nas paredes é um excelente toque. Embora os designs dos inimigos sejam notavelmente criativos, a variedade é moderada, com a reutilização de alguns modelos.

A trilha sonora consiste em uma mistura previsível de riffs de rock e melodias de inspiração gótica, que, embora clichê, harmoniza-se bem com o caos dos monstros. Os efeitos sonoros são marcados principalmente por sons estridentes, mas o som das armas tem um bom impacto, e a dublagem, intencional ou não, é notavelmente rígida e desajeitada, o que confere um charme peculiar à carnificina. O grito agudo de um monstro voador é tão caricato que impulsiona a experiência para a comédia absoluta.

Um modelo que funciona para alguns

The House of the Dead 2: Remake constitui uma revisitação revigorante ao passado. Sua existência demonstra que a concepção de jogos clássicos ainda é relevante e que o gênero de tiro sobre trilhos merece ser revisitado. Embora o remake pudesse ter se beneficiado de um polimento mais aprofundado e certos problemas sejam perceptíveis, o jogo, sobretudo em seu modo cooperativo, oferece um entretenimento válido, mesmo para aqueles que não o vivenciaram na sua estreia.

Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores

Revisão: Júlio Pinheiro

The House of The Dead 2: Remake

7.5

Nota Final

7.5/10

Prós

  • Diversão
  • Multiplayer

Contras

  • Duração