Dark Quest 4 chega ao Switch expandindo tudo o que a série já fazia: um dungeon crawler estratégico com fortes raízes em board games clássicos, heróis colecionáveis e batalhas baseadas em cartas. A campanha traz um clima nostálgico e bem construído, com inimigos variados, armadilhas traiçoeiras e eventos que realmente exigem atenção. É um jogo que mistura simplicidade e profundidade, oferecendo escolhas constantes e boas recompensas para quem aprende suas mecânicas.
Desenvolvimento: Brain Seal
Distribuição: Brain Seal
Jogadores: 1-3 (local)
Gênero: Estratégia
Classificação: 12 anos (Violência, Uso de drogas lícitas)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 4 horas (campanha)
Sistema de heróis e cartas que incentiva experimentação

Um dos pontos mais legais é a variedade de heróis. Cada um tem uma aparência própria, estatísticas distintas e um estilo de jogabilidade bem definido. O sistema de cartas é o coração aqui: você escolhe quais levar, quando usar e como evoluir. A sensação de progressão é prazerosa, já que novas habilidades surgem constantemente — ataques em área, golpes únicos, cura, buffs e efeitos especiais.
O game também favorece a diversidade de inimigos. Cada criatura tem um padrão de ataque, comportamento e particularidades. Alguns precisam ser inspecionados antes do combate, porque certos monstros explodem ao morrer — e isso pode acabar com sua partida do nada se você estiver desatento. A leitura de campo é essencial, e aprender a lidar com essas diferenças torna a experiência mais estratégica.

A arte é detalhada e parece sair de um livro de RPG antigo. O estilo tem aquele charme retrô, mas sem parecer tão datado. Apesar disso, as animações são muito estáticas e pecam por não terem atenção a alguns detalhes simples, como o personagem se movimentar visualmente ao caminhar ou mexer as mãos durante o ataque. Às vezes, parecia estar jogando com peças de tabuleiro.
Por outro lado, modificadores de dificuldade deixam você ajustar a experiência e são gratificantes: dá para facilitar a gameplay para focar na história ou deixar tudo mais cruel para quem gosta de sofrer taticamente. Porém, algumas coisas são baseadas na sorte, como espaços nos quais você pisa e simplesmente pode morrer ou continuar vivo.
Problemas de controle e uma curva de aprendizado pesada

Nem tudo funciona tão bem no Switch. Os controles são um pouco truncados, especialmente na interação com portas, transições e menus — coisas simples acabam ficando mais lentas do que deveriam porque o cursor simula um mouse.
Além disso, Dark Quest 4 tem várias mecânicas com que se preocupar. Doenças, ferimentos, descanso, sistemas de recuperação, cartas, heróis, upgrades, modificadores… tudo acontece ao mesmo tempo. Para quem chega agora à série, pode ser intimidante.
Dark Quest 4 também é bem cruel. Mesmo com modificadores a seu favor, perder um herói é comum — e isso causa danos permanentes que fazem com que o personagem precise descansar por várias missões até recuperar a vida máxima. Se você insiste em usá-lo antes disso, ele volta a ficar mais fraco, com metade da saúde. Isso cria uma dinâmica punitiva que nem todo mundo vai curtir.
Recomendado, mas espere uma promoção
Dark Quest 4 é um RPG tático divertido, cheio de personalidade, de ótimas ideias e de uma camada forte de nostalgia para quem cresceu jogando RPG de mesa nos anos 90. Mas os controles no Switch, a dificuldade elevada, as animações fracas, os visuais estáticos demais e a quantidade de sistemas tornam a experiência mais cansativa do que deveria ser.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Dark Quest 4
Prós
- Heróis variados
- Sistema de cartas
- Inimigos com comportamentos distintos
- Visual nostálgico
- Modificadores permitem ajustes
Contras
- Dificuldade quase injusta e baseada na sorte
- Curva de aprendizado pesada
- Perdas permanentes de heróis
- Animações são simples e quase inexistentes
- Versão de Switch não tem online




