Mortal Kombat existe há mais de 30 anos, e a Legacy Kollection é um pacote que reúne os MK lançados nos primeiros 10. Para ser justo, muita coisa mudou desde o game mais novo incluído aqui, de 2002, mas é impossível não pensar que, sem essa base para evoluir gradualmente até o que temos hoje, a franquia talvez nem existisse.
Desenvolvimento: Digital Eclipse
Distribuição: Atari, Warner Bros
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 18 anos (violência extrema, linguagem imprópria, conteúdo sexual)
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch, Switch 2
Duração: 26 horas (campanha)
Modo offline é uma flawless victory

Analisei o jogo sob duas perspectivas: offline e online. Esses eram títulos essenciais dos anos 90, e a ideia de internet ainda estava engatinhando, praticamente nem existia como conceito. O fato é que, quando esses jogos surgiram, a única pessoa com quem se imaginava jogar era alguém ali perto de você.
No modo offline, você joga sozinho ou com alguém sentado fisicamente ao seu lado. Nesse aspecto, os títulos locais são praticamente perfeitos, oferecendo uma experiência muito fiel à versão original. Já os outros lançados para portáteis estão ali mais por aparência — achei quase impossível jogá-los sem muita paciência ou uma boa dose de nostalgia. Os de console de mesa são um passo à frente, mas as melhores versões continuam sendo as de arcade, que ainda se sustentam incrivelmente bem até hoje.
Esses são os games e versões incluídos na coletânea:
- Mortal Kombat (Arcade, SNES, Mega Drive, Game Boy, Game Gear)
- Mortal Kombat II (Arcade, SNES, Mega Drive, Game Boy, 32X)
- Mortal Kombat 3 (Arcade, SNES, Mega Drive)
- Ultimate Mortal Kombat 3 (Arcade, SNES)
- Mortal Kombat Trilogy (PS1)
- Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero (PS1)
- Mortal Kombat 4 (Arcade)
- Mortal Kombat: Special Forces (PS1)
- Mortal Kombat Advance (Game Boy Advance)
- Mortal Kombat: Deadly Alliance (Game Boy Advance)
- Mortal Kombat: Tournament Edition (Game Boy Advance)
Online já é o oposto de uma flawless victory

O modo online, por outro lado, chegou praticamente morto no lançamento. A opção sofre com atrasos nos comandos, ausência de lobbies ou de matchmaking, e traz uma grande dúvida: como deixaram essa funcionalidade virar um caos desses? Esse é, de longe, o maior problema apontado por mim e por muitos outros jogadores.
Você não pode escolher com quem parear online; não há modo de jogar com amigos, nem rankings, nem níveis de habilidade… nada! O ponto mais grave é, realmente, a impossibilidade de jogar com amigos. A boa notícia é que parece estar vindo uma atualização para corrigir isso — mas como algo tão básico foi esquecido na versão de lançamento, é algo realmente espantoso. Há dez anos, jogar online talvez fosse um desafio técnico, mas hoje é uma função básica em praticamente qualquer título moderno. Não tê-la de forma completa desde o primeiro dia é, no mínimo, chocante.
Recursos adicionais

Além dos títulos em si, há horas e horas de conteúdo a explorar, desde personagens secretos até fotos e vídeos documentais. Boa parte é pura nostalgia, mas também há muito material para mergulhar na história e na mitologia da série. Há biografias de personagens, finais individuais de cada game e uma infinidade de extras.
Meus dois recursos favoritos, porém, são o modo de treino e a função de retroceder. O modo de treino permite praticar contra oponentes configurados do jeito que quiser — parados, pulando, bloqueando, andando ou prontos para o “FINISH HIM!”. Isso permite aperfeiçoar golpes, combos e, claro, testar os fatalities!

O único ponto fraco é que o MK mostra golpes e fatalities na tela, mas não exibe combos, algo que virou essencial a partir do segundo título da série. Por fim, o melhor recurso de todos é o rebobinar. Alguns podem considerá-lo uma espécie de trapaça, mas ninguém é obrigado a usar essa funcionalidade.
A coletânea permite voltar até 30 segundos no tempo, dando a chance de mudar a tática, bloquear, pular — ou simplesmente não arrancar os cabelos tentando acertar um salto em Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero.
Podia ter sido melhor
Mortal Kombat: Legacy Kollection entrega uma dose poderosa de nostalgia para quem cresceu nos anos 90 com essa franquia e acompanhou de perto todo o fenômeno cultural que ela representa. Jogar offline, sozinho ou com amigos, é uma experiência fantástica, com apenas pequenas falhas que poderiam ser aprimoradas. Infelizmente, em uma era em que o online é o principal meio de jogar com amigos, este título está lamentavelmente defasado. Para um jogo com tanto potencial e promessa, o que resta agora é esperar que as atualizações e correções façam valer a pena revisitá-lo no futuro.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro




