Vindo diretamente de uma época que, atualmente, está rendendo bastante frutos para a Hamster em termos de produtos de videogame, Vendetta (Crime Fighters 2 no Japão) é mais um título de Arcade da Konami, sendo uma continuação de Crime Fighters que analisei aqui no site há alguns meses. Porém, a maioria dos Beat ‘em Up desses tempos vindouros possuíam limitações e precisavam trabalhar dentro delas para maximizar a jogabilidade e liberdade criativa. Bom, nesse quesito, Vendetta consegue ser bem feliz.
Desenvolvimento: KONAMI
Distribuição: HAMSTER
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Ação, Luta, Arcade
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, Switch
Duração: 34 minutos (campanha)
O clichê da garota raptada
Como todo bom jogo do gênero ação com elementos de luta, Vendetta coloca o sequestro de uma garota como a desculpa para que o enredo aconteça. Com isso, nossos quatro heróis, de um grupo justiceiro chamado Cobra, vão atrás dela para resgatá-la. A boa notícia é que todos os personagens, apesar de relativamente parecidos visualmente, possuem uma jogabilidade um tanto quanto diferenciada.
Como todos são dotados de combos, cada um dos integrantes dos Cobra tem uma sequência de movimentos diferenciada, com golpes que arremessam os inimigos longes ou simplesmente os nocauteiam, derrubando-os em seguida. Depois disso, é possível até mesmo distribuir chutes enquanto eles estão caídos, o que torna o combate bem mais dinâmico e frenético.
Além dos socos e chutes, como não podia faltar, podemos utilizar de diversos objetos do cenário como arma para enfrentar os malfeitores. Existem barris, caixotes, garrafas explosivas, dinamites e vários outros elementos que servem como itens arremessáveis. Alguns capangas também carregam armas de fogo, porretes com pregos ou facas, que podemos usar depois que estes as derrubam após um nocaute. A arma de fogo é, de longe, a mais poderosa de todas, já que é uma escopeta de mão com tiro espalhado que elimina todos à sua frente com apenas uma rajada.
Formula conhecida
Exatamente como a maioria dos concorrentes de Beat ‘em Up, Vendetta possui uma duração curta. Com cerca de 6 fases e chefes apenas, a experiência acaba se encerrando em um piscar de olhos. O que colabora para esse sentimento são os cenários em pixel que, apesar de serem belíssimos e apresentarem uma boa variedade de ambientes, são bastante curtos no quesito comprimento. Em alguns passos já chegamos ao final do lugar, e isso mesmo com transições entre um trecho e outro, que se separam por elementos como portas e elevadores.
A parte bacana é que, após os créditos rolarem, existe a fase bônus em que enfrentamos todos os chefes do game de uma só vez, alternando a cada dois. Essa é verdadeiramente uma prova de fogo para testar toda a experiência adquirida até então. Após o final verdadeiro, não existe muito incentivo para passar por tudo novamente, a não ser o ranking online para competir por pontuação contra pessoas do mundo todo.
Como de costume nos ports feitos pela Hamster para o Arcade Archives, Vendetta conta com a versão japonesa e internacional, cada qual com duas opções cada: para quatro e dois jogadores. A primeira não permite a escolha do personagem, atrelando-o ao número do controle. Já o segundo tem um clima mais de “console convencional”, permitindo optar por qual personagem jogar. Felizmente existem fichas infinitas por aqui que são inseridas apertando o botão L, o que se faz bem necessário contando que Vendetta não é nada fácil se jogado sozinho. Como sempre nos Arcade Archives, também há o modo Caravan, que basicamente coloca sua pontuação em uma área dedicada a ela da tela, à direita.
Mentalidade da época é necessário
Costumo brincar que, quando você joga um Beat ‘em Up, você jogou praticamente todos. Seria injusto eu exigir tanto de um produto de videogames fruto de sua época, por isso a avaliação desses títulos do pacote Arcade Archives são feitos com a mentalidade de que estou analisando algo lançado há muito tempo. Mesmo assim, Vendetta consegue se superar em termos de qualidade, e isso graças aos seus quatro personagens que trazem uma jogabilidade levemente variada, além da possibilidade de até quatro pessoas se divertirem juntas na mesma tela. Sem falar que é uma continuação bastante digna da série Crime Fighters.
Como sempre, a adição de um modo online seria extremamente bem-vinda, e sinceramente acredito que a Hamster poderia começar a se preocupar com isso daqui para frente. Com esse recurso incluso nos ports modernizados da empresa, esses antigos ports Arcade seriam concorrentes de peso para os Beat ‘em Up encontrados no plano do Nintendo Switch Online.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Arcade Archives: Vendetta
Prós
- Gráficos ainda bem bonitos
- Variedade de inimigos
- Cenários caprichados
- Combos divertidos
- Jogabilidade varia conforme personagem
Contras
- Sem muito fator replay
- Sozinho, a dificuldade é desbalanceada
