Assassin’s Creed é uma das franquias mais famosas do mundo dos games, e isso só ocorreu graças ao segundo jogo da série, sendo o mais bem avaliado pela crítica. Vendo o tremendo sucesso de Ezio, a Ubisoft emplacou mais dois títulos mostrando a ascensão e aposentadoria do lendário assassino, tudo isso na 7ª geração de consoles.
Como o dinheiro é bom e todo mundo gosta, Assassin’s Creed: The Ezio Collection chegou como uma remasterização do massacre feito pelo assassino italiano para a 8ª geração. Não suficiente, a coleção também conta com filmes explicando questões anteriores e posteriores a Ezio. Porém, o único da antiga linhagem de consoles que não havia recebido tal vislumbre era o queridinho da Nintendo. Portanto, daremos um salto de fé nessa aventura homicida.
Desenvolvimento: Ubisoft Montreal, Virtuos
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PS4, Switch, Xbox One
Duração: 51 horas (campanha)/103 horas (100%)
Tirando o templário da sala
Para remover essa questão angustiante logo, Ezio Collection roda muito bem no Switch, tanto no modo dock quanto no portátil. A otimização feita pela Ubisoft é formidável. Todos os títulos rodam lindamente em 30 fps cravados em ambos os modos. Porém, é possível ver o custo disso ao jogar no portátil e olhar para áreas mais distantes, assim como a aparência de NPCs – fora algumas quedas de frames.
Vale mencionar que a Ubisoft aderiu alguns elementos interessantes, como o HD Rumble e o touch screen. A primeira opção é muito bem-vinda para imersão nos combates e de suas finalizações, por outro lado, a segunda já é inutilizável. O toque na tela poderia ser um baita aprimoramento e facilitador, principalmente no mapa, mas possui uma resposta um pouco lenta. Ao reparar nisso, usufrui desta ferramenta apenas para avaliar se ocorre algo semelhante em todos os títulos.
Aprendizado, vingança e ambição definem Ezio
A história de Ezio é bem completa, e a trilogia deixa isso bem claro. Presenciamos o nascimento do garoto até sua morte. Mas, sua história como assassino também possui um círculo bem fechado e sem muitas brechas. Por isso, considero a aventura do mestre assassino o ápice de qualidade na franquia Assassin’s Creed.
Em Assassin’s Creed 2, o playboy, filantropo, mulherengo e briguento, Ezio Auditore de Firenze, nos é apresentado. Muito diferente de Altair, de início, o jovem não é um assassino e nem sabe da ordem. Porém, após uma traição e a morte de alguns de seus familiares, Ezio descobre a verdade e se aprofunda nessa guerra entre Assassinos e Templários em busca de vingança.
Sem muitos spoilers, já que Assassin’s Creed Brotherhood se inicia nos momentos finais de seu antecessor, aqui Ezio sofre as consequências de seus atos misericordiosos. Então, ele parte para Roma em busca de vingança mais uma vez. Mas, para isso, os Bórgia terão que perder sua influência sobre Roma e Ezio precisará recrutar novos assassinos para a irmandade.
Assassin’s Creed Revelations – meu favorito -, Ezio já está em idade avançada, mas ainda é tão badass quanto nos anteriores. Isso fica bem explícito com o trailer inicial fenomenal e legendário. Como o próprio nome indica, neste título o mestre assassino irá atrás dos ensinamentos de seu antepassado Altair. Com isso, ele viaja para o Império Otomano atrás de segredos que possam ajudá-lo.
Muita coisa, poucas são novas
Falar de Assassin’s Creed, principalmente dessa coletânea, é ter em mente que muitos elementos se repetem entre os jogos. Como alguém que os experienciou pela primeira vez e que torce o nariz para os mais recentes da franquia, a aventura de Ezio é divertida pela simplicidade. No entanto, a qualidade de vida da trilogia é bem baixa e, depois de algumas horas, você pode se cansar de fazer muito do mesmo.
Como pode ser visto, entre Assassin’s Creed 2, Brotherhood e Revelations, a maior diferença entre todos é o local primário em que se passa e a ambição de Ezio. Além deles, um ponto expressivo também é a adição de porcentagens de sincronização, em que é necessário fazer um desafio para conseguir 100%.
No resto, tudo se mantém de forma igualitária com diferenças ínfimas. Temos os pontos de observação que abrem o mapa, missões secundárias simples que recompensam com dinheiro, melhorias nos equipamentos de Ezio e o combate com inimigos bem parecidos. Fora isso, existem os grandes assassinatos de templários e os muitos colecionáveis distribuídos pelo mapa.
Por incrível que pareça, no geral, tudo me divertiu ao ponto de ter passado múltiplas horas pulando por prédios e assassinando adversários sem a mínima piedade. Mesmo que as novidades entre um game e outro não sejam virtuosas, a narrativa e aquele conhecimento prévio das mecânicas relaxam exatamente por essa falta de complexidades. Porém, é majoritariamente graças ao Switch e sua versatilidade que a Ezio Collection brilha bem.
Tudo o que você precisa
Assassin’s Creed: The Ezio Collection foi uma experiência maravilhosa, pois não conseguiria conhecer se não fosse pelo Switch. Jogar essa coleção com uma vida agitada pelas viagens e voltar às aulas não seria possível sem o precioso Nintendo na bolsa e o ótimo trabalho da Ubisoft. Nem todas as adesões feitas para o pequeno console são maravilhosas, mas apenas o fato de ser possível acompanhar a jornada de Ezio já valeu muito para mim. E, não preciso dizer que ele é, sim, o melhor assassino de todos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong