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Review Assassin’s Creed Valhalla (Xbox One) – Uma jornada de batalhas, sangue e conquistas

Assassin’s Creed Valhalla é o mais novo capítulo da saga da Ubisoft. Com temática viking, o jogo traz a batalha entre Assassinos e Templários e aborda a jornada dos guerreiros nórdicos nas terras não-pacificadas da Inglaterra.

Desenvolvimento: Ubisoft Montreal
Distribuição: Ubisoft
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC
Duração: 52 horas (Campanha)/120 Horas (100%)

Pelas terras britânicas

Assassin’s Creed Valhalla tem como protagonista Eivor, uma guerreira viking da Noruega pertencente do Clã dos Corvos e chamada de Marca de Lobo.

Quando criança, Eivor tem seus pais executados pelo chefe de um clã rival. Cresce alimentando seu desejo de vingança, treinando e se tornando formidável no campo de batalha. Após ter uma visão de que trairia seu irmão, Eivor passa a conviver com medos e receios de seu destino, buscando constantemente tentar compreender todos os elementos presentes em seu sonho para que pudesse ter controle sobre seu próprio futuro.

Este é, em geral, o fio principal pelo qual a trama geral e outras histórias se desenvolvem. Desbravar e conquistar as terras da Inglaterra é um artifício inteligente da narrativa, que coloca o jogador para explorar arcos de histórias mais contidos durante os momentos de exploração de cada região, ao mesmo tempo que elucida detalhes da história pessoal de Eivor. É uma maneira competente de manter o jogador interessado e de fazê-lo sentir sensação de progresso.

Eivor cavalgando

Uma das características mais interessantes de Valhalla fica por conta dos diálogos entre os personagens, especialmente as falas de Eivor. Tudo parece ter um tom poético, como versos recitados gentilmente. A protagonista consegue ser gentil, firme e decidida, ao mesmo tempo que impetuosa e agressiva quando confrontada.

Brutalidade dos Vikings

Brutal é a palavra que resume melhor o combate de Assassin’s Creed Valhalla. O jogador enfrenta saxões e bandidos com diversos tipos de armas, desde machados e adagas de uma mão, até espadas enormes e machados de força incomparável. Quando a vida do inimigo está baixa, Eivor o executa com feracidade. Braços, pernas e cabeças rolam pelo campo de batalha a todo momento.

Execução de inimigo com machado

Os movimentos são fluidos e divertidos de executar. O jogador pode usar um botão para defender e aparar golpes para destruir a barra de equilíbrio do inimigo. Ao fazê-lo, pode executar um finalizador poderoso e ainda mais sangrento que execuções normais. Cada arma possui diversas animações próprias e essa variedade, aliada à diversidade de inimigos, mantém as batalhas divertidas e ajuda a impedir a sensação de repetitividade.

Armas e armaduras podem ser melhoradas de qualidade no ferreiro do acampamento de Ravensthorpe, que é a base do jogador. Com barras de níquel, prata e ouro o jogador pode aumentar a qualidade dos itens, tornando-os passíveis de um maior número de aprimoramentos. Esses aprimoramentos são feitos com materiais específicos como ferro, couro e titânio, que são coletados em baús, minerados, comprados de vendedores ou obtidos de animais abatidos. Aprimorar armas e armaduras melhora as características básicas de cada item, como defesa, ataque e chance de evasão, deixando Eivor cada vez mais forte.

O Poder de Eivor

Derrotar inimigos e concluir missões e atividades pelo mundo de Assassin’s Creed Valhalla concede pontos de experiência. Ao subir de nível, o jogador adquire pontos de habilidade para serem usados em três árvores (constelações) distintas: Urso, cujo foco é no combate físico e defesa; Corvo, para furtividade; e Lobo, para ataques à distância com arco e flecha.

Cada ponto gasto concede bônus passivos como aumento de dano de ataques leves e pesados, capacidade furtiva e resistência a dano. Além disso, cada constelação possui uma habilidade especial que amplia ainda mais o arsenal de movimentos de Eivor, que podem ser empregados em batalha a qualquer momento.

Pelo mundo, é possível encontrar Livros de Aprendizado. Esses livros concedem ao jogador Aptidões, que são habilidades poderosas que podem ser ativadas ao pressionar o conjunto de botões designado durante os confrontos. Essas habilidades são fundamentais em batalhas contra chefes e inimigos mais poderosos graças ao dano massivo que possuem. Para utilizá-las, o jogador deve gastar uma barra de adrenalina, que é preenchida ao atacar inimigos.

Batalha contra inimigos

A presença de habilidades ativas nas árvores de melhorias em conjunto com o grande número de Aptidões disponível torna o combate de Valhalla ainda mais variado, além de oferecer recursos para o jogador sobreviver em diferentes cenários – seja enfrentando um bando de saxões agressivos ou uma alcatéia de lobos faminta.

Conforme o jogador usa seus pontos de habilidade, seu nível de Poder aumenta. Poder é a métrica principal que determina a capacidade do jogador de sobreviver aos encontros com inimigos em cada região, sendo que as regiões possuem níveis recomendados de Poder. A divisão de áreas por nível de Poder recomendado é uma forma simples e eficiente de indicar ao jogador qual local explorar primeiro, ao mesmo tempo que o incentiva a se fortalecer com novos equipamentos e novas habilidades, e sem exigir um progresso extremamente linear.

Caçando templários

Assim como Assassin’s Creed Odyssey, Valhalla conta com um sistema de busca de pistas para descobrir devotos e membros da Ordem dos Templários. O objetivo do jogador é descobrir quem são esses integrantes e eliminá-los, até chegar no Gran Magister e enfim acabar com a atividade templária na região.

Para encontrar pistas e descobrir as localizações de seus alvos, o jogador pode prosseguir pela história ou encontrá-las em cartas e documentos espalhados pelo mundo. É uma maneira inteligente de contar a história da guerra entre Assassinos e Templários ao mesmo tempo que oferece esses membros como subchefes da campanha em batalhas desafiadoras.

Em busca de segredos

Uma das características mais marcantes de Assassin’s Creed Odyssey – embora não tão positiva – era a presença de uma quantidade imensa de pontos de interrogação no mapa para o jogador descobrir. Cada ? era uma localidade, e cada local contava com diversos segredos e itens a serem descobertos. A quantia excessiva de ? pelo mapa assustava, e era capaz de desanimar qualquer um.

Valhalla retira as interrogações e as substitui por pontos brilhantes. Pontos amarelos são riquezas e equipamentos; pontos brancos são artefatos colecionáveis e destrutíveis; e pontos azuis são eventos de mundo.

Ainda que o excesso seja uma constância em Assassin’s Creed Valhalla, a sensação de recompensa ao buscar concluir esses pontos no mapa é muito maior que em Odyssey, especialmente os azuis. Aqui eles são as missões secundárias do jogo, comumente conhecidas como sidequests. Em Valhalla, elas são dinâmicas e inerentes ao mundo do jogo, além de serem, em sua maioria, curtinhas. Muitas delas são bem bobas, mas são uma forma agradável do jogo oferecer novas atividades ao jogador e mostrar Eivor em situações diferentes do campo de batalha.

Primoroso no visual, preguiçoso no desempenho

Assassin’s Creed Valhalla é um dos jogos mais belos da geração Xbox One e PS4. Explorar a Inglaterra e seus campos floridos, florestas, montanhas e pântanos é uma experiência incrível, repleta de cores por todo lado. O nível de detalhes é alto, seja nas roupas de Eivor ou nas folhas esvoaçantes caindo das árvores. Paisagens ricas se mostram ao jogador em qualquer momento do dia no jogo, seja ao entardecer, com a coloração alaranjada do pôr do sol, ou em uma noite com neblina, em que é possível ver os raios do luar penetrando a névoa.

Eivor caminhando à noite

Entretanto, assim como Watch Dogs: Legion, também da Ubisoft, Assassin’s Creed Valhalla é lindo visualmente, mas paga um preço considerável em forma de desempenho. Embora consiga manter os 30 quadros por segundo na maioria do tempo, Valhalla traz uma experiência tenebrosa para quem não suporta cortes de quadros na tela, conhecidos como screen tearing.

Não é exatamente incomum instâncias de screen tearing ocorrendo em jogos cuja variação na taxa de quadros por segundo é alta. Essa variação frequente faz com que frames de imagem seguintes sejam gerados antes da hora, entrando em conflito com o frame anterior. Isso causa uma espécie de corte na tela, que desalinha a imagem e causa estranheza e desconforto para os olhos mais atentos.

Repare no poste sendo “cortado” quando a câmera se move

No Xbox One X, a imagem de Assassin’s Creed Valhalla parece estar passando constantemente por um picotador de papel. Há cortes constantes por toda a tela, que causam distração e são extremamente incômodos. Optar pela versão de Xbox One X não é a melhor opção para quem não consegue aturar esse problema.

Uma aventura digna do tempo investido

Assassin’s Creed Valhalla é um jogo divertido de explorar, repleto de segredos e itens para coletar. Seu combate é brutal e engaja o jogador de maneira competente, e a variedade de armas, habilidades e Aptidões o tornam bastante dinâmico. Os cenários são maravilhosos e enchem os olhos, embora o visual seja impactado pela presença constante de screen tearing na versão de Xbox One X.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Bia Bock

Assassin's Creed Valhalla

9

nota final

9.0/10

Prós

  • Variedade de armas, habilidades e Aptidões
  • Brutalidade dos combates
  • Arcos de história mais contidos
  • Exploração e nível de detalhes dos cenários

Contras

  • Screen tearing pra todo lado