Sabe aqueles programas de TV que exibem a deslumbrante natureza e animais do nosso planeta? Já pensou na possibilidade de estar na pele de um deles? Pois saiba que em Away: The Survival Series, você pode. Embarque na aventura de um pequeno marsupial petauro-do-açúcar, um ser que precisa se adaptar à natureza após um grande cataclisma atingir o mundo.
Desenvolvimento: Breaking Walls
Distribuição: Breaking Walls, Game Seer Ventures
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação e aventura, simulação, plataforma
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S, PS4, PS5
Duração: 3.5 horas (campanha)/20 horas (100%)
O fim da humanidade
Away: The Survivor Series se passa na Ilha Saviour, um local fictício, mas que se encontra em nosso planeta. Um grande cataclismo ocorreu e trouxe o fim da humanidade, mas alguns animais ficaram vivos, estes com grande capacidade de adaptação. O nosso pequeno marsupial é um deles e, após perder seu pai, ele busca sobreviver com sua mãe e irmã num mundo cheio de predadores.
A campanha do game é relativamente linear. Apesar de nos encontrarmos num mundo aberto, existe um caminho pré-determinado a ser seguido. Podemos nos guiar através dos importantes cogumelos brilhantes encontrados no caminho, ou utilizando o modo instinto – que também exibe os alimentos e predadores da área -, tornando nossa jornada bem mais fácil. Falando em facilidade, temos duas dificuldades disponíveis: Fácil e Médio, sendo a única diferença o total de vida regenerada ao morrer.
Um dia da caça, outro do caçador
Durante nossa aventura nos deparamos com diversos animais, sendo presas e predadores. O combate do jogo se divide de duas formas: confronto direto e stealth. Na primeira opção, focamos no animal que queremos enfrentar e, com o apertar de um botão, o pequeno marsupial faz seu serviço. No stealth devemos nos esgueirar pela grama, buscando fugir dos grandes predadores. Também há uma mecânica de sobrevivência que consiste em conseguir alimentos, afinal, saco vazio não para em pé.
Também existem pequenas skills que podem ser destravadas conforme jogamos, todas com simples requisitos, como executar certa ação no jogo, ou comer determinada quantidade de algum alimento. Apesar da existência da mecânica de skills, não vi nenhuma diferença relevante no pequeno marsupial durante o jogo, e me pergunto se elas realmente têm alguma utilidade na prática.
Apesar de possuir suas limitações, Away: The Survival Series é lindo. Nos deparamos com diversos cenários espetaculares durante a gameplay. Desde uma simples vegetação a grandes estruturas abandonadas pelo homem após o fim da humanidade, tudo impressiona. O som também cumpre seu papel, contando com músicas emotivas durante nossa jornada e um ótimo som ambiente de natureza, cumprindo seu papel de deixar o jogador imerso no mundo do game.
Problemas técnicos assolam o jogo
Até aqui, Away: The Survival Series parecia uma maravilha, certo? Mas nem tudo na Ilha Saviour são flores. Já nos primeiros minutos de gameplay, a legenda em português mudou para inglês, espanhol e russo, e continuou assim até o fim do game, em momentos aleatórios. A sincronia da legenda com a voz do narrador também não é das melhores, muitas vezes demorando para alterar o texto, ou até mesmo não exibindo.
Porém, os principais problemas são a câmera e a movimentação. Nos deparamos com uma câmera extremamente lenta e travada, atrapalhando na visualização dos cenários e sendo responsável pela morte do pequeno marsupial em diversos momentos. A movimentação tem seus momentos problemáticos, visto que do nada os controles resolvem se inverter, atrapalhando demais o jogador.
Altos impressionantes e baixos irritantes
Away: The Survival Series é certamente uma experiência de alguns altos e muitos baixos. Com seus cenários deslumbrantes e um som ambiente imersivo, o game consegue passar muito bem a sensação de estar na pele do pequeno marsupial. Mas apesar disso, os problemas técnicos se destacam muito mais, atrapalhando constantemente e deixando a gameplay com um gosto amargo. Este é um jogo com uma boa proposta, mas pessimamente executada.
Cópia de Xbox Series S cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong