Review Cyber Citizen Shockman (PS4) – Ciborgues adolescentes salvam a cidade do mal

Lançado para PC Engine em 1988,  Cyber Citizen Shockman foi trazido para a atual geração pela Ratalaika Games, uma publisher que tem se especializado em fazer ports de títulos obscuros que, em geral, ficaram reclusos ao mercado nipônico. 

Desenvolvimento: Shinyuden 

Distribuição: Ratalaika Games

Jogadores: 1-2 (local)

Gênero: Aventura, Plataforma

Classificação: Livre

Português: Não

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 30 minutos (100%)

Salve a cidade e ela retribuirá

Imagina deixar sua vida normal de adolescente para combater o mal. Foi o que aconteceu com Tasuke e Kyapiko

Estava tudo tranquilo na vida dos jovens Tasuke e Kyapiko, até o Grupo do Mal começar a aterrorizar a sua pacata cidade. Graças ao cientista Doc, ambos foram transformados em ciborgues, denominados Shockman. Agora eles têm que correr, pois este mal tem que ser combatido em até 18 dias.

A ação acontece no célebre estilo plataforma 2D, e nossos únicos comandos são pular e atacar com a espada. O diferencial, pelo menos para a época, estava em poder selecionar o caminho desejado até o covil do inimigo final.

Salvar alguns pontos da cidade podem resultar em melhorias para seu equipamento e um dinheiro extra

Ao todo o jogo conta com 20 fases, mas não é necessário finalizar todas para encerrar a aventura. Entretanto, alguns lugares podem te render recompensas, como melhoria na espada e na armadura, bônus em dinheiro e até mesmo o xerife pode te conceder uma permissão para disparar seus raios após ser salvo.

Por mais que Cyber Citizen Shockman carregue essa aura de “novidade”, ele se mostra muito aquém se comparado a alguns clássicos que foram lançados na mesma janela de tempo, como Altered Beast, Mega Man 2, Super Mario Bros. 3, Super Contra, entre outros. Sei que minha comparação pode até ter parecido injusta, mas tenho que levar em consideração que este título carregou alguns defeitos da época para os dias de hoje, e também entendo que o port não tem obrigação nenhuma em corrigi-los, já que a ideia é só emular o jogo exatamente do jeito que ele quando lançado.

Os chefes são bem parecidos, mudando apenas as cores e um pouco a forma de atacar

Os gráficos coloridos e trilha sonora são bacanas para algo feito no final da década de 80. Só que os saltos e movimentos lentos dos protagonistas perto do tempo de reação dos inimigos é um pouco irritante, ainda mais contra os chefes que voam. Outra questão, essa um pouco mais perdoável, é o famoso pallet swap, que nada mais é que o uso de cores diferentes em um mesmo modelo para criar mais de um tipo de inimigo ou chefe. 

Tratamento “retrô-chique”

Não há muita variedade de cenários, mas eles têm cores bem vivas e bem definidas, o que era um diferencial dos jogos de PC da década de 1980

Um padrão criado pela Ratalaika Games é a de preservar a forma original do jogo na emulação, mas adicionar algumas opções para quem gosta de deixar a experiência mais realista. Assim como em Avenging Spirit, GleyLancer, Gynoug, entre outros, é possível acelerar a velocidade da ação ou rebobinar alguns segundos, para refazer aquelas partes que não te deixaram satisfeito.

Também há a possibilidade de mudar a disposição da tela para que ela ocupe todo o espaço dos televisores atuais (16:9), fique no formato dos antigos aparelhos de tubo (4:3) ou mantenha a perspectiva do PC Engine (1:1). Por fim, há os filtros de tela, que podem deixar os gráficos mais suaves ou aumentar a quantidade de pixels na tela, além da possibilidade de inserir scanlines e arredondar as bordas do ecrã.

Para quem quer curtir o jogo sem esquentar a cabeça com os problemas de jogabilidade que citei anteriormente, é possível acionar o recurso de invencibilidade e passar por todos os desafios como se fosse um passeio no parque. Por fim, uma modesta galeria foi adicionada no menu principal, contendo alguns rascunhos da concepção dos personagens. 

Poder bisbilhotar o conceito de arte utilizado na criação do jogo sempre vai bem

Um último atrativo é que além de poder jogar a versão original, também está disponível uma segunda com tradução total para o inglês, o que facilita bastante a vida de quem busca por essas pérolas, mas que nem sempre consegue encontrá-las com o idioma adequado.

Quem sabe na próxima…

Tem se tornado cada vez mais comum publishers e estúdios trazerem esses nomes esquecidos para os consoles de hoje em dia, e é exatamente nesse quadro que Cyber Citizen se encontra. A questão é que, enquanto alguns realmente conseguiram envelhecer como vinho, este acabou se tornando vítima da sua própria idade. Vale pela curiosidade, mas não irá te prender por muito tempo.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Cyber Citizen Shockman

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • É um jogo fácil de ser platinado
  • Ter caminhos diferentes para concluir a aventura não deixa de ser uma novidade para a época
  • Recursos para modificar a tela com filtros
  • Traduzido para o inglês

Contras

  • É extremamente curto
  • Os comandos são lentos e um pouco estranhos