Bonfire Peaks é uma daquelas experiências completamente subjetivas e silenciosas, em que nossa única alternativa é interpretar livremente o que é colocado em nossa frente na telinha. Aqui, somos um rapaz que queima seus pertences a todo instante, neste mundo com aspectos visuais de Minecraft e mecânicas já conhecidas que se misturam e criam algo novo.
Desenvolvimento: Draknek & Friends
Distribuição: Draknek
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Puzzle
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch
Duração: 15 horas (campanha)/30 horas (100%)
Fora com o velho
Vivendo nesse seletor de fases representadas por fogueiras espalhadas por todo o canto, precisamos desbravar diferentes desafios que trazem uma mesma mecânica: movimentação de objetos, tendo a câmera e limitações de espaços físicos como seus piores inimigos. O objetivo principal de Bonfire Peaks é claramente dar um nó em nosso cérebro, fazendo com que aprendamos a utilizar a perspectiva a nosso favor para avançar no game. Quando finalizamos uma fase, recebemos uma caixa para ser posicionado no ambiente da seleção de fases, para alcançarmos locais mais altos e progredir.
As soluções giram sempre em torno de elevarmos os pertences do rapaz e fazer com que eles sejam queimados na fogueira localizada no ponto mais alto do mapa. Isso simboliza deixar um passado para trás e seguir em frente – ou pelo menos entendi assim. Nas fases com seus quebra-cabeças em si, temos sempre o bloco que simboliza o pertence do protagonista, enquanto que ao longo do progresso no “enredo” vamos recebendo novos objetos para serem utilizados a nosso favor. Caixas de madeira são o maior exemplo disso, e elas podem muitas vezes servir para criar uma espécie de escadaria ou plataforma.
Pequenos buracos embaixo de obstáculos funcionam com o mesmo propósito. Neles, por exemplo, é possível encaixar uma caixa de madeira para que surja um degrau, enquanto que uma caixa acima pode servir como outro degrau e assim sucessivamente. Às vezes é preciso pensar bastante – até demais, eu diria -, já que algumas soluções pedem um raciocínio um tanto quanto elevado. Em certas resoluções me vi colocando caixas acima de caixas, e empurrando a caixa de cima utilizando meus pertences para que, assim, ela fosse encaixada em outro local para criar uma ponte.
Movimentação única e recursos essenciais
Fora a brincadeira com o próprio cenário, também existe a movimentação como um fator puzzle aqui. O personagem se move em 4 direções diferentes, sendo que ele pode adicionalmente andar de costas para e subir degraus dessa forma. Com isso, fica um pouco mais fácil, de maneira ilusória, o ato de carregar seus pertences lá pra cima. Porém, mesmo assim é preciso bastante estratégia, além de fazer uso da rotação do protagonista para empurrar obstáculos lateralmente.
Tudo parece um pouco complicado, não? Felizmente, existem vários recursos de qualidade de vida para o jogador. Além de um botão que reinicia todo o cenário ao seu estado original, também há comandos para simplesmente desfazer e refazer uma ação. Com isso, fica bem mais agradável corrigir um possível erro, em vez de ter que quebrar a cabeça novamente e perder todo o trabalho feito. Sem dúvidas, essas funcionalidades são um diferencial no game.
Um jogo que te fará pensar, e muito
Dentre tantas opções de puzzle espalhadas por aí, Bonfire Peaks certamente se destaca por fazer um excelente uso de sua movimentação e mecânicas básicas, as quais expandem aos poucos a jogabilidade e deixam qualquer um maluco de tanto pensar. Apesar de sua experiência ser completamente focada na resolução dos quebra-cabeças, é uma pena observar que a variação de cenário praticamente não existe. O que acontece aqui, no máximo, é a expansão do ambiente, que pode ser maior ou menor ao longo da jornada. Mesmo assim, seria muito bem-vindo uma variação entre uma fase e outra, para tirar a sensação de que estamos jogando sempre a mesma coisa. Infelizmente, o mesmo acontece com os obstáculos, que não são absurdamente variados e também demonstram bastante repetição. Apesar disso, você consegue ignorar facilmente esses defeitos bobos se for alguém, assim como eu, que se importa bastante com a diversão que algo proporciona.
Cópia de Switch cedida pelos produtores