Born of Bread capa

Review Born of Bread (Switch) – Quase um Paper Mario

Se você nasceu nos anos 90 ou no início dos anos 2000, tenho certeza que conhece Mario RPG e, especialmente, Paper Mario. Este último praticamente criou um gênero próprio de jogos, inspirando muitos títulos independentes e grandes nomes da indústria. Um dos que me lembro bem é Bug Fables, um dos melhores indies “papelzinho” 2D-3D, e arrisco dizer que é até melhor que a franquia Paper Mario. Quando Born of Bread foi anunciado, fiquei animado. Então, não via a hora de pegar o jogo e dar uma chance.

Desenvolvimento: WildArts Studio Inc.
Distribuição: Dear Villagers
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, Switch
Duração: 14 horas (campanha)

Literalmente nascido do pão

Personagens secundários em ação
Personagens secundários em ação

O jogo se passa em um mundo de fantasia, e a história começa em um castelo onde o Papa Baker acidentalmente transformou uma receita em uma criatura de pão viva. Na hora, Papa decide batizar a criatura de Loaf, obviamente em homenagem à matéria-prima. O jogo solta piadas a torto e a direito, jogando trocadilhos no ar constantemente, mudando nomes e usando frases e ditados famosos para arrancar um sorriso do seu rosto.

Além do humor predominante, temos o quase-excelente combate. Porém, devo dizer que a mecânica de gameplay durante os combates não é tão legal. As ações demoram um pouco para aparecer e mostrar o botão A para você acertar um crítico em um oponente, o que é chato.

Combate legal, mas lento
Combate legal, mas lento

Em Paper Mario – e jogos similares -, o comando de acerto crítico aparece quando escolhemos uma ação, então as coisas acontecem de forma muito mais suave e rápida. Aqui, não há necessidade alguma de mostrar a animação do personagem se aproximando do inimigo para atacar.

Pontos de habilidade

Upgrades via XP
Upgrades via XP

Em termos de habilidades e árvores de habilidades, apenas os personagens secundários podem desenvolver suas habilidades diretamente. O protagonista pãozinho precisa de armas específicas e até mesmo certos níveis para desbloquear habilidades.

Para coletar pontos de habilidade também é necessário coletar criaturas de aparência estranha que ficam espalhadas pelos cenários, então você deve explorar e localizar cada uma delas. Também há upgrades relacionados a WP (basicamente, pontos de mana), pontos de vida e espaços na bolsa, que podem ser adquiridos ao subir de nível seu grupo, ganhando batalhas e XP.

Interação com cenário

Interações com o cenário
Interações com o cenário

Além de tudo isso, precisamos coletar itens-chave para abrir portas e avançar na história, fora interações com cenários que devemos ter para chegar a partes mais altas do mapa. No mais, cada personagem secundário tem uma habilidade especial que desbloqueará elementos que compõem a área para que possamos alcançar lugares antes inalcançáveis, o que nos dá uma vibe de jogos Metroidvania.

Um detalhe bobo, mas importante: eu realmente gostaria de ter a opção de alterar o mapeamento de botões. Pular com A enquanto corre com B definitivamente não é a melhor posição para colocar os dedos, e nem é natural.

Um Paper Mario decente, mas problemático

Born of Bread tem ótimas ideias e execuções ruins em alguns aspectos. Entendo que algumas coisas podem ser facilmente corrigidas com um patch. No entanto, em termos de gameplay, o núcleo do jogo não pode ser mudado, pois tem a ver com a forma como a execução foi feita. Ter que esperar o personagem chegar até o inimigo para começar um ataque é tedioso depois de algumas batalhas. No geral, não gostei muito da forma como os pontos de habilidade são adquiridos e da diferenciação que fizeram do personagem principal para os secundários. Em suma, o jogo é decente o suficiente em termos de RPG e uma experiência Paper Mario, mas definitivamente tem algumas falhas.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Born of Bread

6.5

Nota final

6.5/10

Prós

  • Gráficos sensacionais
  • Trilha sonora bacana
  • Batalha divertida
  • Interação com cenário instigante

Contras

  • Combate lento
  • Árvore de habilidades confusa
  • Somente dois personagens por combate