À primeira vista, Bot Gaiden pode parecer só mais um clone de Mega Man, mas basta alguns minutos de jogo para perceber que o jogo tem muita personalidade além da sua inspiração. Pena que acaba rápido.
Desenvolvimento: SwordSwipe Studios
Distribuição: eastasiasoft
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Plataforma
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataforma: PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 20 minutos (campanha)/30 minutos (100%)
Você contra o relógio
No controle de um ninja ciborgue, devemos exterminar as forças robóticas do vilão Giorgio. Ele colocou em nosso caminho sete generais, que estão no final de cada trajeto. Esse tipo de estrutura é bastante manjado por quem tem intimidade com o gênero, mas logo entendemos que, além de habilidade e reflexos, também precisamos ficar de olho no tempo.
No início de cada fase, devemos coletar os três poderes que vamos usar até a sua conclusão, todas as vezes. Sempre começamos pegando o pulo duplo, a shuriken e a espada que funciona junto com o dash. Depois disso, todos os itens são focados em aceleração. Se morrermos, recomeçamos do checkpoint mais próximo, mas temos que juntar todos os recursos novamente.
Pode parecer meio anticlimático, mas faz todo sentido com o elemento principal do jogo: o tempo. Ele rege desde a força dos chefes até as ajudas que ganhamos. A ideia é sempre correr e concluir tudo o mais rápido possível. Bater as metas de bronze, prata e ouro de cada setor nos concede melhorias permanentes, o que influencia nos power-ups que aparecem pelo caminho, que serão todos voltados para velocidade e armadura.
Outro fator determinante é que a barra de vida dos chefes é mostrada desde o início. Quanto mais rápido chegarmos ao confronto, menos tempo eles terão para se recuperar e mais fácil será o combate, o qual durará poucos segundos. Isso reforça a vibe de sempre refazer cada estágio, buscando as melhores marcas.
Entretanto, o ponto no qual o tempo joga contra o jogador é que, como cada fase pode ser concluída em menos de um minuto e meio (com exceção da batalha final), a aventura inteira pode ser concluída em mais ou menos 20 minutos, ou menos. Para fazer 100% e conquistar os 1000G/troféu de platina, só será necessário dedicar uns 5 minutos a mais, no máximo.
Surpreendendo com pouco
A duração de Bot Gaiden realmente é seu ponto mais fraco, mas nem de longe isso torna o jogo ruim, mas pelo contrário: ele possui diferentes níveis de dificuldade, o que o torna ideal para quem curte speedruns mais insanas. Sem contar que a combinação de level design com a identidade visual de cada área é bastante harmônica.
O trabalho de arte é simples e competente, invocando um look quadrinesco, com cores fortes, vivas e bastante ênfase no que está em primeiro plano, mas sem deixar planos de fundo desleixados. Tanto os heróis quanto os gigantescos chefes e os minions pelo caminho são bastante bonitos e bem desenhados. A trilha sonora não tem um destaque tão grande, mas também não compromete, conseguindo acompanhar o ritmo da ação.
Além das tradicionais fases da esquerda para a direita, há também trechos que seguem no sentido contrário, e um outro estágio inteiro que tem que ser progredido de maneira ascendente, o que nos faz usar e abusar dos saltos duplos e triplos, e faz o jogador pensar se vale a pena pegar o trecho mais longo com itens ou o mais curto, mas mais bem guardado.
Tudo isso ocorre em montanhas geladas, florestas, vagões de trem, cachoeiras e até mesmo um castelo. A única coisa que incomoda de primeira é a poluição visual de alguns trechos, que podem dar uma boa dor de cabeça quando estamos sem nenhum poder, mas como os padrões se repetem, logo tudo fica decorado e pode ser facilmente superado.
Lembram que eu falei que os chefes vão recuperando a energia ao longo da nossa corrida? Pois bem, se não nos apressarmos e eles ficarem completamente restabelecidos, então a luta ficará bastante trabalhosa, o que é bem bacana para conferir que cada um deles vem preparado para transformar o protagonista em uma pilha de sucata. E diferente dos inimigos comuns, eles variam os padrões de ataque de maneira aleatória.
E por fim, o confronto decisivo contra Giorgio é outro exemplo clássico de jogos de ação/plataforma, no qual temos que repassar alguns desafios que ficaram para trás. Ou seja, para conseguir chegar no causador de todo problema, temos que cruzar trechos das outras sete fases que já concluímos. E a luta não para somente na derrota do vilão, mas não darei spoilers do que acontece, apenas digo que o esforço de conseguir todas as metas douradas vale bastante a pena para essa batalha.
Poucos minutos que valem a pena
Bot Gaiden é um daqueles jogos que parecem ser complicados de início, mas que depois que pegamos o jeito se tornam viciantes. Realmente é triste que ele dure tão pouco, pois a sensação que passa é que ele seria ainda mais divertido se tivesse o dobro de fases. Ainda assim, recomendo bastante para quem quer um bom jogo de ação acelerada.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong