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Review Call of Duty: Modern Warfare 2019 (PC) – Diferente o suficiente, familiar ainda assim

Quando vi a notícia do novo Modern Warfare, não pude deixar de ficar extasiado. Apesar de não ser o maior fã de CoD, joguei muito MW1 e MW2 quando saíram. Ainda me lembro da primeira vez que joguei o MW original, onde seguíamos o ponto de vista de uma pessoa que eventualmente, seria executada. “Como assim eu morri?”, pensei no momento. Me dou ao direito da ignorância, nunca havia jogado um CoD com muito afinco antes. Ainda assim, as lembranças me deixaram ansioso quando ouvi sobre uma possível reimaginação daquelas histórias.

Mas e aí: quão bom é o novo Call of Duty? Bem, isso é subjetivo, mas se você ainda está na dúvida, espero que a análise abaixo te ajude a decidir.

Ano: 2019
Jogadores: 1-2 (tela dividida) / 2-20 (online)
Classificação indicativa: 18 anos
Português: Dublagem e legendas
Plataformas: PC, Xbox One e PS4
Duração: 6 horas (campanha) / 11 horas (100%)

Opções de áudio logo no começo

Fui surpreendido ao abrir o jogo e um dos primeiros menus foi a configuração de áudio. Já tinha ouvido de que os sons eram espetacular (“joga de fone”, me disseram). E claro, não posso dizer que me decepcionei.

A Infinity Ward realmente se esforçou com os efeitos sonoros, que soa explosivo e não decepciona. Não faltam exemplos a serem citados. A missão “Clean House” por exemplo, famosa pelo realismo, acontece em completo silêncio, com isso, cada tiro da arma com supressor, os tiros ecoam pela casa assim como os cartuchos despencam e caem na madeira, ecoando após o impacto.

O trabalho de voz do jogo não decepciona, com os personagens soando legítimos, passando bem os sentimentos. Só pra não deixar passar e pra confirmar a teoria de que Troy Baker está em todos os jogos, uma das primeiras frases do jogo pertence a ele!

Em certos momentos, posso dizer que fico meio incomodado. Por que motivo soldados russos, num país do oriente médio, conversam em inglês com a população local? Isso que o povo é mostrado como falando uma língua local. Não temos motivo pra crer que as pessoas falariam inglês durante o dia a dia. Claro que isso não é uma questão do áudio, mas algo assim derruba minha imersão rapidinho, algo que talvez aconteça com você.

Já durante o multiplayer, os sons tomam uma proporção muito maior, já que está tudo acontecendo ao mesmo tempo. Explosões, tiros, aviões e coisas mil estalando ao mesmo tempo, mas dá pra parar e tentar apreciar. Isso e ouvir os passos daquele inimigo subindo as escadas de onde você acabou de vir.

Um espetáculo no visual e na performance

Não é novidade pra ninguém que os Call of Duty são jogos bonitos, sempre melhorando quanto ao produto anterior. Todo ano, Infinity Ward, Sledgehammer e Treyarch brigam pra fazer algo mais bonito do que foi mostrado antes. Novamente, é o caso nesse.

Ao baixar todos os 129Gb (!), tive o prazer de abrir o jogo e basicamente não configurar nada. Já de cara, o jogo veio bem bonito e com uma performance que não deixou a desejar, batendo entre 70 a 120 frames. Existem muitos momentos lentos em que o jogo consegue alcançar esse números (Claro que um PC mais potente irá faze-los com mais frequência e mais estável). Conforme o Digital Foundry, as versões de consoles tendem a manter uma média de 40 a 60 frames (Dependendo da versão sendo utilizada).

Assim como no áudio, a atenção aos detalhes é lei, com placas, objetos espalhados pelo mapa que fazem sentido, assim como efeitos visuais dignos de um jogo deste ano. As animações, a postura dos personagens, tudo parece ter sido retocado dezenas ou centenas de vezes, até que tenhamos resultado em nossas telas. Como por exemplo, o pequeno borrado na tela ao utilizar uma máscara de gás, ou o sombreado nas bordas quando o personagem utiliza-se de uma burca.

Claro, não podemos esquecer os personagens, todos muito bem desenhados e produzidos, principalmente aqueles que já conhecemos. Qualquer fã vai olhar o Capitão Price e reconhecê-lo na hora, ainda que esteja diferente e “modernizado”. É fácil olhar para um personagem e dizer que alguém assim nunca existiria, que é muito caricato ou algo assim. Personagens em MW parecem vivos, que você conseguiria ve-los na rua e achar que bem, são pessoas.

Devagar é preciso, preciso é rápido

Chamar Modern Warfare de lento seria um insulto. Assim como todos os CoD, existe uma natureza caótica no jogo, de velocidade, de pular de cobertura pra cobertura até chegar onde você precisa. Mas Modern Warfare segue uma formula de jogo um pouco diferente, com pausas no gameplay e momentos mais lentos (E até mesmo no multiplayer).

Durante diversos momentos, o personagem que você está utilizando é obrigado a resolver pequenos “problemas” que apareçam em seu caminho, como armadilhas ou tentar guiar alguém pra fora de um prédio, pequenas pausas da jogabilidade caótica e as vezes exagerada que todo Call of Duty tem. Claro, fãs da franquia se sentirão em casa, mas naquela que você voltou e a diarista mudou uma ou outra coisa de lugar. É familiar, mas precisa se acostumar com uma ou outra coisa diferente.

A mudança maior fica realmente no multiplayer. Já ouvi de fãs de mais longa data que o jogo está muito mais lento, mais travado. Para um forasteiro como eu, o jogo parece tão rápido quanto sempre (Morri muito mais do que gostaria em minhas partidas de Ground War).

Os diversos modo de jogo estão ai pra agradar os mais diferentes públicos. O modo Ground War, claramente baseado nos modos de larga escala da série Battlefield, chega para pegar o público que anda abandonado pela série e deseja por esse modo de jogo com mais jogadores. Mas é claro, ainda é um Call of Duty, com killstreaks e mortes rápidas.

O conteúdo, como sempre, é vasto. Temos dezenas de armas, com algumas centenas de apetrechos para serem liberados, cada um mudando lateralmente as armas – Não existe um coringa ou formula secreta para deixar a arma perfeita. Cada jogador pode configura-las da forma como bem quiserem jogar. Claro, customização, com tintas e afins, não faltam. E com a falta de uma season pass ou premium, imagino que seja só questão de tempo até Infinity Ward adicionar mais ainda.

Não é pra todos os estômagos

Logo no começo da campanha, temos o aviso de que o conteúdo é maduro. Na primeira cena, vemos um grupo de terroristas saindo de uma van no meio de Londres, com coletes repletos de bombas. Uma mãe com um filho veem a cena e tudo que podem fazer é fugir. A cena então corta, dando ao jogador o primeiro vislumbre do tipo de história que vamos presenciar.

Apesar de ser uma “reimaginação” de Modern Warfare, a história é bem diferente. Aos que achavam que teríamos um remake, podem jogar sem medo.

Como todos os CoD, temos diversos personagens e vamos pulando por pontos de vista diferentes. Temos até mesmo pontos na história diferentes, com décadas entre eles. Cada cenário ajuda a montar a história principal, que é simples, mas funciona.

Assim como parecem pessoas, os personagens agem como seres humanos, críveis e com falhas. Com o passar do jogo, os personagens desenvolvem e torcemos pra eles e os ocorridos. Claro, dá também pra entristecer com mortes e ficar furioso quando vem aquela traição.

Seguindo a linha, temos momentos “questionáveis”, onde ao jogador é permitido agir de forma imprópria para conseguir alcançar os objetivos. Existem dezenas de momentos também com crueldade gratuita, até mesmo mais do que esperado. Não é uma postura que agrada a todos os públicos.

Brilho nos olhos do pai

O nome Modern Warfare, que sempre foi um orgulho para a série Call of Duty, continua sendo. A reimaginação da série pode pecar em alguns momentos com crueldade gratuita, porém entrega uma experiência completa para todos os sentidos, além de uma história que te prende onde é fácil se questionar “Nossa, o que vai acontecer agora?”.

O multiplayer, apesar de diferente, mantém a mesma fórmula e pede ao seu público uma pequena adaptação. Os diversos modos de jogo mostram que Activision está atirando pra todos os lados, tentando alcançar todos os públicos.

Os fãs se sentirão em casa, assim como os orfãos que ficaram tanto tempo longe da série. COD:MW oferece a experiência completa de um Call of Duty – Uma campanha relevante aos tempos atuais e um multiplayer imersivo e pronto para roubar centenas de horas da sua vida.

Este review foi feito usando uma cópia cedida de ♥ pela Activision

8

Nota final

8.0/10