Cathedral

Review Cathedral (Switch) – Perdido em outro mundo

Primeiramente lançado em Outubro de 2019 para PC, Cathedral chegou ao Switch esse ano sendo uma clara inspiração aos jogos de aventura em 8 bits do famigerado NES (Nintendo Entertainment System). Obviamente que, por conta da evolução tecnológica dos consoles, o jogo distribuído pela Elden Pixels é menos rígido do que os clássicos do Nintendinho, trazendo uma sensação mais atual mesmo com o visual antigo. 

Desenvolvimento: Decemberborn AB

Distribuição: Elden Pixels

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Plataforma, Aventura

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: Switch e PC

Duração: 19 horas (campanha)/26 horas (100%)

O cavaleiro desamparado e frágil

O início de Cathedral

Cathedral é um Metroidvania no meio de muitos outros que foram lançados nos últimos anos. Nele controlamos um cavaleiro que acaba de ser teletransportado para o meio de uma catedral em ruínas. Esse primeiro local do mundo serve como um tutorial, por conta disso é fácil se iludir acreditando que aquela é a dificuldade verdadeira do jogo. 

Ainda que esteja trajado de uma armadura tão formidável, o cavaleiro não suporta tanto dano. Ao passar da catedral, os inimigos e as armadilhas podem remover desde 2 corações até 4, o que é praticamente quase toda a vida no início. Mesmo que a vida seja ampliada ou que compre melhores armaduras, conforme outras partes do mundo são encontradas, a dificuldade só aumenta. Em muitos momentos me vi em crise, pois pequenos deslizes são altamente punidos.

A maior ajuda que possuímos durante todo o game são as poções. Elas não recarregam a vida por completo, mas estendem a exploração, mesmo cometendo muitos erros. De início, você possui apenas um frasco, mas pode encontrar outros pelo mapa ou comprá-los na cidade. A quantidade de corações recuperados também deve ser ampliada comprando upgrades. O que torna as coisas um pouco difíceis é que existe um tempo de recarga para o uso de cada poção, mesmo que sejam apenas 5 segundos, e em lutas de chefe esse tempo pode trazer uma morte inesperada.

Uma carga de nostalgia

A entrada para o cemitério

Os nostálgicos de plantão podem receber uma experiência semelhante aos do Nintendinho pelo visual. Porém, ainda será uma jogatina mais leve e com comandos mais responsivos por conta dos avanços tecnológicos. O visual não foi o único elemento mantido. Outro aspecto que não houve mudança são as transições de telas, em que elas se arrastam e os inimigos aparecem em um pop-in, coisas que ocorriam pelas limitações de hardware da época que aqui são um charme especial.

Os ambientes do mundo da Cathedral são muito variados, por mais que não sejam grandes inovações. Podemos explorar temporariamente um pico extremamente frio ou descobrir os segredos dos mortos ao visitar o subsolo de um cemitério. Ambos os locais apresentam inimigos próprios, mas há outros já muito comuns que podem ser encontrados em qualquer local do mundo. A variação é modesta, não chega a ser uma lista mega extensa, mas ainda sim firma a diferença entre cada ambiente.

Um local mais bonito e descontraído

As músicas também estão em 8 bits e, em conjunto com o visual, amplifica a sensação de estar jogando no NES, mas sem as suas falhas. A trilha sonora corresponde muito bem ao local em que estamos. No cemitério, uma melodia sombria beirando o terror pode ser apreciada. Já nas cidades encontradas, em que não há perigo algum, é exprimida uma musicalidade passiva e animada. Por fim, na catedral, a sonoridade é de um local em esquecimento.

Monumentos importantes 

Normalmente, em Metroidvanias, conforme vamos encontrando habilidades novas conseguimos acessar certos pontos bloqueados no mapa, até de áreas já exploradas. Pulo duplo, dash ou controlar o fantasma Soul são habilidades que devem ser equipadas nos santuários, e eles estão espalhados estrategicamente pelo mundo. Existem três linhas de habilidades com um único slot para cada, que se dividem entre magia, movimentação e combate. Essa mecânica de equipar pode parecer um pouco limitante de início, por não poder utilizar todas as skills de uma vez, mas isso é proposital para que o jogador pense com cuidado no que irá usar.

Em Cathedral, ainda há as famosas estátuas de checkpoint que aliviam ao serem encontradas, pois ficam longe uma das outras. Existem outras duas estátuas muito semelhantes à ela, mas que possuem um propósito diferente. A primeira enche toda a vida e as poções, e se diferencia por segurar um círculo rosa com um coração no meio. Já a segunda enche nossa aljava da Manopla de Magnus, uma luva que atira projéteis, e ela é demarcada por um círculo azul com um flecha no meio. 

Você sente saudades do passado?

Cathedral é um Metroidvania que não oferece nenhuma novidade mirabolante que o diferencie de títulos já lançados, mas ele ainda consegue entreter muito bem o jogador entregando tudo que faz do subgênero divertido: desafios contínuos e equilibrados, backtracking inteligente e uma exploração recompensadora. Como dito anteriormente, o visual utilizado é um ótimo atrativo para os fãs de aventuras em 8 bits, tanto para os novos quanto para os mais velhos. Caso prefira as coisas como no passado e sente saudades, Cathedral é uma ótima forma de matá-la.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Cathedral

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • Visual nostálgico
  • Desafios equilibrados
  • Locais bem diferenciados

Contras

  • Sem grandes inovações