Sendo sincero, quando me interessei por esta obra eu não estava muito ciente sobre do que ela se tratava, nem exatamente o que era. Digamos que “peguei um livro pela capa” e, bem, não sabia que se poderia ser algo próximo a um Steins;Gate ou Doki Doki Literature Club, mas, mesmo não sendo um fã desse tipo de jogo, tudo se saiu bem e o título é bastante interessante.
A licença Science Adventure chega no console da BIG N com um pacote 2 em um, no qual encontramos Chaos; Head Noah aproximadamente quinze anos depois do primeiro lançamento no PC, e que agora tem sua chance de brilhar pela primeira vez neste lado do globo com bastantes elementos para agradar os apreciadores deste tipo de visual novel. Além de Head Noah, a versão Chaos; Child também está presente no pack.
Desenvolvimento: Mages. Inc.
Distribuição: Spike Chunsoft Co., Ltd.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Switch
Duração: Não há registros
Um “nerdola” no olho de um furacão de sangue
Em Chaos; Head Noah/ Chaos; Child encontramos dois protagonistas diferentes, aqui focaremos no personagem principal de Head Noah, um rapaz super estereotipado chamado Takumi Nishijou, estudante do ensino médio, daqueles que vivem no porão jogando jogos online, desfrutando de literatura erótica e comendo Cheetos. Takumi subitamente se encontra no meio de um furacão com assassinatos em massa no distrito de Shibuya, chamada New Generation Madness (New Gen para os íntimos). Aqueles atacados por esse movimento de assassinatos, sofrem mortes terríveis e bizarras que não vou descrever aqui. O envolvimento do rapaz e a onda de matança se dá de um jeito muito legal e peculiar, que não falarei aqui pra não estragar a surpresa, e essa maneira que liga o rapazote aos crimes faz com que o menino de Tóquio passe por poucas e boas na sua cabecinha. Para aqueles que jogarão a versão Child, as coisas acontecem de maneira muito semelhante, mas com o Takuro, que é o presidente do jornal da escola, e menos estereotipado que Takumi
Quando vemos mais sobre Takumi (Ou Takuro) percebemos que o jogo gira em torno de seus problemas psicológicos. O rapaz sofre de TEPT (estresse pós-traumático) e esse transtorno se desenvolveu a tal ponto que em certos momentos ele não consegue distinguir a realidade da fantasia. Durante a jogatina podemos escolher se os delírios do rapazinho serão bons ou ruins: os bons nos levarão a cenas mais engraçadas ou safadinhas, os ruins engatilham em Takumi episódios de dor e violência.
Os finais dos dois jogos que vem neste pacote serão determinados pelas escolhas que fazemos. Caso escolhemos muitas desilusões ruins o final pode ser um, mas se caso optarmos pelas boas, o final pode ser outro. Coisa muito comum em jogos do tipo, sendo necessário jogar várias vezes para saber sobre todos os finais.
Em Chaos; Head Noah/Child o enredo não é seu ponto forte, às vezes parece que ele nunca faz sentido, e cabe ao jogador tentar ligar os pontos. O jogo segue bem a fórmula cabeçuda e cheia de detalhes que muitos viram em Steins;Gate (outro jogo Science Adventure) como a fórmula do personagem meio apático que serve como uma ponte para que a gente conheça outros personagens bem mais legais – e temos alguns em Chaos.
Continuando a “loucurinha”
Os fãs de visual novels possuem um prato cheio aqui – e especialmente aqueles que investem na franquia Science Adventure – este são o tipo de jogo obrigatório para os amantes do gênero, oferecendo um verdadeiro suco da mesma franquia que trouxe Steins;Gate. A jogabilidade direta, centrada no sistema das desilusões de Takumi/, o torna altamente acessível para novos fãs também. A trilha sonora é o ponto alto do jogo, tanto na forma de música ambiente quanto nas ocasionais faixas de mais pesadas que entram em certos momentos ao longo da história.
Vemos um trabalho impressionante para localizar este jogo para falantes de inglês, infelizmente nada de português, mas é um jogo muito nichado. Há uma quantidade colossal de texto em Chaos; Head Noah, não só nos diálogos, mas em todo material. Às vezes o design dos textos é confuso, mas geralmente não atrapalha.
Obrigatórios para fãs do gênero
Não sou um fã deste tipo de jogos, e confesso que conheço muito pouco da franquia Science Adventure e suas múltiplas obras em várias mídias, mas consegui ter um bom tempo jogando, o que indica que Chaos; Head Noah é uma boa porta de entrada para os títulos desse tipo. Aparentemente esse primo de Steins;Gate não é o melhor jogo da franquia, mas traz uma experiência interessante. Uma história que vai para alguns lugares sombrios e super angustiantes. Apesar do enredo confuso, e algumas mecânicas mal explicadas, acredito que o game vai agradar bastante os amantes de Visual Novel.
É sempre bom lembrar que a versão de Switch trás também o jogo Chaos; Child, que segue o mesmo estilo de gameplay de Head Noah, mas conta a história pelo ponto de vista de outro personagem chamado Takuru.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno