Coridden, primeiro jogo da novata desenvolvedora Aftnared, consegue contornar a falta de recursos com uma talvez inesperada nostalgia somada a uma boa jogabilidade, mas com algumas falhas que de certa forma, lembram bastante os jogos isométricos do início dos anos 2000.
Desenvolvimento: Aftnared
Distribuição: Anshar Publishing
Jogadores: 1-4 (local e online)
Gênero: Ação, aventura
Classificação: 10 anos (violência, atos criminosos)
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: 8 horas (campanha)/13 horas (100%)
Homem-fera, Fera-homem
Coridden apresenta um jogo de ação e RPG isométrico simples e comum em termos de características tradicionais desses subgêneros: escolha de diferentes classes, árvore de habilidades, sistemas de nível, armas, entre outros. Porém, o que diferencia Coridden dos demais jogos é a oportunidade de interagir com animais selvagens encontrados pelo caminho.
Podemos montar nos animais e até mesmo se transformar neles, sendo que cada um possui suas próprias diferenças, classes, sistema de nível e árvore de habilidades. No entanto, ao observarmos a jogabilidade com mais atenção, não percebemos tantas diferenças entre jogar como Homem ou como Fera, salvo raras exceções, como quando precisamos de uma fera específica para abrir caminho ou para locomoção, já que elas se movem mais rápido que o personagem principal.
Durante a jogatina, encontramos alguns problemas de câmera que podem prender o jogador em determinados pontos, além de pequenos bugs no reinício após a derrota do personagem que podem teletransportar o jogador para áreas inacessíveis do mapa. Por outro lado, o mapa apresenta uma perspectiva 3D interessante, facilitando a exploração.
O modo multiplayer também é um ponto que merece atenção. Enquanto o multiplayer local melhora bastante a experiência, é difícil encontrar jogadores online, tornando o recurso praticamente inutilizável. Coridden carece de uma mecânica mais refinada que realmente impacte a jogabilidade, mas isso não o torna menos divertido, remetendo aos RPGs isométricos do início dos anos 2000, como Baldur’s Gate: Dark Alliance. A falta de uma tradução para o português também é sentida.
Pequenos erros em um bom acerto
Os gráficos de Coridden funcionam bem tecnicamente, mas revelam a falta de um orçamento maior na composição de cenários e modelos de personagens. Enquanto algumas cidades são visualmente agradáveis, os campos abertos parecem desprovidos de vida e sofrem com a repetição constante dos modelos das feras, o que pode tornar a experiência cansativa. Entretanto, essa simplicidade gráfica confere ao jogo um ar nostálgico, remetendo novamente a jogos como Baldur’s Gate: Dark Alliance.
O caminho para Aasha
Em Coridden, acompanhamos a história de quatro irmãos que, após ganharem braceletes misteriosos, podem se transformar em diversas feras de seu mundo. No entanto, esses braceletes não podem ser removidos e contêm um defeito que pode transformá-los em feras para sempre. Assim, inicia-se uma corrida contra o tempo para consertar os braceletes, levando-os ao maior mistério daquele mundo: a cidade trancada de Aasha, inalcançável para todos.
A história de Coridden é bastante comum, com personagens pouco carismáticos e um enredo previsível. Entretanto, o jogo se destaca nos cenários, que apresentam estéticas inspiradas nos países do norte da África e do Oriente Médio, proporcionando uma atmosfera diferenciada.
Valeu a pena o esforço
Apesar dos diversos pequenos erros, é perceptível o carinho e o esforço da pequena equipe por trás de Coridden, desde a campanha no Kickstarter até sua página de apresentação na loja da Steam. Mais do que isso, Coridden acertou no que era mais importante para a equipe de desenvolvimento: o modo cooperativo. Portanto, apesar das falhas, Coridden é um bom jogo.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro
Coridden
Prós
- Multiplayer
- Diversão
Contras
- Falta de legendas em português
- Jogo solo
- Repetitivo
