Review Firegirl: Hack 'n Splash Rescue DX Capa

Review Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX (Switch) – Curto e repetitivo como uma caixinha de fósforos

Se tem uma coisa que eu sempre quis foi um jogo de bombeiro, mas a maioria deles são simuladores e não são muito minha praia. Dito isso, Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é um game sobre essa profissão, porém, mais voltado para o arcade. Nele temos que apagar inimigos em chamas, salvar gatos e civis e recolher pistas sobre um mistério. Tudo isso deve ser feito em fases curtas com tempo limite.

Desenvolvimento: Dejima

Distribuição: Thunderful

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura, Plataforma

Classificação: 10 anos

Português: Legendas e interface

Plataformas: PC, Switch

Duração: 5 horas (campanha)/11 horas (100%)

Ironias do destino

Indo apagar as chamas do... quartel de bombeiros.

Firegirl já começa “pegando fogo”. Em nosso primeiro dia de serviço devemos apagar o incêndio do prédio dos bombeiros – irônico, não? É óbvio que damos conta, mas, no decorrer de missões, é nossa obrigação reconstruir o prédio e melhorá-lo.

Sob nosso controle está a novata Faísca – nome irônico para uma bombeira -, que decidiu seguir carreira após seu pai morrer em um missão de resgate contra o Senhor do Fogo. Entre uma fase e outra, mais sobre a história é apresentada. Ao que tudo indica, faz anos que a cidade é ameaçada por monstros de fogo que incendeiam tudo o que veem pela frente. Para acabar com isso, Faísca deve coletar Tomos de Fogo para descobrir como neutralizar essa ameaça.

Quem está causando todos os incêndios?

Como pode ser visto, a narrativa de Firegirl tem umas ironias engraçadas. É exatamente isso que ela é, contudo, o game tenta criar um lado emocional algumas vezes que, em minha visão, são incompatíveis com o jogo no geral. Com esse início irônico e toda a arte visual, é difícil levar a sério os personagens, principalmente com uma protagonista que nem se comunica.

Muita caricatura

A arte de Firegirl é aquela mistura de pixel art com cenários realistas. Foi isso que mais me chamou a atenção, e o game não deixa tanto a desejar. O mais impressionante disso são os personagens e suas muitas expressões de forma caricata. No entanto, novamente, Faísca não recebeu essa atenção e fica lá com “cara de paisagem” o tempo todo.

Outro problema no visual de Firegirl é a aparência das fases. Em toda minha experiência, só explorei um prédio e um trem. O primeiro tem suas variações, como fora do edifício, becos e telhado, além de uma exploração maior. Já o trem é totalmente linear – como esperado – e só isso. Depois de algumas missões, a falta de objetivos diferentes e essa repetição de cenários deixam tudo muito repetitivo e sem graça, mesmo com elas sendo feitas de forma procedural.

Sem tempo irmão

Faísca à la Mario Sunshine.

Todo mundo já sabe que o tipo água é o melhor contra o tipo fogo, e aqui não muda muita coisa, apenas que temos um limite de H2O para ser usufruído. Como existe a possibilidade de evitar inimigos e destruir obstáculos com o machado, conservar água pode não parecer um grande desafio. No entanto, como Faísca jogou muito Super Mario Sunshine, ela consegue usar a pressão hídrica para pular alturas sobre-humanas e driblar o perigo. Então, os desafios de plataforma estão presentes, exigindo muita precisão e água de quem joga.

Mas, não se engane! O objetivo em Firegirl não é apagar os inimigos, mas sim resgatar todos os civis e animais dentro do prédio antes que o tempo acabe e ele desabe. Porém, apagar as muitas chamas existentes faz com que Faísca consiga mais tempo para resgatar todo mundo. Desta forma, é preciso avaliar se é necessário apagar tudo que estiver em sua frente e gastar água.

Contratando pessoas para os bombeiros.

Para auxiliar em seus resgates e não ficar em apuros, Faísca poderá encontrar carregamento de água em canos estourados ou em galões de água. Caso o tempo esteja apertado, existem também relógios espalhados que ampliam as chances de conclusão da missão. Por fim, kits médicos podem curar as queimaduras da novata e recuperar corações. Tudo isso pode ser encontrado ao correr perigo em explorar áreas opcionais do prédio, o que pede uma análise de riscos.

Bombeiros influencers

Após ter o prédio inteiro destruído em um incêndio misterioso, os bombeiros de Firegirl colocaram toda responsabilidade na novata em reconstruir tudo. Sendo assim, após o final de cada missão, Faísca e os bombeiros ganham dinheiro. Isso depende de uma série de melhorias feitas, sejam em investimentos públicos ou ao conseguir fãs.

Dentro do edifício também podemos melhorar as ferramentas da Faísca, como roupas de proteção, o tanque de água e a mangueira. Para esquentar ainda mais as coisas, também é possível inserir medalhas de mérito que aumentam atributos e o dinheiro arrecadado no final de cada missão. Por mais simples que seja, os aprimoramentos feitos tanto no prédio quanto em Faísca entregam uma sensação positiva de progresso, o que torna as missões repetitivas e pouco divertidas.

É fogo

Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é o game de bombeiro que eu tanto queria, mas que veio com seus problemas. Ainda com uma repetição chatinha e a falta de carisma de Faísca, Firegirl é bem rápido de ser finalizado e tem um estilo bem arcade. A progressão funciona bem e dá um sentido divertido para fazer missões repetitivas e sem singularidades.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Progressão satisfatória
  • Arte visual
  • História meio engraçada

Contras

  • Falta de objetivos diferentes
  • Pouca variação de fases
  • Protagonista desinteressante
  • Narrativa tenta ser emocional