Poucos sabem, mas Crossfire é um dos maiores nomes da indústria. Com 22 milhões de usuários ativos mensalmente e um faturamento anual bilionário, é natural que a dona da franquia, a sul-coreana Smilegate Entertainment, queira explorar sua lucrativa marca ao máximo. Apesar do licenciamento da propriedade intelectual ter resultado em adaptações cinematográficas e televisivas de extremo sucesso, os spin-offs baseados no universo do FPS acabaram decepcionando por serem produtos ruins e inacabados. Afinal, CrossfireX é considerado um dos piores jogos de 2022, e Crossfire Legion, um título de estratégia em tempo real, desaponta por ser uma experiência bugada e mal feita.
Desenvolvimento: Blackbird Interactive
Distribuição: Prime Matter, Smilegate Entertainment
Jogadores: 1-6 (local e online)
Gênero: Estratégia
Classificação: 14 anos
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: 4 horas
Online vazio
O jogo criado pela Blackbird Interactive conta com uma campanha single player que possui 15 missões curtas. A narrativa retrata uma guerra entre as organizações militares Global Risk, Black List e New Horizon, todas em busca de poder e controle. Com três opções de dificuldade disponíveis que garantem partidas agradáveis tanto para quem deseja uma jogatina casual quanto para quem gosta de batalhas complicadas, os objetivos das operações se resumem em coletar materiais para atacar e destruir alvos específicos. A tática na movimentação da equipe e a estratégia na customização do arsenal são sempre peças chaves no caminho para a vitória.
As funcionalidades online permitem a realização de partidas multiplayer com até seis pessoas distintas. O título oferece uma boa variedade de modos cooperativos e JxJ (Jogador x Jogador), como o clássico Payload, de escoltar cargas, e o Brawl, que põe todos no campo de guerra lutando contra si mesmos. Os produtores implementaram suporte ao Workshop da Steam, sistema que proporciona uma maneira simples e fácil de acessar os mapas criados pela comunidade através do editor de níveis.
No entanto, é complicado encontrar partidas em rede, já que Crossfire Legion costuma ter menos de 50 players online simultâneos em escala mundial na plataforma da Steam, um número esdrúxulo e incompatível com o grande fenômeno que o título principal da franquia é. Importante notar que o game só funciona adequadamente com uma conexão à internet, já que o acesso aos servidores é necessário para conseguir utilizar boa parte das funções. Não há muito conteúdo para apenas um jogador, e criar duelos individuais contra a problemática e disfuncional inteligência artificial é uma tarefa absurdamente complicada, devido aos menus e interfaces confusos.
Estado técnico questionável
Crossfire Legion troca a visão em primeira pessoa do jogo principal em favor de um uma perspectiva aérea, que dá visibilidade ao que ocorre em todo o campo de batalha. Porém, o sistema de câmera utilizado é péssimo, dado que os controles não dão liberdade suficiente para ver o que está ocorrendo com rapidez e agilidade. O esquema adotado para o mouse e o teclado não é intuitivo, e a equipe de desenvolvimento não implementou suporte para joysticks.
Embora o jogo esteja saindo do estado de acesso antecipado e celebrando o lançamento de sua versão 1.0, Crossfire Legion aparenta estar incompleto. O visual desagrada, visto que a ambientação não é bem detalhada e todas as animações são visivelmente inacabadas. A otimização do exclusivo de PC é bizarra, pois além do software sofrer com períodos de carregamento longos, o título também sempre trava o aplicativo da Steam.
A Prime Matter, empresa responsável pela distribuição do game, não preparou uma localização para o português brasileiro, o que faz Crossfire Legion ser uma experiência que só pode ser jogada com textos e vozes em alguma das sete linguagens estrangeiras suportadas. O jogo não se preocupa em explicar o funcionamento das mecânicas da jogabilidade em uma forma clara e esclarecedora, já que tudo é ensinado de qualquer jeito, por meio de um menu escondido situado na parte de configurações.
Não vale a pena
Crossfire Legion passa longe de ser uma boa alternativa para os fãs de games de estratégia. A falta de conteúdo, os problemas técnicos e a completa ausência de jogadores online tornam o título da Blackbird Interactive em uma enorme perda de tempo, que certamente não vale os R$ 57 cobrados na loja da Valve.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Crossfire Legion
Prós
- Suporte ao Steam Workshop
Contras
- Sem tradução
- Controles ruins
- Faltam bons tutoriais
