Uma das franquias, que está nas mãos da Nintendo, finalmente chegou ao Switch – de forma exclusiva -, através do nome Cruis’n Blast. A série já é bastante conhecida desde os primórdios dos videogames, principalmente por conta de nomes famosos como Cruis’n USA lançado para Arcade em 1994, ou Cruis’n World do Nintendo 64. Com o retorno de Cruis’n para a plataforma Nintendo, o que tanto podemos esperar em termos de qualidade e jogabilidade?
Desenvolvimento: Raw Thrills
Distribuição: Raw Thrills
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Corrida, Arcade, Multiplayer, Party
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataforma: Switch
Duração: 2 horas (campanha)/20 horas (100%)
Corridas, manobras e takedown
É preciso deixar bem claro que Cruis’n Blast tem um foco gigantesco em diversão descompromissada e jogabilidade casual. Por isso, não espere qualquer tipo de enredo ou justificativa para que as corridas ocorram. É “pegar e jogar”, o que se vê por aqui. Cruis’n Blast possui uma campanha principal que nos coloca em circuitos com quatro pistas cada. Para habilitar o circuito seguinte, é necessário conseguir a medalha de ouro no anterior e, preciso dizer, que isso será algo realmente desafiador na dificuldade padrão.
Cruis’n Blast nos permite escolher entre os carros iniciais disponíveis, além de que há a possibilidade de realizar upgrades e adquirir tanques extras de nitro para serem usados em uma corrida única. São várias as formas de conseguirmos dinheiro para melhorar nossos veículos, dentre eles temos as manobras realizadas nas partidas, takedowns (eliminação dos oponentes) ao encontrarmos neles de forma violenta, tempo até a linha de chegada e afins.
Além dos upgrades, também é possível comprar modificações visuais, que trocam a skin do veículo, como também podemos contar com a adição de neon e outras partes interessantes para transformar cada carro/veículo em algo único.
No menu principal, estão disponíveis as pistas internacionais criadas para máquinas Arcade da época, fora o modo Quick Race e o multiplayer que, infelizmente, fica restrito apenas ao local para até 4 jogadores. Acima de 3 pessoas em uma mesma tela, a performance cai para 30 fps, ao contrário dos 60 fps constantes em que Cruis’n Blast tanto na Dock quanto no modo portátil do Switch.
Desbloqueáveis insanos
De longe, a parte mais divertida e empolgante de Cruis’n Blast são os desbloqueáveis. Além de dinheiro e peças visuais únicas que liberamos ao utilizarmos um carro específico e elevarmos seu nível de experiência, também é possível habilitar veículos bastante inusitados. Entre eles, temos as previsíveis motos, mas também o carro de polícia, caminhão de bombeiro, carro de fórmula 1, um helicóptero e até mesmo um Triceratops. Sim, você não deu errado.
Apesar de figuras bastante insanas com as quais podemos jogar, o som por trás delas é bastante decepcionante. Faltou bastante atenção aos detalhes, já que o helicóptero e o dinossauro possuem o exato mesmo barulho de um carro comum, o que quebra completamente o clima. Ambos também são conduzidos da mesma maneira que os veículos normais, agindo muito mais como um carro do que qualquer outra coisa, e isso é uma oportunidade imensamente perdida por parte do estúdio.
Mesmo assim, é um sentimento bastante recompensador o existente aqui, assim como havíamos em tempos atrás. Cada término de circuito apresenta uma surpresa diferente, como também jogar qualquer um dos modos disponíveis pode elevar a experiência do veículo e conceder dinheiro para comprarmos melhorias e modificações visuais. No quesito esforço e recompensa, Cruis’n Blast faz escola.
Porém, não é somente desbravando a campanha que libera os veículos extras, mas também coletando chaves durante as corridas. Todas as pistas possuem 4 chaves no total para serem encontradas, seja na rota principal ou em travessias escondidas. Coletando todas as chaves do cenário, liberamos um veículo secreto, o que adiciona bastante ao fator replay de Cruis’n Blast.
No mais, as pistas nas quais corremos durante o modo principal ficam disponíveis para jogarmos nas opções adicionais. Todos os cenários são criativos em um nível absurdo, trazendo ambientações que lembram bastante a loucura em máquinas de Arcade. As pistas trazem locais diversos, desde o litoral do Rio de Janeiro até uma selva com dinossauros e monstros das neves que quebram o chão e fazem os carros caírem no buraco – sempre fazendo parte da rota comum da pista.
Jogabilidade incrível, com poucas faltas em geral
Cruis’n Blast é um divertidíssimo jogo arcade de corrida, que com certeza falará com todos aqueles que gostam de algo sem tanto compromisso que dura apenas alguns minutos. A melhor parte é a possibilidade de receber dinheiro para adquirir melhorias e afins jogando qualquer um dos modos disponíveis, até mesmo o multiplayer local. Isso é primordial para dar um propósito para as opções secundárias existentes, em vez de apenas torná-las em “corridas rápidas sem qualquer recompensa”.
As músicas também são incríveis e permitem a alternância entre as faixas a qualquer momento da corrida pressionando o X. Com isso, conseguimos controle total do que será tocado durante a pista. Parece algo simples e banal, mas para mim é primordial ter algo do tipo em games do gênero.
Os desbloqueáveis de Cruis’n Blast são definitivamente dignos do nosso tempo, porém, “veículos” inusitados como o helicóptero e o dinossauro mereciam uma atenção melhor no quesito som e jogabilidade. Em vez disso, a sensação é intensa de que estamos apenas jogando com uma skin diferente de um carro qualquer, já que ambos são controlados de maneira bastante genérica. No final, o saldo é positivo, com a esperança de que algumas atualizações melhorem aquilo em que o jogo fica devendo: atenção aos detalhes e um multiplayer online.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Cruis'n Blast
Prós
- Muitos veículos desbloqueáveis
- Músicas alternáveis durante corridas
- Jogabilidade insana e recompensadora
- Mais de 25 pistas disponíveis
- 60 fps na Dock e no portátil
Contras
- Queda de fps no multiplayer
- Sem multiplayer online
- Veículos sem atenção aos detalhes
