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Review Zoids Wild: Blast Unleashed (Switch) – Um golpe na diversão

Zoids Wild: Blast Unleashed é o game de um anime e mangá em que robôs gigantes lutam entre si, controlados por jovens montados em suas costas. Confesso que nunca assisti esta série televisiva, mesmo tendo sido transmitida uma época em que eu ainda era vidrado por diversos animes (início dos anos 2000), como Beyblade, Naruto, One Piece, etc.

Essas franquias citadas com certeza me vendem jogos hoje em dia, justamente pelo meu apego à elas e seus momentos de nostalgia. Então, encarei Zoids Wild: Blast Unleashed com a mente totalmente aberta, sem conhecimento nenhum, com a intenção de testar e ver se realmente é possível se divertir sem um amor à obra original, ou qualquer tipo de conhecimento sobre o conteúdo.

Desenvolvimento: Codeglue
Distribuição: Outright Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Luta, Multiplayer
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: Sem registros

Robôs, arenas e vários golpes

Golpes "animais"

Tratando-se de história, Zoids Wild: Blast Unleashed apresenta ao jogador o enredo de forma simples e bastante estática no modo Campanha, através de conversas em texto e os avatares dos respectivos personagens falantes acima. O progresso é tido selecionando missões, batalhando contra outros robôs de facções inimigas e afins, vencendo e selecionando a próxima missão. Através das vitórias na campanha, novos personagens (robôs) são liberados para serem usados no modo Livre, onde você luta contra um amigo no mesmo console (multiplayer local) ou contra um outro personagem controlado por inteligência artificial.

O design dos robôs são incrivelmente belos, e todas as máquinas são baseadas em seres vivos como insetos, animais e até mesmo dinossauros. Devo dizer que o modelo 3D de cada robô desenvolvido aqui me conquistou de primeira, apresentando um design de personagem que se compara até mesmo à franquia Transformers. A jogabilidade central também não fica para trás e coloca o jogador em arenas fechadas para lutar contra seus oponentes, me fazendo lembrar superficialmente da franquia de jogos Naruto Ultimate Ninja Storm, em que lutamos também em locais confinados sem muita interação com o cenário.

Decepções em sequência

Powerup!

Porém, depois de tantos elogios, por mais que Zoids Wild: Blast Unleashed soe como um jogo maravilhoso e cheio de conteúdo, ele infelizmente não é. Assim como os jogos citados do Naruto, Zoids Wild: Blast Unleashed possui uma quantidade limitada de golpes a serem usados, mas num nível excessivo. É o típico jogo onde você joga com apenas um personagem e já consegue dominar todos os existentes, já que a forma de luta não possui variação e os comandos são sempre os mesmos.

Existem três botões de face que são usados para ataque e um para defesa – que também pode ser usado para esquiva -, uma versão melhorada de cada um deles que consome uma barra de energia atrelada a este ataque específico e, finalmente, um modo que libera seu poder máximo e pode ser usado assim que uma barra é preenchida com ataques desferidos sucessivamente. Neste momento, versões maximizadas de cada ataque também são liberadas, podendo ser usadas até o fim do estado de espírito de poder aumentado em que o jogador se encontra.

Máximo poder

Mais uma vez, tudo isso pode parecer bastante divertido, mas é um jogo sem muita alma. As batalhas não são nada emocionantes e parecem sempre as mesmas, as arenas são estupidamente pequenas – menores até mesmo que as de Naruto Ultimate Ninja Storm -, os golpes não parecem encaixar tão bem um no outro em formato de combos, e as músicas, bem… estão ali existindo. Os comandos de defesa e esquiva também não demonstram tanta efetividade, e constantemente me vi falhando ao usá-los.

O maior apelo do jogo mesmo é liberar os personagens desbloqueáveis e mais nada. Existem sim coletáveis adicionais, como imagens de galeria (sério, quem vai querer isso?), mas nada que justifique realmente o fator replay uma vez liberado todo o roster de robôs disponíveis. Infelizmente, o multiplayer é restrito ao local, podendo jogar apenas no mesmo console contra alguém. Foi uma oportunidade bastante perdida de criar algo com um modo online, partidas privadas, ranqueadas, etc. Não que eu seja um grande fã de modos online em jogos de luta, mas eu gosto de saber que o recurso está ali me esperando caso eu deseje usar a qualquer momento.

Arenas confinadas

A versão de Switch sinceramente não pode ser recomendada se você for do tipo que prefere jogar no modo portátil. A parte gráfica é terrível jogando fora da Dock, e a resolução cai constantemente, transformando tudo num show de serrilhados e imagens feias gritando por meio de cenas borradas, trazendo uma experiência similar aos jogos por streaming por conta dos artefatos que surgem na tela.

A performance pelo menos se mantém estável, mas não estou exagerando quando digo que no modo portátil Zoids Wild: Blast Unleashed é um jogo visualmente ruim – e nem sou tão exigente assim. Se realmente deseja jogar este jogo no Switch, prefira fazer isso com ele na Dock ou aguarde uma atualização futura esperando que corrijam isso.

Não é um Naruto Ultimate Ninja Storm

Bom, infelizmente Zoids Wild: Blast Unleashed tinha bastante potencial, mas suas lutas repetitivas e superficiais, a falta de uma apresentação digna de animes e a ausência do modo online tornaram esse jogo bastante frustrante para mim. Sempre valorizo mais a jogabilidade do que qualquer história profunda ou cativante, mas Zoids Wild: Blast Unleashed precisa fazer muito além do que entregar vários personagens que funcionam exatamente da mesma forma para me cativar ou me entregar algo realmente marcante. Enquanto isso, sigo jogando Naruto Ultimate Ninja Storm 4, que possui muito mais personalidade e cutscenes que sabem como chamar a atenção – ah, e não posso esquecer novamente do seu modo online magnifíco.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Zoids Wild: Blast Unleashed

5

Nota final

5.0/10

Prós

  • Design de personagem
  • Muitos selecionáveis
  • Multiplayer local

Contras

  • Sem modo online
  • História de pouquíssimo apelo
  • Lutas repetitivas e sem emoção
  • Resolução péssima no portátil