Você já percebeu que, sempre naquelas cenas dramáticas de morte em filmes ou séries, existe um pássaro específico por perto? Caso sua resposta seja não, então esqueça toda essa bobagem de estudantes com cadernos da morte e seus shinigamis, pois aqui irei falar dos verdadeiros ceifadores de alma e como eles sempre estão presentes nesses momentos.
Death’s Door é sobre a aventura de um pequeno corvo que trabalha em uma instituição coletora de almas. Após ter sua missão comprometida e a alma que estava caçando ser roubada, esse corvinho se aventura em uma terra que não sabe o que é bater as botas. Então, ele precisa coletar mais almas para abrir a porta da morte.
Desenvolvimento: Acid Nerve
Distribuição: Devolver Digital
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Arcade
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 8 horas (campanha)/14 horas (100%)
Carisma até no fim da linha
Falar sobre a morte pode ser algo pesado, difícil e angustiante, tendo em vista que todos somos finitos. Death’s Door consegue suprimir esses empecilhos e criar uma aventura carismática e bela, ao mesmo tempo que discorre sobre um tema difícil.
O corvinho que controlamos é um incrível ouvinte e, por isso, apenas escuta o que os outros têm a dizer. Logo, o protagonismo recai sobre as almas vagantes de uma terra que nunca conheceu a morte. Tais personagens roubam a cena pelas suas peculiaridades, sejam elas uma panela com sopa no lugar da cabeça ou a insaciável necessidade de conseguir férias de um trabalho chato.
Além dos personagens, o mundo de Death’s Door é bem construído com um level design que lembra muito ao primeiro Dark Souls, com múltiplos caminhos que se interligam e atalhos a serem descobertos. Outra grande semelhança são os segredos que só alguém muito curioso consegue descobrir, contudo, às vezes, a curiosidade pode matar o corvo – assim como aconteceu com o gato.
No bico do corvo
Desafiador e sufocante são dois adjetivos perfeitos para resumir os combates de Death’s Door. Os inimigos são bem variados e, quando muitos estão juntos, transformam toda a festa em um velório sem fim. O pior dessa experiência é que ficamos presos em espaços pequenos, enquanto mais ondas de inimigos vão chegando. Sendo assim, ficamos presos com múltiplos adversários, ou será que eles é que estão presos? A resposta para essa pergunta é: depende!
Para coletar almas e ter certeza de que elas foram para o beleléu, o pequeno corvo é equipado com uma arma branca e uma habilidade especial. Há mais utensílios conquistados na jornada, porém, estes não mudam muito quando o assunto é combate. O grande diferencial aqui é como essas almas são gastas.
As fogueiras de Death’s Door são as portas e, sempre quando entra em uma delas, o corvo volta para a sede. Nela, podemos gastar as almas para ampliar força, destreza, velocidade e magia. Definir o mais importante a ser melhorado primeiro é, talvez, a chave para essa porta chamada sucesso. Por outro lado, saber o momento de atacar e o de desviar também é crucial, principalmente quando se trata dos chefes.
Assim como todos os personagens dessa jornada, os chefes são impactantes e memoráveis. A quantidade é razoável, mas cada um brilha de forma diferente nesse vale das sombras e da morte. Além deles, há também as 3 grandes almas que procuramos. Esses chefes não apenas recompensam quem joga com um grande desafio, como também instigam a reflexão com diálogos no momento em que estão no “bico do corvo”.
Indo desta para melhor
Talvez seja um pouco polêmico o que irei dizer aqui, mas Death’s Door combina muito mais com o Switch do que com Xbox – primeira plataforma em que ele foi lançado. A transição de um console potente para o portátil da Nintendo é imperceptível. Este é um daqueles games que você quer jogar antes de dormir deitado em sua cama ou quando está no intervalo do trabalho. Digo isto pois foi exatamente nesses momentos que joguei e finalizei Death’s Door, portanto, acredito que ele saiu e foi para um console que tem a sua cara.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong