Death's Door Capa

Review Death’s Door (Xbox One) – Ceifador de almas

Desenvolvido pela Acid Nerve, criadores de Titan Souls – que conta com diversas análises positivas -, sua mais nova obra, Death’s Door, coloca o jogador nas penas de um pequeno e simpático corvo, que vive uma vida monótona trabalhando como ceifador de almas dos mortos. Isso pelo menos até o momento em que a alma designada que deveríamos ceifar é roubada de nós, a partir daí começa a nossa jornada pelas terras de um mundo intocado pela morte, que serve de lar para diversas criaturas poderosas.

Desenvolvimento: Acid Nerve
Distribuição: Devolver Digital
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PC, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 7 horas (campanha)/12 horas (100%)

O ciclo da vida e da morte

Ceifadores

Tudo que é vivo morre, e podemos definir este como o tema central ao qual a história e o mundo de Death’s Door gira em torno. Somos apenas mais um corvo trabalhando como ceifador de almas em uma grande corporação de ceifadores, vivendo um dia de cada vez, para bater o ponto e continuar com nossas obrigações.

Nesta obra os corvos são os responsáveis por fazer esse serviço, utilizando portais para se locomover da sede dos ceifadores até os locais onde se encontram os seus alvos, em que passamos por diversos perigos, e arriscamos até mesmo envelhecer e morrer.  Como o ótimo funcionário que somos, continuamos ceifando nossas vítimas sem questionar, pelo menos até o momento em que a alma que deveríamos capturar, pertencente a uma criatura monstruosa, acaba sendo roubada por um corvo muito maior e mais velho.

Ao perseguir o ladrão, chegamos em um grande portal, como aqueles que utilizamos para locomoção, porém ele está trancado, e aquele que nos roubou pede desculpas pelo que fez, mas diz que precisava de almas grandiosas para abri-lo. No fim das contas, ele acaba depositando sua confiança no nosso pequeno protagonista emplumado, para buscar três almas poderosas que habitam a região, pois só assim conseguiremos recuperar nossa alma designada, que agora se encontra dentro dessa porta.

Um belíssimo mundo e personagens carismáticos

Personagens carismáticos

O mundo construído pela Acid Nerve é maravilhoso e belo, contando com um level design extremamente agradável, com vários pontos que se interligam, lembrando jogos como Dark Souls e Zelda. Iremos explorar diversas áreas, como montanhas com neve, mansões que abrigam perigos e armadilhas, grandiosas ruínas e pântanos cheios de vida. 

Os personagens que encontramos durante nossa aventura pelo mundo de Death’s Door são extremamente únicos e carismáticos, como um guerreiro que luta para se livrar de uma maldição, ou os dois corvos que trabalham na sede do comitê de ceifadores: um que vive resmungando das pilhas de tarefas e o outro que adora deixar bem claro que gosta do que faz. Todos eles têm algo para nos contar sobre aquele universo incrível que abarca tantos mistérios.

Tudo isso ainda fica melhor graças à maravilhosa trilha sonora. Cada uma das faixas parece ter sido escolhida com um esmero e carinho muito grande, o que acaba sendo algo que só deixa essa aventura ainda mais memorável. 

Jogabilidades, armas e habilidades

Equipamentos

Com uma jogabilidade que não foge do convencional, porém de forma bem executada, você pode usar as armas de corpo-a-corpo para dar golpes leves e rápidos, ou fortes e lentos, cabe ao jogador escolher o melhor momento para cada um. Também podemos esquivar para qualquer direção, e utilizar diferentes ataques à longa distância, com um arco, magia de fogo, bombas e um gancho.

Temos à nossa disposição diferentes armamentos que encontramos espalhados pelo cenário, cada um tem um conjunto de movimentos únicos, priorizando velocidade ou dano, ou sendo mediana em ambas características. Na sede dos ceifadores, podemos melhorar nossas habilidades usando as almas que iremos coletar durante os combates, melhorando desde velocidade e dano, até diminuir o tempo entre o uso dos ataques com projéteis. Já para melhorarmos nossas barras de vida e magia, precisamos coletar cristais que estão escondidos pelos cenários.

Cenários

Porém, duas coisas podem acabar incomodando os jogadores, e fazem falta durante a jogatina: ao enfrentarmos nossos inimigos não é possível travar a mira, o que acaba fazendo com que o jogador erre diversos golpes ao enfrentar ondas de oponentes. Fora isso, com uma exploração presente em vários momentos, um mapa seria muito útil para se localizar e orientar.

Uma das melhores obras do ano

Death’s Door é sem dúvida alguma um dos melhores indies do ano, com seus momentos marcantes e seu tema delicado tratado de uma ótima forma, trilha sonora impecável, variedade de cenários e uma jogabilidade bem construída, a obra consegue agradar até mesmo os mais exigentes. Acaba sendo um pedido obrigatório para os jogadores que gostam de uma boa história e aventura, com um mundo belíssimo cheio de figuras exóticas e diversos segredos.

Além disso, Death’s Door está completamente traduzido para o português brasileiro, facilitando o acesso e a compreensão dessa incrível jornada. Aqui, você deve se preparar para enfrentar o ciclo de vida e morte que acompanha todos os seres.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Death's Door

9

9.0/10

Prós

  • Estilo artístico belíssimo
  • Mundo único e bem construído
  • Personagens carismáticos
  • Variedade de armas e habilidades

Contras

  • Falta de trava de mira
  • Falta de mapa