Demonschool é um novo RPG indie com inspirações claras em séries famosas, mas que ainda assim consegue se manter único e divertido. Imagine que você está indo para a escola em uma ilha isolada do mundo e que, além das ansiedades normais de um adolescente, precisa lidar com uma invasão demoníaca que chegará em poucas semanas. Esta é a premissa meio absurda do título, que, apesar de manter um bom humor, é repleta de reviravoltas e, por vezes, clichês.
Desenvolvimento: Necrosoft Games
Distribuição: Ysbryd Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 14 anos (Violência)
Português: Não
Plataforma: Xbox One, Xbox Series X|S, PS4, PS5, PC, Switch
Duração: 32,5 horas (campanha)/36 horas (100%)
Lute para selar o portal

A alma de Demonschool está no seu combate, que se assemelha mais a um jogo de tabuleiro do que a um RPG tático tradicional. Todos os personagens ficam dispostos em um tabuleiro, podendo se movimentar apenas em linhas retas e em distâncias fixas, movendo-se além disso somente para atacar inimigos. A única exceção é um “sidestep”, um passo para o lado que melhora o posicionamento. Os pontos de movimentação são compartilhados entre todos os companheiros, permitindo que você gaste todos eles com um único personagem, se quiser.

Durante o turno, você coordena todos os seus passos e gasta toda a energia de movimento, mas só depois de finalizar o turno é que os movimentos são realmente executados. O mesmo acontece com os inimigos no turno deles. O combate costuma ser rápido, já que todos, aliados e oponentes, possuem poucos pontos de vida, e muitas partidas podem ser finalizadas antes de eliminar todos os inimigos ao cumprir certas condições, como matar um número específico de adversários ou se mover até o outro lado do tabuleiro para abrir um portal. A diversão está em otimizar ao máximo seus movimentos, usar golpes combinados e evitar dano para conseguir a melhor nota ao fim do combate. Sim, cada luta recebe uma nota baseada no dano sofrido e na quantidade de turnos usados.
Uma ilha com várias histórias

Entre os combates da história principal e das sidequests, há muito a ser explorado na ilha. Vários lugares estranhos oferecem atividades que podem ou não levar a algo, como fazer carinho em um cachorro e limpar uma lápide no cemitério ou jogar uma moeda na fonte na praça da cidade.
Dentre os minigames oferecidos, a pesca é bem recompensadora e traz aquele espírito de colecionador, com diversos peixes esquisitos para completar seu compêndio. O karaokê, com seu minigame de rimas e temas, é inesperado, mas ainda assim interessante.

A exploração é recompensadora principalmente pelos encontros com personagens inusitados e suas histórias exageradas e nonsense. Com o tempo, os eventos que permitem avançar os relacionamentos com o grupo se tornam bem engraçados e conseguem aprofundar as histórias dos seus companheiros. As duas personagens principais tem uma dinâmica que é muito divertida e por muitas vezes engraçada.

O design dos menus é bem estiloso e lembra muito a série Persona, de onde também traz algumas das inspirações do seu loop de gameplay. Apesar dos visuais muito bons, a navegação dos menus pode ser um pouco confusa, especialmente na escolha e treinamento de habilidades para cada um no seu time.
O charme está na simplicidade
Demonschool combina estilo, humor e um sistema de combate original para criar uma experiência única. Mesmo com alguns tropeços nos menus, o jogo brilha na criatividade, na exploração e na forma como transforma seu tabuleiro minimalista em algo estratégico e divertido. É um RPG que pega inspirações claras, mas consegue deixá-las com sua própria identidade.
Revisão: Júlio Pinheiro
Cópia de PC cedida pelos produtores




