Seguindo os passos do reboot de 2016, DOOM: The Dark Ages mantém o alto nível da série, mesclando novidades e elementos clássicos para entregar mais um grande título para a clássica franquia de FPS.
Desenvolvimento: id Software
Distribuição: Bethesda Softworks
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Ação
Classificação: 18 anos (violência extrema, linguagem inapropriada, temas sensíveis)
Português: Dublagem, Legendas e Interface
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series S|X
Duração: 13.5 horas (campanha)/22 horas (100%)
A origem do Slayer

The Dark Ages é uma prequel do reboot de 2016 e de DOOM Eternal, sua continuação. Claro, não acho que muita gente jogue DOOM pelo roteiro, mas ele está lá e é contado por várias cenas, que são bem feitas. Dessa vez, controlamos o consagrado Doom Slayer em uma história que mostra a sua ascensão para se transformar na máquina de caçar demônios que tanto conhecemos. Como o nome sugere, o título se passa em um cenário medieval, mas que, na verdade, mistura esse tema com a estética futurista da série, criando algo peculiar. O jogo é totalmente dublado em português, em um bom trabalho de localização.
Acho que a primeira coisa a ser dita é que DOOM: The Dark Ages não é apenas um mais do mesmo dos últimos jogos, assim como DOOM 2016 e Eternal não eram a mesma coisa quando você pegava para jogar e se aprofundava. Ainda que mantendo a premissa básica, dadas as características de mecânicas, arsenal, level design, inimigos e seus comportamentos, o título possui seu próprio ritmo e estilo de gameplay, que o tornam uma experiência diferente, ainda que familiar. Por exemplo, não há um hub central como em DOOM Eternal, e os upgrades são feitos em um sistema diferente.
Um escudo para atacar e defender

A principal mecânica nova de Dark Ages é, certamente, o escudo. O equipamento é fixo no arsenal, sempre acessível a um botão, e pode ser usado tanto defensiva quanto ofensivamente, além de deslocamento e solução de puzzles. Podemos, naturalmente, defender golpes dos inimigos, desde diminuir dano até anular, mas o principal é o parry. Essa mecânica, cada vez mais comum em jogos no geral, chega agora também em DOOM, na forma de utilizar o escudo no breve momento antes de algum ataque verde atingir o Slayer, que pode então rebater o projétil, atordoar o inimigo ou realizar alguma outra ação.
Na parte ofensiva, podemos jogar o escudo ou fazer um dash agressivo até um inimigo, que causa dano também ao redor. Existem diversas ações possíveis com o equipamento e é uma mecânica bem implementada, complementando bem o básico do Slayer, que é seu arsenal de armas dos mais diferentes níveis de destruição.
Assim como nos títulos anteriores, temos armas (entre novas e clássicas) de diferentes categorias, como metralhadoras, espingardas, laser, entre outras. Você pode escolher entre as favoritas para seu estilo de jogar, se adaptar para cada tipo de demônio a enfrentar e também mesclar os ataques com o escudo e as armas brancas. Enfim, não faltam opções para abordar o combate.
Medieval, mas nem tanto

As fases apresentam a proposta tecno-medieval do título em todos os seus cenários e são razoavelmente grandes, como estamos acostumados. Também como não poderia deixar de ser, as fases são repletas de segredos, que são sempre satisfatórios de serem encontrados. Além disso, são uma boa forma de quebrar um pouco o ritmo frenético de tiroteio, para quem quiser dar uma variada – além de encontrar recursos para fazer upgrades.
Mas me incomodou o fato de, dessa vez, não existir uma opção de transporte rápido entre diferentes partes dos cenários, o que era muito útil para buscar segredos que deixamos passar ou ir direto para eles ao rejogar uma fase.
Ao contrário de DOOM Eternal, que era focado em mobilidade e seções de plataforma, aqui temos um jogo mais pé no chão, o que é demonstrado já na forma de um Doom Slayer pesado, que causa dano ao cair de grandes distâncias e não possui um pulo duplo.

A dificuldade é bastante personalizável, sendo possível mudar diversos aspectos de forma independente uns dos outros, incluindo o quão restrito é o timing do parry, o que é muito útil para agradar todos os tipos de jogadores.
Além da jogabilidade esperada da série, são adicionados alguns novos modos: há fases que controlamos um dragão e também um robô gigante. São momentos de variação da gameplay típica mas que possuem pouca profundidade e que realmente não acrescentam muito. Está lá, é ok, mas fica a vontade de logo voltar ao chão e seguir a destruição com o Slayer.
Talvez não seu favorito, mas ótimo de qualquer forma
Confesso que, particularmente, ainda prefiro DOOM Eternal no momento – mas também admito que essa é uma questão de gosto pessoal. Inclusive, sou favorável a uma sequência que arrisca e não lança um mais do mesmo, trazendo algo diferente e mantendo a qualidade. É isso que temos em DOOM: The Dark Ages, um título recomendado para todos os fãs da série e de jogos de tiro em primeira pessoa.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro