Capa do jogo

Review Fallen Knight (PS4) – Hollow Knight futurista

Ultimamente tenho jogado bastante sidescrollers em plataforma, tendo feito o review de Metaloid: Origins. Quando me apareceu a oportunidade de revisar mais um jogo desse maravilhoso gênero, não pude deixar de fora.

Desenvolvimento: Fair Play Studios Co. Ltd.
Distribuição: PQube Limited
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Interface e Legendas
Plataformas: PS4, PC, Xbox One
Duração: Sem registros

O verdadeiro jogo do Rei Artron

Cena da introdução do jogo, Lancelot em primeiro plano, enquanto Galahad aparece no fundo.

Num futuro distópico, os Cavaleiros da Távola Redonda conseguem resgatar o Santo Graal. Eles o usam como fonte de energia, e acabam resolvendo muitos aspectos negativos da sociedade. Porém, o artefato é cobiçado pela organização The Purge, que lança um ataque terrorista na cidade de Neo-Utopia, a fim de capturar o tesouro e usá-lo para fins nefastos. Sendo assim, os cavaleiros mandam Lancelot e Galahad, com o intuito de defender a cidade e parar os planos terroristas.

Fallen Knight te apresenta dois personagens iniciais: Lancelot, que tem uma gameplay parecidíssima com jogos do Maverick Hunter, com cinco fases em ordens pré determinadas pelo jogador, com inimigos e um chefe no final; ou Galahad, protagonista secundário que não possui um sistema de cura assim como Lancelot, mas que consegue se curar pareando ataques inimigos. Galahad funciona no sistema de “runs” tal qual um Rogue-like, em que você recebe upgrades iniciais aleatórios e, ao adquirir itens e moedas o suficiente, pode assegurar receber alguns estratégicos ao ser restaurado – que é quando você é derrotado – ,mecânica semelhante à de Dead Cells, título de 2017.

Metrópole? No futuro? Não é cyberpunk?

Lancelot atacando um inimigo na introdução do jogo, enquanto outro está mais acima.

Fallen Knight possui uma identidade própria muito marcante, seja pelo visual dos personagens e inimigos, cartunizado mas não exagerado, trilha sonora condizente com o ambiente ou mecânicas já existentes implementadas de maneira astuta, como o parry. O level design também é de se elogiar, fazendo par com uma jogabilidade rápida, em que o protagonista escala paredes, salta entre prédios, cai entre vãos, apresentando uma dinamicidade e sensação de localização bem feitas. Não existe a menor confusão nas direções do título. O objetivo está claro, e sua localização e caminho que precisa tomar também estão a todo momento. Com base nesse aspecto, Fallen Knight me fez lembrar de I-Ninja, de 2003, publicado pela NAMCO. Sem dúvida, um dos melhores que já joguei em toda minha vida. 

A ambientação dos mapas é outro ponto a ser exaltado. Utilizando de gráficos leves, Fallen Knight consegue trazer uma riqueza de detalhes pelo uso de movimento exagerado, uma técnica utilizada primeiramente em animações, mas que se encaixa perfeitamente com o visual do jogo. Seja voando entre arranha-céus, navegando um mapa vindo diretamente dos videoclipes de Lazerhawk (completamente anos oitenta), ou explorando minas abandonadas repletas de lava, Fallen Knight carrega toda a criatividade da sua fonte inspiradora, mas apresenta com uma roupagem nova: os fundos em três dimensões.

Pressa inimiga da perfeição

Lancelot correndo ao encontro de um inimigo, que se prepara para atacá-lo, enquanto uma orbe inimiga sobrevoa.

A impressão que eu tenho é que o jogo infelizmente foi lançado antes da hora. Existem problemas visuais gravíssimos. Apesar de toda criatividade com a ambientação, os inimigos são sempre os mesmos, não mudando detalhes visuais, quiçá os funcionais. Além disso, a fonte utilizada nos menus contrasta muito mal com a fonte da arte da capa. Existem também problemas de execução, como a hitbox de alguns inimigos ser completamente descalibrada. O inimigo do escudo é um exemplo claro disso, e  é possível observar a animação alcançando o oponente, mas o dano não é contabilizado, enquanto o oponente pode bater o escudo no protagonista livremente. 

O timing do sistema de parry não é nada constante. Em certos momentos, cheguei a me perguntar se era sorte ou se ele simplesmente decidiu funcionar. Num título em que a fluidez e as menores frações de tempo fazem a total diferença, isso é um ponto que acaba frustrando e muito a jogabilidade. Outro ponto gravíssimo é que, para conseguir recursos a fim de melhorar seu equipamento, o jogador precisa executar inimigos com esse golpe, o que se torna um pesadelo quando o sistema funciona somente quando quer. O input lag no menu é gravíssimo, chegando a momentos em que eu precisava esperar cerca de 5 segundos para cada mudança na navegação do menu, para confirmar minhas preferências.

Resumo da ópera

Fallen Knight é um título que merece mais polimento. O estado atual do jogo acaba revelando indiretamente o real interesse de sua empresa e seus colaboradores. Mas, apesar disso, ele tem potencial o suficiente para se tornar um clássico, tal qual os que o inspiraram. 

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Fallen Knight

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Visual cativante
  • Mecânicas inovadoras
  • Modos de jogo diversos

Contras

  • Inimigos sem variedade
  • Hitboxes bugadas
  • Parry só funciona quando quer
  • Input lag nos menus