Em uma aventura infestada de perigos, manter-se vivo, solucionar puzzles e explorar locais para encontrar itens pode ser uma tarefa bem complicada quando está sozinho, mas, e se tivéssemos que nos preocupar com 3 personagens de uma vez? Greak: Memories of Azur faz dessa premissa sua principal fonte de desafio. As individualidades de cada personagem facilitam no rumo da aventura, mas se preocupar com outros dois aliados não é uma tarefa tão simples. Portanto, o balanceamento entre prós e contras nessa decisão é o ponto chave aqui, principalmente por se tratar de IAs, que podem facilitar muito, ou tornar tudo ainda mais estressante.
Desenvolvimento: Navegante Entertainment
Distribuição: Team17
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Puzzle, Plataforma, Aventura
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S, Switch
Duração: 8 horas (campanha)
Irmãos perdidos
Greak: Memories of Azur é um jogo de aventura e plataforma side scrolling com uma história mágica e encantadora. Nele, controlamos os irmãos Greak, Adara e Raydel, que são de uma raça mágica chamada Courines que vive há séculos nas terras de Azur. Durante todo o tempo de sua existência, os Courines lutaram pela sua permanência nas ilhas contra os Urlags. Após uma praga se alastrar, as vitórias foram se tornando escassas e eles precisam encontrar outro lugar para viver.
Nesse meio tempo, o trio se separou por conta de suas responsabilidades, e Greak foi atrás deles, contudo, acabou sendo atacado por um bando de Urlags e acordou em um vilarejo. Os habitantes que se refugiaram nele estão sendo protegidos por Exploradores, o exército principal dos Courines, e pretendem construir um dirigível para fugir de Azur. Então, Greak concorda em conseguir materiais para construção do transporte, enquanto procura por seus irmãos, sendo essas as principais missões de Memories of Azur.
Estratégias em dose tripla
De início, apenas Greak está disponível para ser utilizado, sendo assim, por ser o mais novo dos irmãos, os desafios estão ligados a dificuldade em se virar sozinho e aprender a manusear uma espada. Logo, alguns locais do mapa não podem ser acessados por conta da falta de uma habilidade específica de outro personagens ou por estar sozinho. Os seus diferenciais são que ele possui uma besta, consegue nadar por pouco tempo e, por ser bem pequeno, pode se esgueirar em pequenos buracos.
Adara é a primeira a ser encontrada. Por ser uma Oráculo, que são Courines que foram prestigiados por magia, ela estava estudando com outros alunos durante a invasão e, ao fugir, deixou marcas espalhadas para que Greak a encontrasse. Adara ataca de longe com sua magia, tem muito fôlego ao nadar e consegue planar ao pular. No começo, quando controlamos apenas Greak e ela. Não há muitas mudanças, pois ambos fazem muitas coisas semelhantes, mas isso ocorre apenas no início.
Por fim, Raydel – meu favorito – é um Explorador e, durante a invasão, estava defendendo os templos ancestrais dos Urlags. Ele é o maior dos três e carrega uma espada longa, um grande escudo e um gancho. Por conta de todo esse peso, Raydel não consegue nadar como os outros dois e sempre que cai na água morre. No entanto, o gancho serve para passar desses locais úmidos e o grande escudo pode defender todos os tipos de ataques.
Desafios distintos
Cada um dos irmãos possui uma mochila em que podemos colocar itens encontrados como tesouros, itens de missão ou comidas. A troca de personagens pode ser feita através dos direcionais, mas também podemos controlar todos juntos. Para isso é preciso utilizar o comando de mímica, sendo ele o ZL, mas também podemos chamá-los com o ZR.
É um trabalho e tanto controlar todos de uma vez, principalmente em lutas contra chefe e nos momentos de plataforma. Cada um possui pulos diferentes, portanto, é passível de que quedas ocorram e danos desnecessários sejam levados. Já nas lutas de chefe o mesmo acontece, pois deixar um personagem por conta própria é um grande problema. Eles atacam, mas não se movem e nem esquivam, por conta disso, podem ser uma dor de cabeça caso você não tome cuidado. Porém, é mais uma questão de estratégia do que de ação, não sendo um problema estar em Greak: Memories of Azur.
Os puzzles poderiam ser uma peça importante e ser o principal desafio de tudo, mas não são tão complicados. Mesmo nos momentos finais do game, quando o trio está completo, os quebra-cabeças encontrados podem até ser complexos, mas não são difíceis. Tudo se baseia na exploração: andar pelo mapa e encontrar as possibilidades necessárias. O desafio fica mais no cuidado onde cada personagem está e se ele corre perigo.
Vale mencionar, ao citar a exploração, a parte artística de Greak: Memories of Azur, sendo ela um ponto a ser considerado, visto que foi feita a mão. Os personagens, inimigos e itens são todos desenhos e agem como um, porém, os cenários possuem uma textura 3D muito parecida com a que é vista em Ori and The Blind Forest e semelhantes. Greak não é um Metroidvania pela sua enorme linearidade, mas alguns segredos e locais só podem ser acessados com mais de um personagem disponível.
Um por todos e todos por um!
Greak: Memories of Azur é um charmoso jogo de plataforma side scrolling não só por conta da união dos três irmãos Courines, mas também pela sua arte visual. Greak, Adara e Raydel são um trio que demonstra a importância da família em momentos conturbados, mostrando que ninguém está sozinho. Portanto, o desafio principal reforça essa mensagem, visto que é um problema deixar os personagens por conta própria. Sendo assim, os puzzles demasiadamente fáceis e pouco desafiadores são o maior erro aqui.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Greak: Memories of Azur
Prós
- História sobre união familiar
- Trio de irmãos carismáticos
- Arte visual
Contras
- Puzzles fáceis
