O ápice dos filmes de faroeste foi nos anos 60, contudo, esse gênero marcaria gerações com obras que se iam se tornar conhecidíssimas como “Por um Punhado de Dólares” e “Sete Homens e um Destino”, forjando heróis interpretados por Clint Eastwood, John Wayne e Charles Bronson no imaginário de muitos. Quanto aos zumbis, esses tiveram altas e baixas desde os anos 80, sendo o último “boom” do gênero, algo recente com The Walking Dead, World War Z e afins.
Ao imaginarmos o encontro entre pistoleiros do Oeste dos EUA com Zumbis, pensamos que sairá uma obra muito bacana como “Red Dead Redemption: Undead Nightmare”, mas não é isso que vemos Gunslinger & Zombies. Esse é um indie que traz uma temática bacana, além de uma ideia que parece ótima – um jogo de estratégia por turnos -, mas que carece de vários elementos que poderiam o tornar melhor.
Desenvolvimento: Gaming Factory
Distribuição: Ultimate Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Estratégia
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e Interfaces
Plataformas: PC, Switch
Duração: Não há registros
Faroeste morto-vivo
Os gráficos de Gunslinger & Zombies parecem muito com aqueles que vemos em jogos mobile que fazem propaganda no instagram e se pagam por meio de anúncios. Não sei se era a ideia original dos desenvolvedores era trazer algo mais próximo do PSX ou algo que dá pra jogar num celular de 2015, porém tudo ficou similar a algo mobile. Óbvio que esse não é um jogo com grandes pretensões e nem se vende assim, mas o problema aqui é que o visual não é chamativo nem agradável, e o menu do jogo me lembrou bastante os menus de jogos em Flash como o incrível Swords & Sandals – que era ótimo, mas tinha menus horríveis.
Sobre a jogabilidade desse encontro de Cowboys e Zombies, é muito fácil entender como tudo funciona e nisso a obra acerta. Se trata de um jogo de estratégia por turnos parecido com XCOM, e a grosso modo com Fire Emblem ou Disgaea, até. Neste jogo precisamos planejar onde colocar cada membro do nosso bando, e preparar a equipe para lidar com as ondas de zumbis que tentam avassalar a cidade. É interessante notar que precisamos sempre estarmos alertas ao mapa, onde se esconder, de onde nosso tiro será eficaz ou que armas usar.
Temos algumas armas como pistola, rifle, faca e cada uma delas tem sua utilidade. Também é possível usar um cowboy para cuidar do outro, e é interessante ver como, ao progredirmos, o jogo vai nos desafiando com ondas mais difíceis e desafiadoras. Cada onda vem com alguns zumbis novos em sua direção, e certamente esses tentarão atacar um dos membros da equipe e as construções daquela cidade do Oeste.
As cidades assombradas
Gunslingers & Zombies é uma obra com um potencial bacana, que pode se divertir por alguns minutos, mas não vai ser mais do que isso. O indie é desafiante como um jogo de estratégia por turno, e isso é inegável, além de que os desafios vão sendo graduais. É preciso gerenciar bem o bando para aniquilar as criaturas do mal, e isso pode sim trazer diversão. Isso não quer dizer que o game é difícil, mas ele pode ser uma ótima porta de entrada para quem quer conhecer o gênero.
O título possui um número razoável de níveis e armas, mas nada que nos faça avançar além do ócio. Também existe aqui uma trilha inesquecível, apesar da arte de mau gosto, mas é preciso ser sincero: acho que o jogo quer passar simplicidade, mas em certos momentos essa simplicidade passa a ser negligência. Então, pra você que não tem um bom smartphone, não tem acesso a outro jogo no universo cowboy e gosta do tema – ou até mesmo quer iniciar no gênero de jogos de estratégia por turno -, dê uma chance para Gunslingers & Zombies. Quem sabe nas sequências, os desenvolvedores possam nos dar mais?
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason MIng Hong