Em 2020, Aloy foi a primeira grande personagem do PlayStation a desembarcar nos computadores após a Sony decidir expandir seus jogos para novas plataformas. Na época, o resultado foi desastroso, com um port péssimo que precisou de muitas atualizações para atingir uma qualidade aceitável. Quatro anos depois, o jogo felizmente virou. Horizon Forbidden West está chegando ao PC em uma conversão muito bem feita pelos holandeses da Nixxes Software, apesar de alguns problemas pontuais ainda existirem.
Desenvolvimento: Guerrilla Games, Nixxes Software
Distribuição: Sony Interactive Entertainment, PlayStation PC LLC
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, RPG
Classificação: 14 anos
Português: Interface, dublagem e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5
Duração: 28 horas (campanha)/88 horas (100%)
Uma nova missão
Horizon Forbidden West se passa em um Estados Unidos pós-apocalíptico, com uma história que se desenrola seis meses depois de Zero Dawn. Agora, Aloy precisa entrar em uma jornada em direção ao Oeste Proibido para encontrar Sylens e continuar sua tentativa de salvar a Terra e evitar outra extinção. A edição completa do game inclui a expansão Burning Shores, que prepara terreno para um terceiro lançamento da franquia após o encerramento da campanha principal.
Como Forbidden West é uma sequência direta do primeiro Horizon, a campanha tem um ritmo mais sucinto, dado que o jogo não faz questão de estabelecer todo o universo novamente. Isso não é um problema para quem não jogou o primeiro título, porque as mecânicas são explicadas adequadamente e há uma recapitulação dos acontecimentos passados no menu principal. Mesmo assim, a trama não apresenta uma narrativa das mais interessantes, sendo carregada por suas missões, que possuem excelentes quebra-cabeças e cenas de ação grandiosas, além de um mapa enorme e vivo.
Jogabilidade agradável
O mapa de Horizon Forbidden West é repleto de eventos dinâmicos, existindo até a possibilidade de explorar o fundo do mar, pois o título conta com ambientes aquáticos. Além das missões, a gameplay é concentrada na exploração e na caça para conseguir recursos e construir itens melhores para combater as máquinas que habitam os diferentes biomas que aparecem na campanha. Dá para seguir uma história linear ou andar por todos os cantos para aproveitar ao máximo tudo o que a aventura tem a oferecer.
Apesar da jogabilidade não ser tão distintiva, ela é competente o suficiente para tornar o game em algo divertido. É como se Horizon fosse uma mistura de Tomb Raider com The Witcher 3, com os aspectos de RPG de mundo aberto do segundo com as missões lineares focadas em combate, stealth e plataforma do primeiro. Porém, Forbidden West sofre com algumas decisões de design um pouco chatas, como os salvamentos manuais, que estão disponíveis somente em fogueiras estrategicamente posicionadas pelo mapa, por exemplo.
Combate excelente
A escala dos confrontos é, de longe, o que mais impressiona em Horizon Forbidden West. Aloy está constantemente envolvida em lutas épicas contra máquinas enormes, conseguindo sempre identificar o ponto fraco de cada oponente por meio do foco, um dispositivo que a permite analisar todos os detalhes dos ambientes. A heroína usa arcos e estilingues junto com uma lança com uma jogabilidade no estilo hack ‘n’ slash, resultando em batalhas fantásticas, com uma cinematografia ímpar. Também existem os caldeirões, que são dungeons que aumentam a afinidade da protagonista com as máquinas, desbloqueando a opção de domá-las para poder se locomover mais rapidamente pelo mundo aberto.
Além de ser possível editar o esquema de controles inteiro, dá para criar um nível de desafio personalizado conforme a dificuldade desejada pelo menu de acessibilidade, que oferece uma infinidade de variáveis que podem ser livremente alteradas. No PC, há a opção de usar o mouse e o teclado ou um controle. A adaptação para o método de entrada padrão dos computadores é funcional, mas algumas partes da interface não são tão responsivas porque foram projetadas para serem navegadas com um controle. O título brilha totalmente através dos joysticks de PlayStation, já que, além da parte de vibração, Forbidden West tem suporte para controles de movimento, que permitem uma mira mais ágil.
Um espetáculo visual
O jogo foi analisado em uma máquina com uma configuração modesta: um processador Ryzen 5 4500 combinado com uma placa de vídeo AMD Radeon RX 6600 de 8GB e 32GB de memória RAM. No decorrer do review, Forbidden West foi executado num misto de configurações altas e médias em 1440p e em ultrawide, com uma taxa de quadros fixada na casa dos 30 frames por segundo, o que resultou em uma experiência estável na maior parte do tempo.
O game conta com muitas opções gráficas, e não é preciso jogar com todas no ultra para obter bons visuais. Horizon Forbidden West mostra que não é necessário ter apenas modelos e texturas numa qualidade alta para se ter gráficos impressionantes, mas sim uma direção artística potente e criativa aliada à tecnologia. A ambientação é vivíssima e marcada por uma iluminação sensacional com cores saturadas. Esses elementos, combinados com os eventos secundários do mapa, resultam em uma aventura vibrante que não pode ser vista em outros jogos do mesmo tipo.
Ótima conversão, mas com um problema
A Sony não repetiu os erros do passado e lançou uma versão de PC excepcional. Os responsáveis implementaram várias ferramentas de upscaling, como o DLSS e o FSR, mas a melhor disponível é a tecnologia própria do game. Essa solução é a ideal para prestigiar o jogo nas melhores condições visuais possíveis, porque ela propicia uma resolução dinâmica que é nítida e livre de problemas de rastros na imagem.
O port também apresenta melhorias no campo de visão, com a possibilidade de aumentá-lo em relação ao PS5, além da viabilidade de curtir a aventura em formatos de tela diferentes. O game é simplesmente incrível em ultrawide, uma vez que o campo adicional amplia a sensação de escala proporcionada pelas cenas da campanha. Além disso, os tempos de carregamentos são extremamente rápidos, visto que os desenvolvedores adicionaram o DirectStorage no título, tornando Horizon Forbidden West um dos poucos jogos que utilizam essa tecnologia no PC.
No entanto, existe uma falha técnica notável que precisa ser solucionada pela equipe da Nixxes em futuras atualizações. Em momentos aleatórios, a taxa de quadros cai drasticamente por alguns instantes, prejudicando a apresentação visual com uma baixa fluidez. Para resolver isso, é necessário reiniciar o jogo, e assim a performance volta ao normal, durante a mesma fase. É o único problema da conversão, que, ainda assim, não deixa de ser um verdadeiro espetáculo técnico.
Imperdível
Apesar de não apresentar uma história das mais fascinantes, Horizon Forbidden West é excelente em tudo que se propõe a fazer, com uma ótima jogabilidade e sistema de combate. Mesmo com algumas falhas pontuais, esse port torna o título uma parada obrigatória para todos que apreciam gráficos sensacionais e conversões espetaculares para o PC.
Assista a versão em vídeo da review abaixo:
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno