A Sony conta com um portfólio de estúdios de desenvolvimento que, com frequência, nos presenteia com verdadeiras obras de arte. Nos últimos anos, a empresa tem revisitado seus sucessos ao lançar versões remasterizadas de títulos icônicos, renovando a experiência de seus jogadores. Agora, chegou a vez de recebermos Horizon Zero Dawn Remastered.
Desenvolvimento: Guerrilla Games, Nixxes Software
Distribuição: Sony Interactive Entertainment
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG, Ação
Classificação: 14 anos
Português: Interface, dublagem e legendas
Plataformas: PS5, PC
Duração: 30 horas (campanha)/76 horas (100%)
Um remaster necessário
Horizon Zero Dawn Remastered é absolutamente fantástico. Seus gráficos são impressionantes e proporcionam uma variedade de cenários de tirar o fôlego. No mundo de Horizon, exploramos montanhas nevadas, florestas densas e desertos — cada um com suas características próprias e repleto de segredos que despertam uma enorme vontade de explorar.
Todo o trabalho feito no remaster realça ainda mais os detalhes desse universo, a ponto de ser fácil esquecer as missões principais e se perder nas paisagens. No caminho, enfrentamos uma grande diversidade de máquinas — desde criaturas metálicas fortemente armadas até um “cavalo de ferro” que podemos montar para sair explorando. Além disso, as cidades humanas misturam elementos futuristas com os objetos mais arcaicos, criando um ambiente único e fascinante.
Porém, nem tudo são flores neste remaster. Muitas vezes, objetos surgiam do nada para interagir com Aloy. Isso acontece com vários NPCs “fantasmas” e também com itens que ficam “deslocados” — por exemplo, Aloy aparenta estar manuseando um arco, mas suas mãos ficam vazias, enquanto o arco flutua no ar. São detalhes, mas que podem incomodar um pouco.
Como um vinho
A jogabilidade de Horizon Zero Dawn Remastered continua tão boa quanto sempre foi. O grande foco está no combate, principalmente com o uso de arco e flecha, que podem receber efeitos elementais como gelo e fogo. Além disso, há estilingues capazes de lançar explosivos ou bombas de fogo, entre outras armas. Isso sem falar na lança, que é bastante destrutiva, mas deixa Aloy bastante exposta.
Muitas das máquinas possuem partes destrutíveis, e explorar essa mecânica de forma estratégica é essencial. Afinal, ao quebrar uma arma ou destruir uma armadura, podemos obter uma grande vantagem durante as lutas. Também existem diversas habilidades para aprender, expandindo as opções de enfrentar adversários.
Para ganhar pontos de habilidade, é necessário subir de nível, o que é relativamente fácil. Basta cumprir as várias missões principais e secundárias, que são extremamente variadas. Elas podem incluir desde salvar uma pessoa até buscar um item perdido, entre outras tarefas.
Um dos pontos que menos me agrada em Horizon Zero Dawn Remastered é o sistema de viagem rápida, pois é necessário possuir um item específico para transitar pelo mapa. Podemos contornar isso comprando um item especial de um vendedor, mas essa exigência poderia ter sido retirada.
O sistema de criação de itens é excelente e bastante funcional: basta ter os recursos, juntar tudo e está pronto para uso. Porém, a necessidade de usar itens específicos obtidos de animais pode ser um pouco incômoda. Por exemplo, ao caçar uma raposa, o que se obtém pode variar entre um pedaço de carne, a pele ou ambos.
Um futuro possível
Horizon Zero Dawn Remastered oferece uma história envolvente e com um tom apocalíptico. Nossa protagonista é a jovem e guerreira Aloy, exilada desde o nascimento devido à sua origem misteriosa e criada por Rost até o momento da Provação — um rito de passagem para a vida adulta na tribo Nora.
A partir daí, a trama se desenrola enquanto descobrimos mais sobre as origens de Aloy, o que aconteceu com o mundo e como as máquinas passaram a dominá-lo. O desenvolvimento da história é excelente, repleto de momentos de ação, mas sem se prender em longas explicações. Isso ocorre porque há muitos arquivos de texto e áudio espalhados pelo mundo, permitindo ao jogador se aprofundar na história se quiser.
Assim, quem deseja conhecer mais pode se perder em detalhes, enquanto quem preferir focar na narrativa principal pode ignorar esses extras. Além disso, em Horizon Zero Dawn Remastered, temos acesso à DLC Frozen Wilds, que traz novas habilidades, máquinas e uma área inédita para explorar.
Aloy é uma protagonista forte e cativante, mas os personagens secundários também brilham. A própria tribo dos Nora com seus ritos, os Carja e os Carja das Sombras, todos têm sua própria riqueza. Um dos fatores que pode ter limitado o destaque do jogo em seu lançamento original foi a concorrência com The Legend of Zelda: Breath of the Wild, mas agora ele tem a chance de brilhar por conta própria.
Aloy e o futuro
Horizon Zero Dawn Remastered é um verdadeiro primor. A jogabilidade continua excelente e prazerosa, fazendo com que o mundo desta aventura seja incrível de explorar. Alguns dos primeiros encontros com as máquinas são especialmente memoráveis, podendo facilmente nos fazer perder horas focados nesses desafios. O trabalho de adaptação para o nosso idioma está, como sempre, impecável e envolvente, com legendas e dublagem em português, incluindo várias vozes famosas no elenco.
Os gráficos aprimorados estão sensacionais e são um verdadeiro colírio para os olhos. Se você está em busca de uma aventura marcante, com uma jogabilidade refinada e combates ainda mais divertidos, Horizon Zero Dawn Remastered é a escolha perfeita.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro