HunterX: code name T é mais um metroidvania, bebendo largamente da fonte de suas inspirações, sendo uma continuação do jogo HunterX.
Desenvolvimento: ORANGE POPCORN
Distribuição: ORANGE POPCORN
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Aventura
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC
Duração: 10h (campanha)/14h (100%)
Como todo metroidvania
Para ser bem sincero, achei a premissa de HunterX um tanto semelhante aos diversos metroidvanias disponíveis. Você encarna o papel de Taiyo, um caçador de demônios que trabalha junto de um pequeno demônio – um familiar que lhe auxilia em certos aspectos da história. Nosso personagem inicia sua aventura numa cidade futurista, na qual ele enfrenta robôs e coleta karma dos mesmos.
Com o desenrolar desse nível, somos confrontados com um tipo de fissura dimensional – que leva Taiyo para uma dimensão recheada de monstros mitológicos e espíritos, bem na pegada de Castlevania: Symphony of the Night.
A fórmula funciona, e por isso o jogo não chega a ser desinteressante ou extremamente genérico. Entretanto, acredito que o jogo deixa muito a desejar em questão de inovação ou de reinvenção, já que quando eu pego um jogo desse subgênero, eu espero algum nível de refinamento mais inspirador – o que eu não achei aqui. Estive jogando Castlevania recentemente, e toda a memória mecânica que eu tinha em meus dedos foi mais do que suficiente para jogar esse título.
Mesmo fórmula, mesma entrega?
HunterX é bonito, e a trilha sonora casa bem com as situações em tela – isso tudo funciona muito bem. Ainda que esse jogo não entregue experiências cinematográficas, acredito que a inspiração artística no estilo dos animes ou mangás é super interessante para o gênero – que certamente não precisa de gráficos cinematográficos para funcionar. A caracterização dos personagens é também um elemento muito positivo para o título, fugindo um pouco da tônica que predomina toda a obra.
A ambientação, história e narrativa conseguem garantir uma certa solidez ao título, que conta também com um tipo de customização de equipamentos e armas padrão do gênero – tudo bem fechadinho. Não vou dizer que foi desagradável ou que me senti numa eterna monotonia ao jogar HunterX: code name T, muito pelo contrário. O problema é que se eu fechasse meus olhos, poderia me ver jogando Castlevania, assim como alguns anos atrás – o que é uma grande pena.
Isso é ainda mais preponderante quando penso no quanto o jogo é travado, pois não existe maleabilidade nos comandos e nem nas ações do personagem. Acredito que boas oportunidades foram perdidas aqui, levando à uma experiência que eu poderia ter tido em 2005. Existem títulos similares e que também bebem muito da fonte do metroidvania, mas que conseguem entregar uma jogabilidade fluida e interessante.
O jogo é desafiador em alguns aspectos, mas também senti uma repetitividade no design dos níveis e monstros. A única quebra para isso é o sistema de karma, e as batalhas com os chefões – aqui eu posso realmente citar uma acerto. Mas tantos pontos genéricos e tão pouco inovadores, tiram o brilho dessa obra.
Metroidvania…
HunterX: code name T se perde no grande mar dos jogos de aventura, plataforma e ação. Existem pontos positivos, boas intenções e elementos que são interessantes, mas tudo isso se perde com a reutilização de mecânicas intocadas, sem grandes inovações e emoções. Para resumir: existia um grande potencial, mas a execução deixou muito a desejar. Ser um bom metroidvania não é o suficiente para se destacar, é preciso ir além.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro