Jusant é uma curta aventura na qual controlamos um viajante solitário que escala montanhas encontrando vestígios de civilizações antigas pelo caminho. Com diferentes mecânicas e fases para explorar as possibilidades de escalada, além de belas paisagens, Jusant é um jogo contemplativo e relaxante.
Desenvolvimento: Don’t Nod
Distribuição: Don’t Nod
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Puzzle, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataforma: PC, PS5, Xbox Series S/X
Duração: 4 horas (campanha)/8 horas (100%)
O caminho é para cima
A proposta de Jusant é simples: apenas suba. Você dispõe de suas mãos e uma corda para te segurar caso caia. O gatilho esquerdo controla a mão esquerda, o gatilho direito controla a mão direita. Segurando o botão, aquela mão se agarra em um apoio na escalada. Solte o botão e mova o direcional para procurar outro apoio, e assim ir subindo. Você pode se pendurar na corda para andar pelas paredes ou se impulsionar para outras plataformas, entre outras possibilidades. Além de montanhas, outros elementos dos cenários são usados como pontes para a escalada, como construções, criaturas e plantas, exigindo que você seja criativo para atravessar algumas partes.
Você não pode escalar eternamente, claro: há uma barra de stamina que vai diminuindo à medida que você sobe e decai mais rápido se você estiver exposto ao sol, por exemplo. Descansos são possíveis e necessários de tempos em tempos, momento em que você pode parar e observar a vastidão do cenário à sua volta. Eventualmente, você provavelmente vai cair, mas não existe morte em Jusant, já que em toda escalada longa você está pendurado à sua corda. O jogo se desenrola num ritmo bastante agradável, aumentando progressivamente a dificuldade dos desafios e com direito a pausas recorrentes sempre que você sente que precisa de uma.
Por vezes, vamos para o lado
As fases são bastante variadas e o jogador é frequentemente apresentado a diferentes tipos de cenários para serem escalados – não se trata apenas de uma montanha enorme que devemos ficar subindo até terminar. Não por acaso, trata-se de um jogo curto, pois também não é como se existisse uma gigante variedade de possibilidades de explorar a jogabilidade proposta. Ao mesmo tempo, algumas diferentes mecânicas são apresentadas ao longo da aventura, mas fica a sensação de que poderiam ser um pouco mais exploradas com mais cenários que as utilizassem.
Muitas coisas a se coletar
Adiante na aventura, você encontra Ballast, uma pequena criatura que passa a te acompanhar e auxilia a encontrar segredos e liberar novas possibilidades de escalada (e você pode fazer carinho nele). Não há diálogos nem vozes durante o jogo: toda a história é contada pelo ambiente a sua volta ou por meio de cartas encontradas pelo cenário.
Além da escalada em si, existem alguns tipos de colecionáveis espalhados pelos cenários, como cartas, conchas, murais e pedras. Os itens várias vezes estão bastante escondidos, o que exige bastante atenção aos detalhes para o jogador que busque encontrar todos. Só pode ser um pouco chato a busca por colecionáveis, pois é desestimulante voltar atrás na escalada para procurar um item e ter que escalar tudo de novo depois.
Subindo por belos cenários
Os biomas vão mudando à medida que você escala a montanha e os capítulos progridem, apresentando diferentes cenários, sempre bastante bonitos, ainda que os gráficos não sejam nenhum estado-da-arte. Aliás, considerando apenas os gráficos, é difícil entender por que o jogo não foi lançado também para o Switch e para a geração passada. Sobre o PS5 em particular, é uma pena que o jogo não use de nenhuma forma os gatilhos adaptativos, que com certeza poderiam fornecer um nível interessante de interação e feedback, já que cada botão corresponde a uma mão durante a escalada.
Curto, simples e bom
Apesar de ser curto e relativamente simples, Jusant é um daqueles jogos que podem marcar bastante. No meio de tantos lançamentos grandiosos e ambiciosos, uma aventura mais curta e tranquila como essa certamente vale a pena.
Cópia de PS5 fornecida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro