Desenvolvido e publicado pela Tate Multimedia, Kao the Kangaroo é um jogo de plataforma 3D de uma franquia que, para minha surpresa, teve seu primeiro lançamento no início dos anos 2000. Tanto o jogo original quanto suas sequências passaram despercebidas pelo meu radar, e, após jogar um pouco dos dois primeiros títulos, não me arrependi. Porém, o seu mais recente título me fez sentir o gostinho de um belo jogo de plataforma clássico do PS1.
Desenvolvimento: Tate Multimedia
Distribuição: Tate Multimedia
Jogadores: 1 (local)
Gêneros: Ação, Aventura, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Legendas e Interface
Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series S/X
Duração: Sem registros
Um sonho misterioso
Após sonhar com sua irmã, Kao acorda determinado a encontrá-la e descobrir o misterioso paradeiro de seu pai. Para isso ele contará com a ajuda de seu mentor Walt e sua maior arma durante toda a jornada: As Luvas Eternas. Este é um par de luvas maquiavélico que possuem vida própria, mas dependem de um portador para fazer o que mais gostam: arrebentar a cara de alguém.
O enredo é simples, e à medida que avançamos diálogos e cenas acontecem e contam a história sem qualquer cerimônia. O objetivo de Kao é traçado na primeira cena e assim ele segue.
Nostalgia
Quando vi o primeiro trailer de Kao the Kangaroo fiquei amarrado à sensação de já ter visto isso em algum lugar, o que foi comprovado durante a jogatina. Kao deve quebrar caixas com um golpe giratório, coletar moedas, além de encontrar cristais, runas, pergaminhos e letras para completar seu nome – preciso dizer de onde vieram essas inspirações? Fases bônus podem ser descobertas pelos mapas nos dando mais itens e moedas para colecionarmos.
Você deve estar se perguntando: o que fazer com tantas moedas? A resposta é simples, gaste com itens cosméticos, vidas extras e upgrades de vida nas lojas espalhadas pelo game. Existem diversas roupas disponíveis, que são desbloqueadas conforme avançamos, e uma é mais fofa do que a outra.
Além do já citado golpe giratório, Kao pode pular, dar uma pancada no chão após o pulo, rolar, dar pulo duplo e socar seus diversos e variados inimigos com o auxílio de suas luvas. A movimentação é bem fluida mas existe uma pequena imprecisão nos pulos, o que pede uma adaptação do jogador, evitando a morte nos lagos e abismos encontrados.
As Luvas Eternas podem ser combinadas com algumas habilidades que Kao adquire ao longo da jornada, como por exemplo as cargas de fogo, que marcam o momento em que pela primeira vez as luvas decidem cooperar com nosso jovem herói, acopladas às luvas. Estas cargas serão utilizadas para desbloquear novos caminhos, derreter, ativar plataformas móveis ou acender objetos no cenário. Mais cargas serão desbloqueadas e todas auxiliarão Kao em sua busca implacável.
Outra mecânica disponível nos remete ao clássico Crash Bandicoot 3: Warped, através da qual Kao agarra a parte inferior de uma plataforma e, enquanto se movimenta com as mãos, ele pode golpear inimigos com a cauda e esticar o corpo para coletar itens colocados abaixo dele. Fora isso, também há o cristal roxo que desabilita e habilita portas, chãos e plataformas móveis da mesma cor, o que acaba modificando um pouco as coisas e inserindo novos desafios. Também podemos deslizar em troncos e descidas congeladas, tal qual em Crash Bandicoot 4: It’s About Time, enquanto desviamos de obstáculos e coletamos itens.
Qual o próximo destino?
A ambientação e a variedade dos cenários de um jogo de plataforma é um dos pontos que mais me chamam a atenção, já que passamos boa parte do tempo fazendo as mesmas atividades, nada melhor do que ter a sensação de progresso ao final de cada fase, e isso foi alcançado com sucesso pela Tate Multimedia. Temos diversos mapas com uma grande variedade de cenários em cada um deles. Além das tradicionais fases 3D, o game também conta com fases de perseguição e combates avassaladores contra chefes, que seguem a mesma receita de Crash Bandicoot, a cada golpe sofrido ele mudará seu padrão de ataque e ficará mais difícil de atingir.
Infelizmente, a trilha sonora de Kao the Kangaroo não é marcante e diversas faixas passam a sensação de que não estão inseridas na fase correta, e isso acabou me fazendo optar por escutar minhas músicas salvas enquanto jogo. Além disso, a falta de carisma dos personagens secundários e os diálogos mal escritos combinados a uma dublagem duvidosa não trazem impacto nos momentos chave da história.
Não é perfeito, mas agrada
Kao the Kangaroo provavelmente não será lembrado como um clássico daqui alguns anos, porém fez valer a experiência e é recomendado para todos que buscam um bom jogo de plataforma 3D para passar o tempo enquanto se aliviam do estresse rotineiro do dia-a dia.
Cópia de Xbox One cedida pelos produtores