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Review Katana Zero (Switch) – Neon, drogas, samurais e muitooooooooo sangue.


Katana Zero é um jogo plataforma de ação desenvolvido pela Askiisoft e publicado pela Devolver Digital, com lançamento em abril de 2019 apenas para PC, macOS e Nintendo Switch. Não sei o porquê do jogo não ter sido lançado também para PS4 e Xbox One. Joguei ele no Nintendo Switch, e vou te falar que apenas conectei o console uma única vez na dock para ver como ficava na TV, porque o jogo é excelente para o modo portátil.

Ano: 2019
Jogadores: 1
Classificação indicativa: 18 anos
Português: Somente legendas
Plataformas: PC, macOS e Switch
Duração: 5 horas (campanha) / 8 horas (100%)

Saca só esse cenário bem desenhado e essa lareira ao fundo

HISTÓRIA

O jogo começa com um enredo bem enigmático, te deixando bastante confuso e ao mesmo tempo bem curioso para saber os motivos para os quais tudo aquilo acontecer. Ele praticamente te joga na pele de um suposto samurai – que às vezes brinca com a cultura de animes e cosplay em diálogos rápidos – que mata pessoas friamente, o que dá a entender que o protagonista é um assassino de aluguel (pelo menos fiquei com essa impressão no começo).

Logo depois do início, você se encontra numa sala com um maluco psicólogo e descobre que você é um assassino conhecido como “O Dragão”, e ali rolam vários diálogos, onde você precisa escolher em tempo real o que responder. Foi aí então que comecei a ficar mais interessado ainda, porque gosto de jogos onde você pode tomar conta do que vai acontecer a seguir – ou pelo menos tem esta impressão – e deixam o senso moral na sua mão.

O jogo se prende bastante nesta fórmula de missões de assassinato seguidas de consultas no psicólogo, e fica assim em boa parte da história. Depois de cada conversa no consultório, você recebe um dossiê (que tem uma animação bem bacana, por sinal) com informações do seu próximo alvo e prossegue para a próxima missão.

Lá para o final do jogo existem algumas surpresas bacanas, aparecendo até mesmo personagens que você nem esperaria que apareciam. Neste momento fiquei me lembrando um pouco de Final Fantasy VII por causa da história envolvendo Zack e Cloud. Ah, também quero destacar que existe um “final falso”, caso você faça uma certa escolha num momento crucial de uma das missões finais.

Confesso que fui ficando cansado com a jogabilidade lá pras últimas fases, mas a história me prendeu a cada momento que foi contada, e acredito que esse foi um dos pontos que fez Katana Zero se tornar especial pra mim e digno de indicação.

As pré-informações sobre as missões tem uma micro interação

JOGABILIDADE

Rapaz, o samurai é rápido, viu?! Às vezes eu até errava os comandos porque o cara tá ligado no 220v. Na jogatina não existem tantas variações: corre, desvia, arremessa as coisas nos inimigos, rebate tiros com a espada, faz um parry (contra-atacar ao mesmo tempo que o inimigo ataca você para imobilizá-lo), taca bomba de fumaça na galera pra se esconder, mata geral e vai para a próxima fase. Também existe uma habilidade de desacelerar o tempo, mas eu particularmente não usei tanto porque sou afobado. Tudo na jogabilidade é muito fluído, então foi legal sair passando a espada em todo mundo (não me entenda mal) e ter o sentimento de sucesso. Os controles respondem muito bem, então a culpa foi minha (mesmo) de ter feito cagada às vezes. Algo que percebi foi que as fases não tem conexão entre si, ou seja, não é possível levar itens de uma fase para a outra – mesmo a “próxima fase” sendo apenas a sala ao lado depois de passar por uma porta.

Se liga na cena da motinha, rapá

Em algumas missões você consegue dar aquela variada pilotando uma moto, mas nada que dure tanto tempo, e talvez isso até seja bom porque não achei tão legal assim. Mas espera! Tem algumas partes onde você usa stealth e se esconde no meio da multidão: esses momentos eu curti!

Vale lembrar que, se você for uma pessoa apressada (assim como eu), o jogo vai te recompensar e ao mesmo tempo te punir. Porque em muitos momentos você é quase que obrigado a usar a habilidade de desacelerar o tempo de tantos inimigos que tem num lugar só, mas, como sou teimoso, por muitas vezes quis passar sem ter que usar esse poder simplesmente para provar para mim mesmo que eu era capaz (bichão mermo, hein?).

Eu depois de morrer igual um abestado no mesmo lugar várias vezes

No aspecto “morte” o jogo tem um ponto que gosto muito: morreu, voltou. Não tem aquela enrolação caso você morra, com animaçãozinha rolando (apesar de que acho que tinha e eu desabilitei), um game-over descendo e etc. É tudo muito frenético, pá-pum. Se você morrer muito, vai receber uma ligação no estilo Metal Gear pra que você se lembre de alguns comandos úteis caso tenha esquecido – aquela ajudazinha básica em forma de humilhação pra lembrar que você é um lerdo.

Tem algumas batalhas contra chefes no jogo, que acontece num estilo Mega Man onde você tem que entender os padrões para vencer. Acho que isso também quebra um pouco do clima meio repetitivo de alguns momentos.

Morreu, voltou, morreu, voltou

E o jogo não é injusto, ok? Às vezes pode até parecer, mas ele te dá aquele sentimento de que você é capaz, que é só tentar mais uma vez que agora vai! Por isso acho que passei mais tempo morrendo do que deveria. Fica a dica de que você pode observar a fase toda com o analógico direito.

GRÁFICOS E SONS

Pixel art lindos e maravilhosos com aspecto neon que me deixaram admirados. Só achei bizarro a movimentação dos inimigos quando eles vão mirar em você, porque você percebe que os braços deles são animados de forma independente (parecem que estão simplesmente girando ao redor do corpo). Mas o design único dos personagens, cenários LINDOS e bem ilustrados (barzinho, cidade ao fundo apartamentos, locadora, etc), a forma como a câmera do jogo treme em momentos onde um personagem fala mais alto, é tudo muito bem trabalhado e detalhado! Aliás, tem como desabilitar o sangue, caso você se incomode.

Ambientação da hora na cena do barzinho

Apenas alguns cenários dentro de missões que parecem mais do mesmo, mas não são todos. O estilo gráfico me lembrou de um jogo das Tartarugas Ninjas de beat ‘n Up do GBA que eu jogava muito, então bateu aquela nostalgia bacana.

O jogo tem um esquema de interação bem pensado até na seleção de fases

Sobre a parte sonora do jogo, as músicas são legais e coerentes com o estilo do jogo, e complementam a matança que você é obrigado a fazer a cada missão. É um daqueles jogos que aconselho a jogar com fone de ouvido. Só fiquei cansado de tanto ouvir o grito do meu personagem morrendo (mais uma vez: minha culpa, ok?).

VALE A PENA?

Com certeza! Katana Zero é um excelente jogo, com desafio que não te deixa frustrado e dá aquela vontade de tentar de novo a cada derrota. A história é um show à parte. Deixa várias coisas no ar, pra que você fantasie o que exatamente cada coisa significa, o que é alucinação e o que é real, etc. Se você gosta de jogos num ritmo acelerado, mas que depende de um mínimo de estratégia: esse jogo foi feito exatamente pra você. Seu único problema é acabar – ou será que não acabou?

SPOILER

Quase pro final, você descobre que existe mais de um “Dragão”, e você pode assumir o controle dele durante algumas missões. Fiquei um pouco triste de ser tão curto sua jogabilidade, porque ele possui uma habilidade até apelona de dar uma espécie de “dash” em qualquer direção que mata todos no caminho. A história também se encerra com revelações bombásticaaaaaas sobre sua identidade e com um pézinho pra uma continuação, o que gostei pra caramba. Talvez você fique tão surpreso como eu com o encerramento.

Este review foi feito usando uma cópia cedida de ♥ pela Devolver Digital

Katana Zero

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Ritmo frenético
  • Mecânicas interessantes e relativamente variadas
  • Morre e volta rapidão
  • Diálogos interessantes

Contras

  • Não tem como salvar seus "replays"
  • Escolhas não tem impacto verdadeiro
  • Traduções incompletas