Lançado originalmente para todas as plataforma no ano passado, Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning é o remaster de um RPG de ação da 7ª geração de consoles. Ainda que esteja um pouco atrasado, o port para o Switch já estava destinado a chegar, e finalmente será possível analisar o quão eficiente é esse remaster no majestoso console da Nintendo.
Desenvolvimento: Kaiko
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, RPG
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PS4, Xbox One e PC
Duração: 19 horas (campanha)/82 horas (100%)
Um herói sem destino
Por se tratar de um RPG, a história é o ponto principal para uma boa imersão na mitologia que envolve aquele mundo. Kingdoms of Amalur consegue criar uma narrativa que questiona a módica ideia de que o destino é imutável. O princípio disso é o próprio herói que foi morto em guerra e, por conta de um experimento científico, retornou ao mundo dos vivos, fugindo do seu destino. Nem preciso dizer que controlamos esse herói, né?
De início, acordamos em uma instalação científica que está sendo atacada pelos temerosos Tuatha Deohn, guerreiros imortais seguidores de Gadflow, um poderoso Fae (uma das raças do jogo semelhante a vampiros) que entra em guerra com as raças novas. Esse início serve como um grande gatilho para a trama e também como um tutorial para uma pequena parcela do que Kingdoms of Amalur tem a oferecer.
Após escaparmos desse terrível ataque, conhecemos Agarth, um corajoso guerreiro Varani que possui o dom da previsão. Durante a conversa, descobrimos que o nosso personagem é alguém sem destino, sendo reconhecido como “Fateless One”. Porém, sua existência indevida faz com que o destino de pessoas próximas sejam alterados. Sendo assim, ele é uma esperança na longa guerra contra Gadflow.
Criando seu próprio destino
A manipulação do destino é algo que engloba todo o combate de Kingdoms of Amalur. Não é à toa que esse seja um dos pontos mais fortes do jogo, já que a movimentação do personagem é bem fluída e responsiva. Existem 3 árvores de habilidades que são Feitiçaria, Força e Perspicácia em tradução livre. A distribuição dos pontos de habilidade nessas árvores definem a classe do jogador, ou melhor, seu destino.
Os destinos são representados como cartas e eles dão atributos bônus para o herói. Por exemplo, um foco maior em Força permite o uso do destino como briguento, que aumenta a porcentagem de dano físico e a eficácia do bloqueio. Conforme mais pontos são gastos, o tier (ramificações) desse destino amplia, dando maiores bônus. Tudo se torna mais interessante com a junção de outras árvores, que permitem escolher novos destinos.
Há uma bela variedade de armas e, assim como as armaduras, elas são incríveis. Podemos utilizar espadas, espadas longas, martelos, adagas, cajados e arcos. Porém, só é permitido utilizar duas armas no total. Assim que novos pontos são utilizados nas árvores de habilidades, mais combos são liberados para as armas. Caso consiga misturar bem as magias e os ataques, uma barra de destino é preenchida. Quando completa, o jogador pode mudar o destino na batalha, causando mais dano aos inimigos e recebendo um bônus de XP.
O port para o Switch
A versão para os outros consoles já não trazia uma grande melhoria gráfica ou mudanças drásticas em todo o visual do game. Ainda parece ser aquele jogo da antiga geração, mas agora em alta definição. Kingdoms of Amalur não dá muito trabalho para o Switch, o que me surpreendeu muito. Os loadings tanto das viagens rápidas quanto para iniciar o jogo são bem rápidos.
O maior problema encontrado foram as quedas de quadros na versão portátil, que ocorrem principalmente ao sair de estabelecimentos. Essas quedas permanecem, às vezes, por mais de 4 segundos, no entanto, elas não atrapalharam em nada na gameplay – só são incômodas. Enfim, ainda vale ressaltar que um relançamento remasterizado de um RPG, com múltiplas horas de textos, inúmeras side-quests e uma história interessante não possui nem legendas em português, e isso é bem deprimente.
Destinado a ser bom
Kingdoms of Amalur: Re-Reckoning contém uma história interessante e que questiona algo muito visto em outros RPGs: o destino dos personagens. Isso é bem interessante, pois as escolhas das classes interligadas com as árvores de habilidades transmitem essa sensação de controle sobre o que você é. Essas escolhas modificam o combate, que é um dos pontos fortes do jogo, sendo bem divertido e dinâmico. Porém, o remaster não parece mudar muito do que foi visto no game original, nem mesmo uma legenda para nós brasileiros. A grande questão, e também o foco dessa análise, é o port feito para o Switch. Este que está muito bom, apesar das quedas de fps, mas ainda é excelente poder jogar esse fantástico RPG no portátil.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong