Legend of Legacy HD Remaster é um daqueles RPGs que são bastante peculiares, para dizer o mínimo. Aqui, temos diversos heróis disponíveis para serem escolhidos, mas o grande protagonista do game é o continente de Avalon. Nossa missão é explorar o local, e descobrir os muitos segredos escondidos nele.
Desenvolvimento: FuRyu
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, PC, Switch
Duração: 39 horas (campanha)/100% (49 horas)
Avalon, um continente
Legend of Legacy começa nos dando a oportunidade de escolher qual será o nosso protagonista. Há 7 diferentes heróis disponíveis, dentre homens, mulheres e até um sapo. Meu escolhido foi Liber, um caçador de tesouros. Sua história começa com ele almoçando com um amigo, que acaba contando para o jovem sobre a existência de um novo continente, que prontamente o deixa empolgado a encontrar o Star Graal.
Porém, muito da sua história para por aí, pois o foco mesmo é desvendar o continente de Avalon. Lá descobrimos a cidade de Initium, que foi fundada por um rei 10 anos antes do início do game. É aqui que vamos, basicamente, conseguir tudo. Novos equipamentos, itens de cura, e, principalmente, novos mapas para explorar.
A ideia aqui é que somos contratados pelo rei, ou seja, a cada descoberta ou mapa fechado podemos ir contar as boas novas para ele e ser pago para isso. O ideal é sempre conseguir 100% em todos os cenários das fases, já que podemos vender esse conhecimento na loja e assim obter dinheiro, que é uma coisa extremamente chata de se conseguir – ou encontramos itens para vender ou ganhamos poucas peças por luta, quando ganhamos. Porém, ainda podemos encontrar equipamentos e itens em baús, e a exploração é extremamente importante por essa razão.
Espadas e suas habilidades
A primeira coisa que preciso dizer aqui é que Legend of Legacy não tem um sistema de nível normal, como o visto em Final Fantasy, por exemplo. Aqui, ganhamos pontos separadamente quando usamos um determinado atributo. É mais fácil ganhar pontos de vida ao tomar pancadas dos inimigos; o mesmo vale para a força física, que vem ao usar muitos golpes com as várias armas disponíveis no jogo.
Seguindo na mesma toada, só ganhamos novas técnicas de acordo com as armas usadas em batalha. Por exemplo, se equipamos uma espada de tamanho normal, vamos começar a ganhar novas técnicas, mas isso é praticamente aleatório. O mesmo vale para as outras armas disponíveis: há machados, arcos e flechas, espadas grandes e muitos outros equipamentos.
Durante a nossa jornada, vamos pegar uma série de itens em estátuas cantantes. É com elas que podemos usar as magias do jogo, mas para isso é preciso fechar contratos. Para fazer isso, é preciso encontrar o guardião, derrotá-lo, e então levar o seu núcleo até o ponto central para firmar o contrato. Porém, antes de conseguirmos chegar no local indicado, enfrentamos duas batalhas que acontecem em sequência. Sem entrar em muitos detalhes, foram necessárias aproximadamente 2 horas para superar um objetivo do segundo contrato.
Os monstros inimigos possuem vários golpes. Alguns deles atingem somente um único personagem, enquanto outros atingem mais de um deles. Para ter uma chance de vencer, precisei desenvolver várias estratégias diferentes e torcer para que certos golpes não fossem usados. Passada essa parte, tudo foi bem tranquilo depois.
Batalhas épicas
Todos os inimigos estão na tela, ou seja, podemos fugir do combate se quiser. No entanto, ao entrar em um deles, podemos simplesmente correr, mas seremos levados diretamente ao começo do mapa, exceto nas cavernas. Isso pode ser útil para fugir de inimigos depois de perder alguma unidade ou quando os pontos de vida não estão tão altos.
Sempre que morremos em uma luta, os corpos dos nossos personagens ficam lá, e ainda tomam dano. Os danos sofridos são subtraídos deles até que possamos recuperá-los em uma pousada ou com um guarda. Ou seja, fugir não é tão ruim assim.
Uma coisa que podemos fazer antes de cada turno é montar uma formação de acordo com o que vamos fazer naquele instante. Se a ideia é atacar geral, é só selecionar essa opção e mandar ver. Porém, para lutas que exigem mais estratégia, como a que descrevi acima, tive que montar uma formação própria.
Por exemplo, podemos colocar um dos personagens somente para defender, ou tentar pelo menos proteger os outros membros do time, desde que ele tenha habilidade para isso. Além disso, podemos usar habilidades de suporte, e recuperar um pouco mais de vida do que ao atacar quando a usamos numa posição de suporte.
Tenho duas críticas para fazer a Legend of Legacy: a primeira é que não temos legendas em português, o que com certeza afastará possíveis jogadores. Agora, a segunda é a mais grave, já que está diretamente relacionada ao combate. A aleatoriedade com que ganhamos os pontos de atributo ou novas habilidades é um fator levemente decepcionante. Isso sem falar nos monstros que, do nada, dão um ataque extremamente forte e dizimam o grupo com um ou dois golpes. Por isso, é bom sempre usar o quick save – abusar mesmo, já que às vezes lutar não é a melhor opção.
Um mundo de pop-in
Legend of Legacy HD Remaster é uma edição extremamente bonita. Se comparada com a versão original lançada para o Nintendo 3DS, parece quase outro jogo. Muito disso se dá por conta dos elementos aparecerem na tela com um efeito de pop-in. Ou seja, só podemos ver os elementos que estão na região em que estamos andando. Isso faz com que menos coisas sejam carregadas ao mesmo tempo, dando um aspecto cartunesco para o gráfico. Alguns monstros possuem designs magníficos e são muito bonitos, principalmente os maiores.
A trilha sonora é bacana, mas não há nada muito marcante. Há uma narradora em inglês que agradará quem entende o idioma, com uma voz bacana.
Um grande legado
Legend of Legacy HD Remaster é um dos RPGs mais diferentes já feitos até hoje. Alguns momentos podem ser bastante punitivos ao ponto de dar uma grande vontade de voar o controle na parede, mas o desejo de conhecer mais a respeito do continente de Avalon é sempre maior, já que há muitas coisas para descobrir.
É preciso entender bem o sistema de aprendizado de habilidades e também como subir atributos, pois isso pode literalmente transformar uma vitória certa em uma derrota. Ainda assim, o game é muito bom. Recomendo bastante para os fãs do gênero que querem fugir de uma aventura mais convencional, por assim dizer.
Cópia de PS5 fornecida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro